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Um ano passa tão rápido

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Hoje o Léo competa um ano. Mais precisamente às 23h08min. Nesse um ano aconteceu tanta coisa, eu vivi tantas experiências e experimentei tantos sentimentos que é absolutamente impossível relatar tudo em um único post.

E é por isso que eu estou aqui, meio perdida, sem saber exatamente por onde começar, sobre o que escrever, o que realmente incluir nesse texto tão importante e significativo para mim.Bom, mas como todo mundo diz que a gente começa pelo começo, é por ele que eu vou começar.

O Léo veio ao mundo no dia 22 de maio de 2012, às 23h08min, exatamente da forma que eu sempre sonhei que ele viria: de parto normal. Tive um sangramento na madrugada anterior ao seu nascimento, fui para o hospital, a enfermeia perguntou se eu queria ficar internada, pois já estava com três cm de dilatação e o Léo nasceria naquele dia, e eu respondi que não, que queria vir para casa, arrumar as coisas, mandar alguns e-mails e fazer as unhas (que bom que eu fiz isso nesse dia, pois depois virou luxo! kkk!).

O dia correu bem. Fiz mais uma visita ao consultório do obstetra e à noite, às 20h, porque aquele dia era rodízio do carro, deixamos o nosso apartamento rumo à maternidade. Quando entrei no carro, tinha certeza de que iria parir ali mesmo, sobre quatro rodas e em plena Marginal Pinheiros. A dor era tão intensa (quem mandou esperar tanto em casa?) que eu urrava, me contorcia e queria me jogar pela janela. E olha que as contrações estavam só de cinco em cinco minutos, ainda longe dos famosos “três em três”.

Chegando no hospital, eu não andava mais. Quando me sentaram em uma cadeira de rodas, eu quis me jogar no chão. Depois vim a descobrir que a situação estava tão feia porque cheguei no hospital com nada mais, nada menos que 8cm de dilatação (viu como eu podia ter o Léo sobre quato rodas mesmo!).

Um pouco depois de eu adentrar a maternidade, meu obstetra chegou e algum tempo depois (bem depois, para eu sentir com toda força que uma fêmea tem direito as dores das contrações), chegou o anestesista que, para sorte dele, era uma graça se não eu teria esbofeteado a cara dele (detalhe: ele também se chamava Leonardo)

Bom, anestesia feita, bolsa estourada pelo obstetra (ela não havia estourado ainda), fui convidada a entrar na sala de parto com a seguinte pergunta: “está ponta?”. Nessa hora, me correu um frio pela espinha. Só tive presença de espírito para responder: “e tem outra alternativa?”. Fomos para a sala de parto, fui colocada na mesa (será que se chama mesa mesmo? bom parecia uma mesa), meu marido entrou, a equipe se posicionou e eu recebi a seguinte orientação: “Segure com força nessas barras laterais, quando eu falar “já”, faça força. Vou te avisar a hora de fazer força, pois você está anestesiada e não sentirá a contração. Quando for fazer a força, lembre-se de que é força de fazer cocô. Ok? Não vá fazer força na parte de cima da barriga, é na de baixo.”. Só lembro de ter respondido: “Beleza, força de fazer cocô sei como é então está tudo sob controle”. Bom, fiz exatas quatro forças e na segunda contração o Léo nasceu (duas forças por contração. ok?). Jamais imaginei que fosse correr tudo tão rápido. Achei que fosse ficar lá por no mínimo uma hora, me vendo gritar, apertar, urrar, suar, fazer cara feia e tudo mais. Tudo aquilo que a gente vê em novela. Na verdade, fiz tudo isso, lá na hora das contrações, mas no momento que o Léo realmente veio ao mundo, eu me senti no céu.

Foi, com absoluta certeza, o momento mais forte, intenso, sublime e lindo da minha vida. Foi algo do qual não irei me esquecer nunca. Toda vez que eu vejo o vídeo meio torto que o meu marido gravou (e que se levando em conta o calor da emoção ficou ótimo!) eu tenho vontade de voltar para aquele momento e revive-lo só mais uma vezinha, e então também vem a vontade de ter outro filhote, para começar tudo de novo.

Bom depois disso, depois da estréia do Léo nesse mundão de Deus, muita água rolou, e agora chegou a vez de falar um pouquinho (vai ser bem pouquinho mesmo, comparado a tudo que foi vivido nesse período) das experiências incríveis, malucas, apaixonantes e apavorantes que só se vive quando se é mãe.

O meu início de maternidade ficou longe, muito longe de tudo que eu sempre idealizei. Nos primeiros dias, ainda na maternidade, o Léo parecia um estranho para mim. Eu não sabia como segurar direito, eu não tinha noção de como trocar uma fralda, eu não me sentia sequer pronta para amamentá-lo. Quando eu pensava que em poucas horas eu sairia dali, com ele nos braços, só me vinha à mente a seguinte pergunta: como é que esse serzinho irá sobreviver?

E aí chegamos em casa. Carregando o bebê conforto com um pacotinho super especial dentro. Ele entrou no nosso lar pela primeira vez dormindo, feito um anjinho, e nós, meio perdidos, não sabiamos o que fazer com aquela trouxinha. Lembro claramente que nos perguntamos: “e agora colocamos onde? Em cima da mesa? Em cima do sofá? No quarto?”. Nos pareceu mais lógico acomodar o bebê conforto sobre os sofá, e lá ele ficou, até acordar e aí jão não sei mais o que aconteceu.

Os primeiros dias ainda são uma coisa meio esfumaçada na minha memóia. Lembro das coisas, mas super embaralhadas. Lembro de dormir pouco, de chorar bastante, de ficar super sensível, de não conseguir mais me separar do meu filho. Queria estar sempre por perto, sempre ao lado, sempre com ele sob o meu olhar cuidadoso e protetor. Ah, o amor quase sufocante de mãe começava a surgir.

Depois desses primeiros dias, bagunçados, caóticos, cheios de emoção e sentimentos, a maternidade começou a se tornar mais real, com tudo de bom e de não tão bom assim a que toda mãe tem direito.

Aos poucos, fui percebendo que depois que viramos mãe nos tornamos mais humanas, mais emotivas, mais preocupadas, mais responsáveis, mais zelosas, mais pacientes, e mais uma infinidade de “mais” sobre os quais eu poderia divagar um dia inteiro inteira. Basicamente, a maternidade nos faz uma nova mulher e é, na minha opinião, uma experiência tão forte, tão profunda e tão significante porque mexe com a nossa carne, as nossas entranhas e o nosso coração.

Hoje, do alto da minha experiência de um ano como mãe, me sinto confortável para fazer algumas afirmações:

A parte difícil vai passar.
Você vai sentir saudade de várias coisas. Coisas que hoje você jura que jamais sentirá.
Você vai aprender muito mais que ensinar.
Você vai se tornar mais experiente, mais segura e mais confortável no papel de mãe.
A parte difícil vai passar.
Você vai amar alguém mais que a você mesma.
Você vai fazer de tudo por esse alguém. Você vai virar uma leoa para protegê-lo.
Você vai buscar ser uma pessoa melhor porque esse alguém merece que você seja.
A parte difícil vai passar. :-)
Você vai querer ter filhos de novo. Muito antes do que você pensa.
Você vai sentir que nunca mais estará só.
Você vai ter certeza de que seu coração bate fora do corpo.
A parte difícil vai pasar e, acima de tudo, tempo vai passar, muito mais rápido do que você possa imaginar.

Por isso, aproveito esse momento para deixar aqui aquele conselho que tantas vezes eu ouvi, mas que parece que só agora eu consegui assimilar (marcos da vida nos permitem perceber a efemeridade dela): Viva cada mínimo momento! Aproveite cada instante ao lado do seu filho, pois assim como a parte difícil, tudo passará. E muito, mas muito mais rápido do que você possa imaginar.

Eu torcia para que o Léo chegasse logo aos três meses (toda mãe sabe porque, não preciso aqui explicar) e hoje tenho a impressão de que três meses levaram um ano e de que os nove restante passaram em um dia.

E, como não poderia deixar de ser, para finalizar, minha mais importante mensagem:

FELIZ ANIVERSÁRIO LÉO! Te amo!

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