Trombofilia na gravidez é muito sério e precisa de cuidados redobrados durante a gestação. Algo que nem todo mundo sabe, mas que acontece com muitas mulheres.
Neste post, nosso colunista o Dr. Alfonso Araújo, explica tudo sobre esse tema. Confira e compartilhe.
Trombofilia na gravidez
A doença que aumenta a coagulação no sangue pode levar à trombose e precisa de cuidados redobrados na gestação
O aumento na coagulação do sangue pode ser o sinal de uma doença que costuma se manifestar com mais frequência na gestação. A trombofilia na gravidez pode obstruir vasos da placenta e do útero, provocar aborto ou parto prematuro e afetar o desenvolvimento do bebê. Além disso, a gestante com trombofilia está mais propensa a desenvolver hipertensão gestacional e tem mais chances de ter algum tipo de trombose.
A trombose se caracteriza pela formação de coágulos que percorrem o corpo pela corrente sanguínea e pode gerar obstruções em áreas vitais. Embora seja mais comum na gestação, ela pode acontecer em qualquer fase da vida, causando com frequência obstrução nas pernas, devido ao fluxo menor de sangue nos membros inferiores.
A trombofilia, até que se manifeste em trombose, não é detectável com tanta facilidade. Mas a mulher que já tem propensão para a doença deve redobrar os cuidados já no primeiro trimestre da gestação. Pois esse é o período quando os abortos espontâneos ocorrem com mais intensidade.
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Abortos de repetição podem apontar para a possibilidade do problema e é indicado tratamento prévio antes da mulher tentar uma nova gravidez. As causas desse aumento na coagulação do sangue podem ter relação com fatores hereditários. Entretanto a doença pode se manifestar ao longo da vida por outras condições.
Exames de sangue e avaliação do histórico familiar da paciente devem ser levados em conta pelo médico para que ele possa definir a melhor abordagem e tratamento adequado, e dependendo da gravidade, o uso de anticoagulantes pode ser ministrado ao longo de toda a gestação.
A Mutação do fator V, de Leiden – é um indicador importante e precisa ser avaliado, o fator V não deixa que a proteína C fique na quantidade ideal para o corpo. Já o fator da anti-trombina causa a deficiência produtiva natural do componente proteína C. Mas não é apenas esse quadro que pode colaborar para que uma mulher tenha abortos recorrentes ou que impeça a gravidez de seguir adiante, por isso é importante o acompanhamento pré-natal e atendimento especializado no caso de trombofilia.
Outro aspecto da trombofilia é quando o problema só é descoberto na gestação após uma crise de obstrução, quando uma via importante para o feto é bloqueada por um coágulo. Por exemplo, essa obstrução pode ocorrer no cordão que leva oxigenação e alimentação fornecidos pela mãe para o bebê. E ainda, se a via for comprometida numa idade gestacional avançada, há um risco muito maior de ocorrer um parto prematuro ou mesmo a morte do bebê.
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A pré eclâmpsia, um distúrbio da pressão arterial que geralmente ocorre após a 20ª semana de gravidez, é uma condição séria que atinge de 2 a 8% das mulheres grávidas. Isso pode ser, em muitos casos, decorrente da trombofilia.
Tratar a trombofilia é relativamente simples desde que o diagnóstico seja feito e a gestante receba a medicação adequada com anticoagulantes e agentes que “afinem” o sangue, como é o caso do Acido Aacetilsalicílico, o AAS infantil. O benefício que ele traz é imenso e a circulação aumenta significativamente.
É recomendado o uso de heparina que é um coagulante recomendado com frequência como tratamento em gestantes. Não traz risco para o feto e evita a obstrução das veias, que é fundamental para a saúde da mãe e do bebê. E, na medida em que o parto se aproxima, visando diminuir os riscos de hemorragia, o tratamento deve ser descontinuado uma ou duas semanas antes do nascimento do bebê. E o mais importante a salientar é que uma mulher com trombofilias pode sim ser mãe, basta identificar e tratar o problema o quanto antes.
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