Hoje vamos falar de teapia, mas não simplesmente. Vamos falar da importância da terapia para as mães.
Quem conversa com a gente é a nossa colunista Kênia braga, empresária e psicóloga. Confira!
Terapia para Mães
Você já sentiu necessidade de fazer uma terapia, mas não tem certeza se ela é necessária para você?
A maternidade é um dos maiores desafios que alguém pode enfrentar na vida e na maioria das vezes deflagra uma profunda crise de identidade. Raramente esse processo ocorre de maneira tranquila, mediante a transformações no corpo e as mudanças na rotina de vida da mulher. Esses fatores certamente causam muito estresse. Muitas mães se sentem necessidade de buscar uma orientação emocional de um profissional, mas não sabem qual é o momento certo para pedir ajuda…
É muito comum as mães precisarem de um direcionamento até aprenderem alternativas de vida mais funcionais, principalmente quando existe um quadro de ansiedade ou alguma psicopatologia em curso. Não podemos ser simplistas e falarmos de dicas e estratégias como mágicas, para as mães, muitas estão pressionadas há tempos e já adquiriam algum quadro de ansiedade importante. Em muitos casos a psicoterapia associada a um estilo de vida mais saudável é imprescindível para prevenir comorbidades ou a cronificação dos sintomas.
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O autocuidado não está diretamente limitado à rotina de cuidados estéticos, conforme é dimensionado nas redes sociais, isso é uma visão reducionista que colabora para a comparação e o sofrimento; para ser colocado em prática exige que façamos uma reflexão: o que eu realmente preciso para ficar bem no meu dia? Minha saúde mental está sendo cuidada assim como cuido do meu corpo? Como estão minhas emoções?
Adquirir a consciência de que bons hábitos são necessários para o seu bem estar, assim como procurar implementá-los com consistência e metas realísticas, é o primeiro passo para construir uma transformação de vida e ser uma mãe mais auto realizada e feliz. Separe um tempo para a reflexão, agora mesmo…Pense na sua rotina, em seus objetivos e desejos e reflita sobre quais são as suas prioridades, e sobre como você tem utilizado o seu tempo. Você estabelece algum tempo no seu dia para você exercer, de alguma forma, o autocuidado, se sim, quanto tempo? Você está disposta a renunciar a algo para ter maior saúde mental? Mas entenda que mudar os hábitos de vida não é algo que ocorre do dia para a noite, na vida de uma mãe, exige muita disciplina e força de vontade. Algumas só conseguem se organizar após algumas sessões de psicoterapia…
Qual é o papel da psicoterapia e como ela poderia lhe ajudar?
A terapia pode ajudar a paciente a se adaptar à nova realidade que se apresenta, possibilitando novas elaborações, da fase atual e futura para ressignificar a sua identidade como mulher e também como mãe. É necessário conscientizar as mães sobre o autocuidado e a prevenção da saúde mental ou atuar no tratamento de um transtorno mental e dificuldades ligadas à doença, para ajudar a paciente a ter um papel mais ativo na busca da maternidade saudável.
Também é muito importante ensinar métodos de monitoração da ocorrência, gravidade e curso de possíveis sintomas desagradáveis para facilitar a cooperação com o tratamento, oferecendo técnicas não farmacológicas para lidar com pensamentos, emoções e comportamentos problemáticos; assim como ajuda-las a controlar sintomas leves sem necessidade de modificar medicação e a enfrentar fatores de estresse que podem interferir no tratamento ou precipitar episódios de mania ou depressão durante a gravidez ou no puerpério. Quando deflagrado alguma psicopatologia, estimular a aceitar a doença; diminuir trauma ou estigma associados.
Como a terapia funciona na prática:
1.Estilo colaborativo:
A Paciente é encorajada a trabalhar junto com o terapeuta participando ativamente. As mães são estimuladas a decidirem em comum acordo o que trabalhar nas sessões, que metas alcançar na terapia, etc. No final das sessões normalmente é solicitado a paciente um feedback que contribui para solidificar a relação. Comumente perguntamos o que ela entendeu naquela sessão e se aconteceu algo que a fez sentir-se triste ou ansiosa; se ela se sentiu entendida ou não e então, esclarecer dúvidas ou mal-entendidos.
2.Caráter educativo
Consideramos importante que a cliente deva aprender a ser a sua própria terapeuta;
Ensinamos a relação entre os seus pensamentos, emoções e comportamentos;
Baseada nos problemas do paciente e no estabelecimento de metas específicas (como iniciar amizades novas, tornar-se mais íntimo dos amigos atuais, lidar com a desobediência dos filhos, minimizar as preocupações com os pequenos); a paciente dever ser orientada sobre a natureza do transtorno, quando houver etc. A partir destas metas são identificados os pensamentos automáticos testáveis que impedem a realização destas metas.
3.Estruturação das sessões:
Aplicação de questionários e inventários para avaliar a saúde mental, presença de crises de ansiedade ou pânico, angústia, depressão, medidas de crenças, rituais compulsivos, etc. Solicitação do feedback da paciente referente a sessão anterior.
Agenda dos tópicos importantes a serem discutidos na sessão. No início o terapeuta é mais diretivo com relação aos itens. À medida que a paciente se torna mais familiarizada, ela é solicitada a assumir mais responsabilidade sobre os assuntos agendados. Revisão das tarefas de casa. Implementação de estratégias específicas: identificação e avaliação dos pensamentos automáticos, experimentos comportamentais etc. Estabelecimento de novas tarefas de casa: registro de pensamentos automáticos, exposição etc. Resumo da sessão e feedback: a paciente é incentivada a resumir pontos principais que foram aprendidos, bem como revelar que sentimentos experimentou na sessão. Preocupação com a prevenção de recaídas, checar e desafiar pensamentos automáticos residuais e comportamentos evitativos ao final do tratamento.
4. Modelo da TCC
A psicoterapia cognitivo comportamental (TCC), é a mais efetiva para uma mudança no estilo de vida e tratamento de transtornos de ansiedade ou humor. Durante as sessões de psicoterapia da TCC, sugerimos as pacientes uma lista com tudo que desejam fazer em uma ordem de prioridade ( rotina com prazer de viver, descanso, lazer, atividade física, meditação, leituras, hobbies, sono adequado, socialização; etc..) e depois ensinamos como seguir um passo de cada vez, dentro dos recursos delas, sem falsas culpas ou crenças limitantes. Ensinamos ainda, ferramentas de autogestão e mudanças de hábitos e a manterem firmes no proposito até o cérebro adotar um aprendizado automático, ou seja, não seja, não é um efeito rápido, exige muito treino e ferramentas.
5. Não tenha medo de buscar ajuda
Pare de se cobre demais caso não consiga atingir seus objetivos através de tentativa de melhorar a rotina, busque atendimento psicológico para um melhor direcionamento, caso não consiga por si mesma… Portanto, não hesite em buscar ajuda profissional, para aprender as melhores formas de praticar o autocuidado e preservar a sua saúde física, psíquica e emocional. Mães com depressão ou ansiedade têm uma percepção inadequada da realidade. Pensam de forma idiossincrática, tendência negativa sistemática no modo como veem a si mesmos e o mundo, e esta interpretação negativa influencia as respostas emocionais e comportamentais e pode manter os sintomas depressivos; portanto é muito importante buscar a terapia no início do desconforto emocional, o quanto antes for diagnosticada uma psicopatologia, maior a chance de se recuperar mais rápido.
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