Na semana passada, retomamos com a coluna dos especialistas. O texto de estréia publicado foi o da Alessandra Palazzin, com o tema 5 motivos para colocar o momento de brincar com o filho na sua rotina.
Hoje, trazemos a pediatra Renata Scatena para falar sobre o sarampo e a importância da vacinação. Confira!
Por Renata Scatena
O sarampo é uma infecção viral provocada pelo Morbili vírus. Ela é muito contagiosa e se não vacinada a pessoa tem 90% de chance de pegar a doença. No ano passado, o mundo assistiu um surto de sarampo na Europa em que mais de 21 mil pessoas ficaram doentes e 35 morreram em decorrência das complicações causadas pela moléstia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), houve um aumento de 400% nos casos em comparação com 2016.
A doença é adquirida por meio do contato com secreções de pessoas doentes seja por gotículas de um espirro ou tosse. Por esse motivo, a disseminação do sarampo é maior no inverno quando mais pessoas ficam em lugares fechados e com maior aglomeração de pessoas. Dentre as doenças infantis, ela é considerada uma das mais graves no Brasil porque atinge as vias áreas e também afeta alguns órgãos.
O período de incubação da doença, entre contágio e o aparecimento dos primeiros sintomas, é de 12 dias. Os primeiros sinais são tosse seca, febre alta e secreção no nariz. Após poucos dias da contaminação aparecem manchas avermelhadas na pele que iniciam no rosto e depois se espalham pelo resto do corpo. Elas não coçam e duram pouco mais que uma semana. Após esse período, as manchas ficam mais escuras e isso sinaliza que o vírus já atingiu os vasos sanguíneos.
O tratamento é direcionado para aliviar os sintomas e manter a hidratação do paciente. A medicação prescrita pelo pediatra tem o intuito de amenizar as dores e controlar a febre já que não existe um tratamento com antiviral para esse caso. Crianças e adultos infectados devem ficar isoladas de pessoas não vacinadas por pelo menos 10 dias evitando a transmissão da doença.
A vacinação é a forma de prevenção mais eficaz! A vacina do sarampo é composta por duas doses, uma ao completar um ano de idade e segunda, após os três meses.
No passado, a recomendação era a primeira dose aos 12 meses e um reforço aos 4 anos de idade. No esquema atual, a segunda dose foi antecipada para 15 meses. As vacinas são efetivas, de vírus vivo atenuado e têm poucos riscos ou efeitos colaterais. Pergunte ao pediatra de sua confiança sobre as vacinas Tríplice viral (SCR – Sarampo, Caxumba e Rubéola) ou Tetra Viral (vacina combinada SCR+ Varicela).
Além de afetar gravemente a saúde geral do indivíduo, o sarampo pode propiciar o surgimento de outros males como a pneumonia bacteriana.
Por fim, vale um alerta importante para as gestantes não vacinadas ou mulheres que pretendem engravidar. O contato com pessoas infectadas durante a gravidez é perigoso. Ao adquirir sarampo durante a gestação, aumenta-se significativamente os riscos para aborto e parto prematuro.
Em caso de diagnóstico positivo, a grávida deve iniciar tratamento imediato e ter acompanhamento médico contínuo. Não é ser vacinada para sarampo durante a gravidez porque podem acontecer complicações uma vez que o sistema imunológico da mulher fica mais comprometido.