Assunto sério, bem sério e bem urgente, pessoal. Por conta de todas as notícias sobre o aumento impressionante dos casos de microcefalia no Brasil achei que era bom reunir as informações que já temos sobre esse assunto. Não só falar sobre o surto em si, como sobre o que é a microcefalia e o que ocorre com bebês que têm esse problema.
O tema é urgente pois nestes últimos meses foram registrados 739 casos de microcefalia em nove estados do país (dados contabilizados até 21 de novembro). Em 2014 foram 174 notificações de casos, só para se ter uma ideia do quanto aumentou e como não é uma situação normal. Embora a região Nordeste seja a mais afetada, o perigo existe para todos os estados, pois a hipótese mais provável é que esse surto esteja sendo causado por um vírus, o zika, que é transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti, o mesmo da dengue e da febre chikungunya.
A situação está tão grave e ainda é tão nebulosa para os profissionais da saúde e da ciência que uma das recomendações feitas pelos especialistas é que as mulheres evitem engravidar. Isso mesmo, enquanto não se tem certeza de se é o vírus zika o causador desse surto e como isso acontece ou como prevenir, o melhor que se pode fazer, de acordo com muitos médicos, é não engravidar.
Como nunca foram feitas pesquisas associando esse tipo de vírus e casos de microcefalia, os cientistas e médicos não têm como recorrer a material ou a dados sobre isso. As estimativas são de que se demore pelo menos de seis meses a um ano para que se consigam pesquisas relacionando efetivamente essa relação de causa e efeito e até para saber a extensão de danos que o vírus pode causar
A recomendação de evitar a gravidez ocorre pois a microcefalia é um problema sério e sem cura. Como o nome diz, o que ocorre e que o cérebro do bebê é menor do que deveria ser. E isso causa diversos problemas no desenvolvimento da criança, em graus variados, cerca de 90% das crianças terão algum tipo de deficiência mental. Outras coisas que podem acontecer são epilepsia, muitas dores na cabeça e nas articulações, problemas de visão e de audição e um mau funcionamento do intestino.
As ocorrências de microcefalia eram muito raras e costumam estar ligadas ao uso de drogas pela mãe, envenenamento por mercúrio ou cobre, antes ou durante a gravidez, HIV materno, doenças metabólicas, desnutrição, meningite ou por infecções de alguns vírus e bactérias. Por isso que a suspeita recai sobre o zika vírus. Testes feitos nas mães que tiveram bebês com o problema apontam que elas tiveram contato com este vírus.
E muitas das pessoas que tiveram contato com o vírus nem sabem, pois nunca apresentaram sintomas de doenças. Isso ocorre também com o vírus da dengue. Quase 80% das pessoas picadas por mosquitos e infectadas com algum desses vírus não fazem a menor ideia disso e só a presença do vírus no organismo já faz dos riscos de desenvolver um feto com microcefalia serem muito maiores.
Enquanto não se estabelece a relação direta das causas desse surto, fica a obrigação de todos – cidadãos e governos – de combater os focos onde o mosquito da dengue pode se reproduzir. Ou seja, agora mais do que nunca é importante checar se tem foco de água parada no jardim, no quintal, nos vasos de planta. Eliminar tudo isso, colocar areia nos pratinhos dos vasos. Denunciar terrenos ou lugares na vizinhança que possam ter criadouros do Aedes. Veja mais sobre isso neste post.
Fique atenta para as notícias, para a limpeza dos ambientes e invista nos repelentes até que esse surto diminua. Para as mulheres que já estão grávidas ou pensando em engravidar e não podem ou não querem postergar a decisão, a recomendação dos especialistas é o uso de repelentes com a substância dietil toluamida (DEET) e seguir as recomendações de uso, sem extrapolá-las, pois é uma substância que, em quantidades elevadas pode ser tóxica. Evite os naturais, pois não há comprovação de que eles realmente funcionam e espantam o mosquito.