Macetes de Mãe

Sobre nem tudo serem rosas no primeiro ano de vida do bebê

Certa vez, postei na fanpage do Macetes de Mãe que não via a hora do Caê completar 6 meses, pois aí estaria mais espertinho, estaria comendo, estaria interagindo mais e eu me sentiria mais segura. Muita gente entendeu o que eu quis dizer e concordou, mas um número significativo de pessoas também criticou. Comentaram que, agora, eu dizia isso, mas que depois estaria me lamentando que o tempo havia passado muito rápido, sentindo falta de tudo que ficou para trás, querendo viver de novo o que tinha ficado no passado.

primeiro ano de vida
Photo Credit: Sinthonia via Compfight cc

Na verdade, eu entendo o que essas pessoas que criticaram tentaram dizer, mas eu não concordo. Sei, claro, que com certeza sentirei saudade de um monte de coisas (ou alguém aí duvida que bebê é uma coisa deliciosa?), mas não sou daquelas pessoas que fica vivendo o passado e se lamentando pelo que ficou para trás. Pelo contrário, sou daquelas que sempre acha a nova fase mais bacana e gostosa que a anterior e considero isso uma maravilha, pois assim eu vivo o presente e não fico presa ao passado.

E além de curtir as fases novas mais ainda que as anteriores, outra coisa que me faz não sofrer com a passagem do tempo é que, para mim, nem tudo são rosas no primeiro ano de vida do bebê. Na verdade, eu considero os primeiros 12 meses uma fase bem, bem, bem desafiadora e não tenho medo, receio ou vergonha de admitir isso para ninguém.

Para mim, a festa de 1 aninho do bebê é mais do que uma comemoração para celebrar o primeiro aniversário da criança. Ela é, também, ou até principalmente, uma forma de marcar e celebrar uma conquista da mãe, que passou por um período importante, desafiador e nem sempre fácil.

Leo me deu muito trabalho no primeiro ano de vida por ter APLV, refluxo oculto e dormir muito, mas muito mal. Agora, com Caê, as coisas também não são muito diferentes. Eu não sei o que é dormir mais de 3h seguidas (e isso que ele já tem 7 meses), sofri demais com os problemas respiratórios que ele apresentou e vivo insegura por conta do pouco peso que ele costuma ganhar mês a mês. Ou seja, dizer que está sendo um mar de rosas esse primeiro ano do meu pequeno é mentira.

E sei que isso não acontece só por aqui. Converso com muitas amigas que tem bebês novinhos e também escuto desabafos de leitoras e muitas delas falam que sim, o primeiro ano é barra, é difícil, é exaustivo, é uma fase em que se testa os nossos limites. Ficar sem dormir, passar por problemas de saúde, aprender a lidar com um serzinho que a gente ainda não conhece, tudo isso e muito mais não é fácil. E quem vive sabe disso.

O problema, é que nem sempre a gente pode admitir. Muitas vezes, parece que se a gente abre a boca para dizer que as coisas não são fáceis a gente está dizendo que não ama nossos filhos o que, nem de longe, é verdade. Justamente por amarmos tanto nossas crianças é que muitas vezes sofremos tanto, porque o amor é proporcional à dedicação, à preocupação e à entrega.

Como disse, eu não tenho vergonha de admitir que comemoro sim quando meus filhos completam um ano de vida. Acho que a fase mais rica e cheia de novidades de suas vidas está ficando para trás, mas está ficando também para trás a fase mais difícil e desafiadora que a gente vive junto.

Aí tem gente que vai dizer que sempre é difícil e sempre será desafiador. Não duvido nada disso, mas acho que o  pior  já passou. Depois de um ano, eles já dormem melhor, eles já estão com a saúde mais fortalecida, eles já estão um tantinho mais independente da gente e a gente pode, aos poucos, voltar a pensar em todo o resto que foi deixado para trás, incluindo nós mesmas.

Sei que muita gente vai discordar desse texto, mas sei também que tantas outras pessoas irão entender direitinho o que eu estou querendo dizer. Acima de tudo, amamos nossos filhos, mas isso não nos impede de admitir que as coisas nem sempre são fáceis e que torcemos, sim, para que fiquem para trás os momentos mais desafiadores e que a gente possa curtir a maternidade com mais calma e tranquilidade.

Assista esse vídeo no Canal MDM sobre qual é a pior fase da criança:

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