Enquanto nossos filhos não aprendem a falar, somos as responsáveis por tentar entender suas reações e incômodos. E uma coisa que devemos sempre ficar atentas é quanto a situações de infecção urinária.
Você sabia que, até os 8 anos de idade, os médicos estimam que cerca de 8% das meninas e de 2% dos meninos irão receber ao menos um diagnóstico de infecção urinária? Pois, para mim, parece muito e, por isso, decidi abordar esse assunto aqui no blog.
Apreendendo sobre o assunto
Bom, para entender como acontece essa infecção precisamos recordar um pouco das aulas de anatomia. O sistema urinário é basicamente formado por quatro partes que estão ligadas entre si para gerar a saída do xixi, então, nesta lista, estão o rim, que fabrica a urina, os ureteres, que levam o xixi dos rins até a bexiga, a bexiga, que armazena e elimina o líquido pela uretra, e esta que,, finalmente é o local onde sai o xixi.
Se algum microrganismo entrar, em alguma dessas partes, o diagnóstico é certo: infecção. Já o nome pode variar conforme a parte que afetou, pode ser uretrite, cistite ou pielonefrite.
E não pense que é difícil um microrganismo entrar lá porque não é não. A maioria deles vem do intestino pelo contato das fezes com o lugar da saída do xixi.
Sinais que devemos prestar atenção
Como nossos filhos nem sempre conseguem explicar o que estão sentindo é preciso ficar alerta em caso de:
- Mal-estar
- Falta de apetite
- Vontade de fazer xixi toda hora (mesmo em crianças que já passaram pelo desfralde)
- Reclamação ou choro ao fazer xixi
- Alteração na cor e cheiro do xixi ou até xixi com sangue
- Quando a criança que já largou a fralda não aguenta chegar ao banheiro para fazer xixi
- Diminuição no ganho de peso
- Alterações do sono
- Irritabilidade
Meninos X meninas
Nos primeiros meses de vida, a incidência de infecção urinária é mais comum em meninos. Isso por causa da pele da ponta do pênis ser mais fechada, dificultando a retração e facilitando a adesão das bactérias. Mas com o tempo, essa pele se abre sozinha e o risco é bem menor.
Já depois de um ano de idade, o alerta fica para as mães das meninas (afinal elas representam os 8% dos diagnósticos). Como a uretra feminina é mais curta e a saída fica próxima ao ânus, os microrganismos podem chegar mais fácil ao trato urinário.
Mas o aviso geral fica para qualquer mãe com filho entre 3 a 4 anos, que é quando eles deixam a fralda e estão se adaptando a rotina de usar o banheiro.
Hora do diagnóstico
Se o seu filho tiver algum dos sintomas acima, o médico pode pedir o exame de urina para confirmar ou não uma infecção.
Para colher a urina, você deve tomar cuidado para ela não ser contaminada pelas bactérias na pele, no bumbum e no cocô.
Se o seu filho já passou pelo desfralde a coleta é igual a do adulto, sempre lembrando de de limpar bem a área antes. Ah, às vezes pode demorar um pouquinho até a criança ter vontade de fazer xixi, isso é normal. Nesses casos, há de se ter paciência.
Já em bebês, o assunto é um pouco mais delicado e para colher o material é usado um saquinho específico que é fornecido pelo laboratório. Esse saquinho tem um furo redondo de, mais ou menos, 2cm de diêmetro num dos lados e ao redor dele há um círculo adesivo que é colado sobre a pele (sempre limpa). Na hora de colar o saquinho, no caso dos meninos, o pipi fica dentro do saco e o adesivo adere ao redor do órgão. Já no caso dos meninas, o deve ser posicionado na saída do xixi e também fixa-se o saquinho somente após higienização do local.
Quanto ao tratamento, ele é bem simples e feito com antibiótico via oral. Só não demore em procurar o pediatra para não ter o risco de a infecção chegar até os rins.
Mas, sempre é melhor prevenir do que remediar, certo?!
Dá para fugir da estatística e evitar que o seu filho tenha uma infecção. Para te ajudar separei algumas dicas bem legais e fáceis:
Não deixe a criança com a fralda suja por muito tempo;
Em meninas a limpeza íntima deve ser feita da frente para trás e no desfralde a mãe deve ensinar também desta maneira;
Verifique se a criança não deixou nenhum pedaço de papel nos órgãos genitais;
Lembre seu filho de ir ao banheiro (pelo menos a cada 3 horas), segurar o xixi é um hábito que aumenta a chance de proliferação de bactérias;
E veja se o seu filho consegue ficar relaxado no vaso sanitário, se for preciso coloque um apoio para os pés para que assim ele consiga eliminar toda a urina que tiver.