Categorias: colunas

Saúde emocional das crianças na pandemia  

Compartilhe:
pin it

Você já parou pra pensar como anda a saúde emocional das crianças na pandemia? Pois bem, se nós adultos não podemos dizer que estamos tranquilos, quem dirá as crianças.

No post de hoje, nossa colunista Silmara Spinelli, farmacêutica dá dicas em como os pais podem ajudar seus filhos nesse momento de pandemia.

Saúde emocional das crianças em tempos de pandemia

“Mamãe, por que a escola está fechada?”, “Por que a gente não pode ver a vovó?”, “Eu estou com coronavírus?”, “Quando é que ele vai embora?”. Esses são alguns dos muitos questionamentos que os pais têm escutado nesse momento tão delicado, juntamente com as mudanças de comportamento.

Mas nada mais natural: de repente, os pequenos foram arrancados de sua rotina e trancafiados em casa sob a ameaça de um inimigo invisível. Não tem jeito. Independentemente da idade, o confinamento vai impactar de alguma forma a vida de todas as crianças.

As primeiras repercussões começam a ser apontadas por estudos lá fora. Um levantamento realizado na província chinesa de Xinxim com 320 crianças e adolescentes revela os efeitos psicológicos mais imediatos da pandemia: dependência excessiva dos pais (36% dos avaliados), desatenção (32%), preocupação (29%), problemas de sono (21%), falta de apetite (18%), pesadelos (14%) e desconforto e agitação (13%).

É evidente que tudo varia de acordo com a idade, as características da menina ou do menino, o contexto familiar e social e, principalmente, o jeito com que os adultos ao redor lidam com a situação.

Mas então, como os pais podem ajudar na saúde emocional infantil durante a pandemia?

Não existe uma solução mágica que dê para ser aplicada em todos os casos, no entanto, levantamos alguns pontos importantes:

  • O primeiro passo é o responsável pela criança ser alguém que saiba olhar para essa situação e entender como tudo está diferente. O adulto cuidador deve saber lidar com os próprios sentimentos. É claro que isso não significa que os pais não devem sentir nada! Ansiedade ou impaciência, de vez em quando, são normais, pois a situação é nova para todos nós. O importante é manter o diálogo e dar acolhimento.
  • O segundo passo pode parecer estranho para alguns adultos, mas a verdade é que crianças, principalmente as menores, adoram uma rotina. Os pais devem criar uma rotina possível e que tenha alguma flexibilidade. É legal eleger prioridades, mas sem se cobrar demais. A rotina dá à criança previsibilidade e segurança, diminuindo a ansiedade e a irritabilidade.
  • O terceiro passo é ter cuidado com as informações que os pequenos consomem, afinal muitas notícias geram mais angústia. Essas informações precisam ser adequadas à idade, pois isso ajuda a não fantasiar a realidade.

    Leia também: alerta a saúde mental das mães

  • O quarto passo é procurar uma ajuda profissional que dê o apoio do qual a família precisa. Porém, é legal entender que enfrentar uma pequena desorganização nesse momento tem sido comum para quase todo mundo. O mais indicado é observar os pequenos e notar como eles reagem. Se os comportamentos estiverem atrapalhando as relações, é importante procurar ajuda e relatar essas percepções.
  • Ninguém aguenta viver só de tensão. Então, mais uma dica é criar momentos divertidos, já que eles ajudam a trazer mais bem-estar. Por exemplo, quem está de aniversário pode fazer uma festa virtual. E, para tornar toda a família feliz, que tal algumas brincadeiras com todos juntos?

Por fim, precisamos nos lembrar de que o maior aprendizado, nesse período, é o cuidado uns com os outros. Dar acolhimento nos momentos difíceis e ter esperança de um mundo melhor faz a diferença e isso começa na infância.

Veja mais!