Gente, momento desabafo total. E em público!… De uns tempos para cá, ando sentindo uma saudade homérica da minha gravidez. Tenho lembrado de tudo que vivi com um saudosismo enorme, que me deixa até emocionada em muitos momentos.
Quando eu estava grávida, e ouvia minhas amigas dizendo que eu iria sentir falta da barriga, e eu só pensava: “DUVIDO!!! DUVIDO!!! Duvideodó!!!! Como que vou sentir falta da barriga se passei a gravidez toda sentindo um pouco de dor no baixo ventre e não conseguindo dormir direito? Ah! Da barriga não vou sentir falta mesmo!”
E quer saber? Hoje eu não sinto só falta da barriga como de um monte de outras coisas. Na verdade, eu ando sentindo saudade de tudo. Sinto saudade daquela fase de inocência que a gente só vive uma vez na vida. Período que passamos nove meses imaginando como serão as coisas, como irá se comportar o bebê, como nos sairemos no papel de mãe. E, claro, tendo certeza que tudo será perfeito, que vamos estrear nesse universo já ganhando Oscars e que nosso bebê irá dormir a noite toda já a partir dos dois meses (por isso que falo em época da inocência. Ah! Santa inocência!). Não sei por que, mas na minha gestação, talvez justamente por ela ter sido tão, tão, tão maravilhosa (sim, a gente esquece a parte ruim!), eu achei que tudo que viria depois seriam também só rosas. Coisa que hoje eu sei bem que nem sempre é.
Sinto falta das mudanças no meu corpo. De me olhar no espelho e me achar divina com aquele barrigão enorme. De ver o meu cabelo cheio (eu tenho pouco cabelo), super brilhante e a minha pele, que não tem sido grande coisa nos últimos anos, parecer pele de comercial de produto da Avon (ah! melhor ainda, da Clinique, Vichy, Lancome!). Mas mais do que isso, sinto falta de sentir aquela coisinha minúscula dar os seus primeiros “passinhos” dentro da minha barriga e fazer eu sentir uma das maiores emoções da minha vida.
Sinto falta de todo o cuidado, atenção e paparico que recebi nessa fase. Sinto falta de pegar fila preferencial, de ter as pessoas me parando na rua para tocar na minha barriga (ok, tinha dias que isso me irritava, mas no geral, todo mundo era tão carinhoso que eu me derretia). Sinto falta do tempo dedicado para montar o enxoval do Léo, das madrugadas que passei preparando as coisinhas para o chá de bebê dele e das tarde que me dediquei à confeccionar parte da decoração do seu quartinho.
Sinto falta até dos rompantes hormonais, que hoje lembro rindo, quase às gargalhadas.
Eu sempre curti a minha gravidez, sempre tive consciência de que esse era um momento único e muito especial, mas hoje acho que venero mais ainda esses nove meses que ficaram para trás, guardados num cantinho muito especial do meu coração. Por isso, quero deixar aqui o meu conselho para as mamães que estão passando por isso ou que ainda irão passar: aproveitem! Aproveitem MUITO cada mínimo instante, porque depois vocês sentirão uma imensa saudade. E, mais do que isso, depois vocês nunca mais verão a vida da mesma forma, pois a época da inocência foi embora.
Um esclarecimento final:
Garanto que ter o Léo nos braços é muito mais legal que tê-lo dentro da barriga. Mas é sempre bom lembrar que o tempo voa e que é importante curtirmos a aventura encantadora dos nove meses intensamente, pois depois, impreterivelmente, mais cedo ou mais tarde, a saudade vai bater. Ah, vai!