Foi difícil porque eu pensava em um título para esse post e só o que me vinha em mente era: Quem se ferra é a mãe. Isso ficava martelando, martelando, martelando na minha cabeça e só parou de me azucrinar quando vim aqui expressar essas lindas palavras na tela do computador.
O que eu estou tentando dizer com isso? Dizer, mostrar, colocar em palavras o que rola por aí e que todo mundo vê, mas finge que não percebe e nem tem coragem de assumir em público, muitas vezes. O que quero dizer é que, quando a parte complicada da maternidade/paternidade chega ou quando alguma coisa sai do controle, do planejado, quem se ferra, quem se vira nos trinta, quem deixa suas coisas de lado para que o show possa continuar, quase sempre, salvo raras exceções, é a mãe.
Quer ver?
Filho ficou doente, alguém tem que pegá-lo na escola, no meio do expediente, e abandonar aquela penca de trabalho pendente e ainda faltar naquela reunião super importante. Quem é que vai? É a mãe.
Filho precisa tomar remédio, dá xilique e se nega a engolir aquela meleca rosa fosforescente e alguém tem que enfiar goela abaixo. Quem é que enfia? É a mãe.
Filho chama no meio da noite, clama por socorro, quer carinho, colo, atenção, peito, amor ou nada disso mas quer que alguém levante. Quem é que vai? É a mãe.
Filho ficou doente, passa a noite chorando e alguém tem que passar a intermináveis horas em claro dando conta do recado. Quem é que vara madrugada? É a mãe.
Filho veio ao mundo, alguém tem que deixar a sua carreira de lado. Quem é que deixa? É a mãe.
Filho veio ao mundo, a carreira não precisa ser deixada de lado, mas ela vai, digamos assim, estagnar. Quem é que encara essa? É a mãe.
Filho veio ao mundo, a pessoa resolve não deixar a carreira de lado porque gosta do que faz e se sente plena e realizada fazendo isso. Quem é criticada? É a mãe. Porque do pai, óbvio, ninguém espera algo diferente disso. Já a mãe é aquela cobra jararaca insensível que não cuida da prole.
Filho é mal educado, birrento, dá show em público e alguém nessa história não criou direito. Quem é a responsável por essa balbúrdia? É a mãe. (não, não concordo com isso e não vejo dessa forma, mas juro para vocês que tem gente que vê).
Tem um encontro de amigos, evento de família, viagem de sei eu lá o quê, mas alguém tem que ficar em casa cuidando do filho. Quem é que fica. É a mãe.
Gente, não quero ser preconceituosa, não quero ser machista-ao-contrário e também não quero generalizar. Mas o que eu percebo por aí, e percebo aqui na minha casa também, por mais que o pai do Leo seja um pai dos mais bacanas, é que quando o bicho pega, quando temos que fazer uma escolha, quando temos que abrir mão de algo é em cima da mãe que rojão costuma estourar.
E aí, se a gente estoura (like me right now), ainda acham ruim e chamam a gente de descompensada. A vá!
PS: acho que ainda vou me arrepender de escrever e publicar esse post. Por isso vou escrever hoje, deixar a minha TPM passar e aí, se sentir que cabe, publico esse negócio.
PS2: caso eu publique e vocês achem que eu estou louca, insana, pirada na batatinha e que viajei na maioneses escrevendo tudo isso, please, me avisem. Ainda dá tempo de tirar do ar (Por isso que adoro essas coisas de blog. Sempre penso: ai se fosse um livro! Não teria volta).
PS3: e, por favor, não confunda “Quem se ferra é a mãe” com “Ser mãe é se ferrar”. Essas são coisas completamente diferentes. E caso você não tenha entendido, eu explico: apesar da gente se ferrar, a gente ama ser mãe. :-)