Categorias: experiências | Relatos e Impressões pessoais

Que mãe que nunca…

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Que mãe que nunca levantou no meio da noite para ver se o filhote ainda estava respirando.Que não acordou assustada porque o bebê estava chorando. E que não acordou apavorando porque ele estava há muito tempo em silêncio.Que mãe que nunca torceu para dormir umas horas a mais e nos momentos que podia ter feito isso preferiu ficar a postos, velando o sono do filho.

Que mãe que nunca se questionou se estava fazendo certo, que não se comparou com outras mães e que não chorou em silêncio por achar que estava falhando.

Que mãe que nunca trombou na parede no meio da madrugada, tamanho o sono e cansaço. E que nunca fez xixi na calça de dia tamanha a correria.

Que mãe que nunca ligou para o marido voltar mais cedo do trabalho. Que não torceu, só por uns instantes, para a licença maternidade acabar antes. E que logo em seguida desejou profundamente que ela não acabasse nunca.

Que mãe que nunca se viu rindo sozinha. Chorando sozinha. Rezando sozinha. Fazendo promessa sozinha.

Que mãe que nunca desejou não se sentir tão só. E que também não desejou, só um pouquinho, ficar completamente sozinha.

Que mãe que nunca pensou em voltar a ter as dores do parto se isso significasse o fim das cólicas do seu filho. O fim dos sofridos três primeiros meses. O fim daquela otite que sempre teima em voltar.

Que mãe que nunca se perguntou se todas as mães também passam por isso. Se todas elas se sentem assim. Se todas elas vivem no mesmo céu e de vez em quando dão umas voltinhas pelo mesmo inferno.

Que mãe que nunca pensou no que estaria fazendo se não tivesse com o filho no braço, no meio da correria e consumida por tanto cansaço.

Por fim, que mãe que nunca pensou: eu vivo tudo isso novamente, dia após dia, só para sentir que você está do meu lado e minha vida jamais será vazia.

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