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Primeiros três meses de vida do bebê – cuidados importantes

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Olá mamães, estou aqui de novo para trazer novas questões para pensarmos (como se nossas cabeças já não estivessem cheias de interrogações, não é mesmo? Risos!) Mas é isso aí, ser mãe (e pai) é viver em meio a várias dúvidas e se deparar com certezas que caem por terra a todo o momento.
Nesse sentido, um dos períodos que geram mais dúvidas nos pais são os famosos e muitas vezes angustiantes três primeiros meses. Pais, e principalmente mães, se perguntam a todo instante se estão fazendo certo, se estão lidando direito com seus bebês, se estão atendendo adequadamente as suas necessidades. Por isso, por ser um período tão delicado para todos, pais e bebês, resolvi abordar esse tema na coluna de hoje.
Pelo meu conhecimento e entendimento, as coisas funcionam mais ou menos assim:
Quando o bebê nasce, ele está em um estado de imaturidade neurofisiológica e também imerso em um completo desamparo. Ele é um recém chegado em um mundo totalmente desconhecido e habitante de um corpo também estranho. Nos seus primeiros dias de vida, o bebê ainda não consegue fazer a diferenciação entre o seu eu e a mãe, ou seja, para o bebê a mãe é uma parte dele e, sendo assim, não faz diferença para ele, por exemplo, se dorme no colo, no quarto dos pais, ou no quarto ao lado. O que ele precisa é de aconchego e cada família vai ter o seu jeito de transmitir esta sensação ao bebê.
Só que, à medida que as semanas passam, as coisas precisam ir se organizando. Não dá mais para o bebê, por exemplo, dormir cada hora num lugar. Ele precisa encontrar uma regularidade que o permita, pouco a pouco, integrar-se e entender o que se passa com ele. Isso tudo porque, nos primeiros três meses, o bebê não tem um ritmo interno estabelecido e é a organização do ambiente em que ele vive que irá permitir e facilitar esse “aprendizado”.
Entretanto, cabe ainda ressaltar que essa regularidade, tão importante para o desenvolvimento do bebê, não deve ser imposta de uma hora para a outra. Na verdade, ela irá se formar com o próprio amadurecimento do bebê e com o estabelecimento de rotinas adequadas. E aqui, quando se fala em rotina, não estamos falando em rigidez absoluta, ou seja, marcar hora e estabelecer quantidades de mamadas, tempos de sono, etc, mas decodificar e entender os sinais do bebê e atendê-lo seguindo sempre que possível uma mesma regularidade. Isso porque as necessidades dos bebês, assim como as nossas, sofrem variações. Não sentimos sempre a mesma fome, não dormimos sempre o mesmo tempo. O que poderão ser controlados são os rituais, os quais trarão familiaridade e essa familiaridade tranquilizará o bebê (Para ilustrar o que quero dizer imagine a seguinte situação: o bebê demonstrou que está com sono, cabe a você, por exemplo, colocá-lo no seu berço, à meia luz e com temperatura adequada, mas não cabe a você controlar o horário que isso acontecerá, quantas horas de sono o bebê terá ou a forma como ele irá dormir. Isso quem irá definir é o próprio bebê e não uma rotina estabelecida pela mãe).
Ainda neste início, o bebê precisa ser atendido sempre de acordo com a sua necessidade, a qual é manifestada através do choro que a mãe, pouco a pouco, aprende a decifrar. Ou seja, atendendo o bebê quando este se comunica através do choro, e saciando a sua necessidade, também se estabelece a regularidade que tanto se faz necessária. O que não é legal é imaginar que toda vez que o bebe chora é fome, pois muitos outros fatores fazem o bebê chorar, lembre-se que ele é uma pessoa completa e não apenas um estômago.
>>> Saiba mais sobre os 3 primeiros meses de vida do bebê nesse vídeo do Canal Macetes de Mãe:

Os três primeiros meses, sem sobra de dúvidas, é uma fase difícil, pois a angústia de não conseguir acalmar, amamentar, fazer dormir ou entender o bebê, muitas vezes, leva a mãe a tentar de tudo e com isso todos se desesperam. Nesse ponto, é importante as mães entenderem que o bebê não sabe o que quer então não adianta oferecer a ele mil opções, pois isso só piora as coisas, já que ele se “desorganiza”.  Então, a dica nesse tipo de situação é aprender a reconhecer sinais do bebê, manter a calma e buscar acalmá-lo também. Muitas vezes, isso parece impossível, mas é importante a mãe acreditar em si mesma e na sua capacidade de atender seu bebê e deixar que os outros que estão à sua volta cuidem do resto.
Nesses fatídicos três meses, também não podemos esquecer que a mãe precisa ser amparada para ter condições de oferecer amparo ao bebê. E para que isso seja possível, a figura do pai torna-se imprescindível. OU seja, nesse início, o papel do pai é dar apoio à mãe para que essa tenha condições de se focar no bebê. Neste momento, sei que muitas devem estar olhando para suas vidas e pensando: “Que pai? Eu não sou casada, não tenho um companheiro!”. Mas calma, não se desesperem. Este papel de companheiro pode ser exercido por outras pessoas: um avô, um tio, um padrinho ou até mesmo por uma mulher. O que quero dizer é que as funções são muito mais simbólicas do que reais. Que o importante é que exista alguém que ampare a mãe e que, depois de um tempo, se insira entre a ela e o bebe, para enriquecer ainda mais a vida desta dupla que, por muito tempo, pareceu até uma unidade. 

Bom, fico por aqui. Espero que essas rápidas pinceladas sobre os três primeiros meses de vida do bebê tenham sido úteis e que tenham ajudado a esclarecer algumas de suas dúvidas. Dentro de um mês estarei de volta e irei abordar justamente a questão com a qual encerrei o posto de hoje: a importância da entrada da figura paterna (ou de quem a represente) no meio da dupla mamãe – bebê.

Abraços e até breve!
Raquel Suertegaray

Raquel Suertegaray é psicóloga e mãe da Karol, de 10 anos, uma menina inteligente, esperta e linda que foi adotada aos seis anos de idade. Ela é formada pela PUC-RS e é especialista em Infância e Adolescência e em Avaliação Psicológica pelo Instituto Contemporâneo de Psicanálise e Transdisciplinaridade de Porto Alegre. Já trabalhou como psicóloga de abrigos infanto-juvenis e atualmente atua em consultório particular e como psicóloga escolar. Sob sua responsabilidade também está a Escola Pirlimpimpim de Educação Infantil, da qual é dona e diretora há dois anos. 

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