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Por trás de uma criança difícil existe um pedido de ajuda não verbalizado

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Quando li esse texto da nossa querida colunista Telma, lembrei imediatamente de uma frase que li uma vez: por trás de uma criança difícil há uma emoção que ela não sabe expressar.

Essa é uma verdade absoluta. Se nem nós adultos sabemos como nos expressar em determinadas situações, imagine uma criança. Como sempre o texto da Telma está maravilho e é uma aula para nós adultos. Leia e confirme o que digo.

Por trás de uma criança “difícil” existe um pedido de ajuda não verbalizado

Uma criança não chega e fala “Por favor, me ajude a lidar com o que estou sentindo”. Ela simplesmente se expressa através de seu comportamento e que muitas vezes pode não ser o comportamento esperado pelos pais.

Não devemos esperar das crianças comportamentos de adultos, pois elas ainda não são capazes de verbalizar com clareza o que sentem. Tantos adultos ainda não desenvolveram essa capacidade, imagine uma criança pequena.

Dar educação emocional para os filhos é um trabalho diário e constante, mas para isso precisamos primeiramente nos reeducar. E não somente reeducar nossa forma de lidar com o que sentimos, mas reeducar o nosso olhar para a infância. Gerenciar as expectativas irreais que criamos dos nossos filhos assim como criaram de n’os durante a nossa infância.

Transferir as frustrações de uma infância cheia de falta de acolhimento e de validação emocional parece ser o caminho mais obvio para os pais que nunca pararam para se questionar sobre o porquê agem da forma que agem. Será que julgar, criticar ou castigar uma criança que age de forma inadequada ou desconfortável para um adulto, é de fato a melhor maneira de ensina-la a lidar com o que sente? Acredito que não. Muitas vezes, por trás dessa criança tão “terrível” e difícil como os próprios pais, muitas vezes, a chamam, existe um pedido de ajuda não verbalizado. Um pedido que poderia ser algo como:

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“Papai, mamãe, eu não me sinto visto por vocês. Eu não me sinto amado e nem importante pela nossa família. Por favor, dediquem um tempo especial para mim todos os dias, demonstre o seu afeto, me beije, me abrace e me ensine a confiar em mim mesmo. Eu tenho medo de falhar, de errar e de ser punido por vocês, mas os erros fazem parte do meu processo de aprendizado. Cada grito e cada julgamento que recebo, é uma nova dor para mim. Me ajude a entender o mundo com empatia, coragem e confiança em minha capacidade de aprender cada vez mais quando sinto que não recebo nada disso, fico com raiva e tenho vontade de me vingar, mas eu só queria me sentir amado por vocês.”

Compreender a forma com que as crianças se comunicam faz uma grande diferença positiva dentro das famílias. Quando os pais são muito autoritários, rígidos ou impositivos acabam desconsiderando as necessidades emocionais dos filhos e passam a perceber somente as suas próprias necessidades e essa atitude além de gerar desconexão com os filhos, gera também um mal-estar nas crianças que acabam se comportando mal como consequência do que sentem.

Segundo Marshall Roosemberg, o pai da comunicação não violenta “A base da violência é estar sofrendo e não saber como dizer isso com clareza.” Quantos problemas poderiam ser evitados dentro das famílias se os pais pudessem usar a empatia para compreenderem melhor as necessidades emocionais de seus filhos? Muitos, certamente.

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Somos os adultos dessa relação e não o contrário. Sim, é muito desafiador lidar com uma criança que faz de tudo para chamar a atenção dos pais de forma negativa. É fácil perder a cabeça, eu sei. Mas não existem mudanças se não aprendermos a reagir de outra forma ao mau comportamento das crianças e, principalmente, aprendermos a compreender a mensagem emocional que nossos filhos nos enviam com cada comportamento desagradável que apresentam.

Esteja mais disponível, queira ter menos razão e escute mais o que o seu filho tem a dizer com atenção e presença de qualidade. O que ele pensa e sente também importa. Ofereça um abraço e acolha as emoções difíceis. Quando nos sentimos compreendidos ficamos mais abertos a compreender e essa abertura abre novos caminhos para relações muito mais positivas nas famílias, na sociedade e no mundo.

É, de fato, um grande desafio para uma geração de pais que pouco sabem sobre gerenciar emoções. Precisamos de treinamento para aprender novas respostas ao comportamento das crianças, não é algo que sabemos fazer naturalmente. Mas é importante lembrar que quando estamos mais vulneráveis e quando somos difíceis de amar é quando mais precisamos de amor. E as crianças também.

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