A Caroline, autora do texto, é mãe do Vinicius, hoje com um ano e um mês, e descobriu o problema no pezinho dele no quinto mês de gestação.
A descoberta e o tratamento de um problema conhecido como Pé Torto Congênito
Por Caroline Almeida Macedo
No meu segundo exame morfológico, com cinco meses de gestação, foi diagnosticado que o pé esquerdo do Vinicius era um pé torto congênito. Nesse momento, eu e meu marido fomos informados que o problema seria 100% corrigido, mas que teríamos que tratá-lo desde os primeiros dias de vida.
No início, levamos um susto, é claro, mas nos informamos e nos acalmamos e também, nesse momento, tivemos a primeira prova de que mãe e pai fazem de TUDO por um filho. Ou seja, tínhamos medo do desconhecido, mas também tínhamos a certeza de que iríamos proteger nosso pequeno e cuidar dele qual fosse o problema!
No dia seguinte do seu nascimento, a pediatra ortopedista nos visitou no quarto e nos explicou que o tratamento começaria com o Vinícius usando gesso por quatro semanas consecutivas (toda semana o gesso era trocado). Depois disso, ele passaria por uma cirurgia do tendão, para estica-lo, pois devido à posição que o pezinho se desenvolveu durante a gestação o tendão ficou “curto” e, caso a cirurgia não fosse feita, ele andaria na ponta do pé. Após essa cirurgia, o tratamento continuaria com o uso de uma órtese, que são duas botinhas com uma barra de ferro no meio – o que força a posição correta do pé – e que teria que ser usada durante três meses, dia e noite, tirando apenas para o banho. Por fim, após esse período de três meses, ele usaria só para dormir, até completar três anos.
Então começou o tratamento e, graças à Deus, como o Vinicius sempre foi um bebê calmo, não tivemos grandes problemas. No seu quinto dia de vida, colocamos o primeiro gesso. Achávamos que seria somente no pezinho, mas não, era na perninha toda, até a coxa. Tivemos muita dó, mas nos mostramos pais de aço, pois aquilo era bom para ele e tinha que ser feito. E assim foi, dezembro, um calor infernal, e ele com aquele gesso na perninha toda. Para dar banho, sempre tínhamos que dar a dois, e aí era eu e minha mãe ou meu marido.
Quando o período de quatro semanas do gesso acabou, a ortopedista pediu uma ultrassonografia dos quadris, só para constar em seu laudo médico, mas aí descobrimos uma displasia nesse local! (displasia no quadril é quando a cabeça do fêmur não encosta na bacia, no caso do Vi foi somente do lado direito). Assim, iríamos marcar a cirurgia, mas tivemos que aguardar para para cuidar do quadril dele.
E o tratamento foi através do uso de um suspensório, que segura as perninhas dobradas. Ele parecia uma “rãzinha” e para mim foi a pior parte do tratamento, pois ele não tinha movimento algum nas pernas. Isso durou por mais mais três semanas, tirando somente três vezes por semana para banho (nos outros dias somente banho de paninhos).
E, finalmente, com três meses e meio, ele fez a cirurgia. Que, para meu desespero, teria que ser com anestesia geral! Mas, graças à Deus, ela foi ótima e rápida. Durou apenas 50 minutos (mas que para mim e para o meu marido foram uma eternidade!) e fomos para casa no mesmo dia. A partir daquele dia, ele ficaria com a perninha toda engessada por mais um mês.
E assim foi. Seguimos o tratamento rigorosamente tirando a botinha nos três primeiros meses somente para o banho e, após esse período, somente para dormir, o que deveria ser feito até o Vinícius completar três aninhos.
Após a cirurgia, a ortopedista que nos acompanhava recebeu uma proposta para trabalhar em outro país e nos passou para atendimento com outro médico ortopedista. Agora, estamos tendo consultas com ele periodicamente e a melhora tem sido excelente! Mas ele sempre nos lembra: “Não podemos ter dó, é para o bem dele e lá na frente ele irá agradecer”.
E nosso pensamento sempre foi esse. Tudo para o BEM dele e agradecendo por termos condições de tratar!
Os médicos dizem que desconhecem a causa do pé torto congênito e que só sabem como trata-lo, portanto, não há o que fazer durante a gestação ou mesmo antes, para evitar o problema. Mas saber que há um tratamento e que ele dá ótimos resultados já é um alento.
Bom, espero, com esse relato, poder ajudar outras mães. E que a nossa história sirva de esperança para quem estiver passando por esse problema.
Abaixo, algumas fotinhos do Vi, para vocês entenderem melhor o problema e verem que a recuperação é possível.
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