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Para aprender, tem que cair

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Há alguns dias, o Leo estava tentando andar com o skate do pai e eu o observava. Num dado momento, ele caiu (não se machucou) e imediatamente me olhou e disse: “Não faz mal né mãe? Para aprender a gente tem que cair.”.

Na hora, eu concordei com ele, disse que era isso mesmo, mas perguntei por que ele achava isso. Aí ele me disse: “Foi o vovô que me ensinou. Ele falou que não tem problema quando a gente está aprendendo algo, como andar de bicicleta ou skate, e cai. E que é caindo que a gente aprende”.

Nessa hora, minha vontade era dar um grande abraço no meu sogro e agradecer imensamente pelo aprendizado que ele estava proporcionando ao meu pequeno.

E afirmo isso baseada na minha própria experiência. Isso porque eu fui uma criança que não fui estimulada a “cair”. Ao contrário, minha mãe, na intenção de que nada de mal me acontecesse, sempre me protegeu. Ela sempre foi aquela que dizia: “Cuidado, você vai se machucar”, “Cuidado, você vai cair”, “Não vá aí que é perigoso”. E o que isso acabou gerando? Resposta: uma adulta um tanto quanto medrosa, por vezes insegura, temendo se machucar e, por isso, deixando de fazer, experimentar, arriscar um tantão de coisas (que poderiam trazer experiência muito, muito, muito legais e positivas).

Não que eu seja uma pessoa medrosa para tudo. Para algumas coisas sou um poço de coragem e me arrisco para valer, mas para outras enfio a cabeça no buraco e não saio. Por exemplo: eu demorei muito tempo para aprender a andar de bicicleta (e hoje é um dos meus maiores prazeres), eu não sei nadar até hoje, sou bem (mas bem mesmo!) limitada nos esportes, não morro de amores por parques de diversões, parques aquáticos ou qualquer outra atração que envolva um pouco mais de aventura.

Ok, isso é uma característica minha e não me torna uma pessoa pior. Mas fico pensando no tanto de coisas que eu poderia ter descoberto, aproveitado até me apaixonado (hoje poderia ser uma surfista, por exemplo. Ahahaha! Duvido!) se a minha mãe não tivesse tentado me proteger tanto.

E o que eu meu sogro acabou mostrando para o Leo, dizendo que ele podia cair e que era caindo que se aprende? Ele mostrou que a gente tem que tentar, arriscar, e que cair ou errar não é vergonha, não é feio, não é desmerecimento. É só mais um passo para o aprendizado e a conquista.

E esse ensinamento eu achei bacana compartilhar com vocês, pois como isso me fez refletir muito, e até mudar alguns dos meus comportamentos, imagino que também possa fazer vocês repensarem algumas posturas.

Por isso, minha dica de hoje é: não tente proteger seu filho de tudo. Deixe ele arriscar, tentar, errar, cair e levantar. Errando a gente também aprende. E como aprende!

 

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