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Os novos arranjos familiares: qual o papel da Reprodução Assistida no desenvolvimento da sociedade?

O post de hoje traz uma reflexão bem interessante. A modernidade e os avanços da medicina possibilitam novos arranjos familiares que até pouco tempo atrás eram impensáveis.

Quem traz pra gente essa reflexão, é a Dra. Maria do Carmo, diretora da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro e diretora Médica da FERTIPRAXIS Centro de Reprodução Humana. Confira!

Os novos arranjos familiares: qual o papel da Reprodução Assistida no desenvolvimento da sociedade?

O que é uma família?

Esta pergunta, certamente fácil de responder para nossos avós, seria o núcleo constituído pelo pai, mãe e filhos. Hoje, este conceito sofreu múltiplas transformações dentro da nossa sociedade, fruto das mudanças sociais, influenciando diretamente a área jurídica e com reflexos antropológicos.

A denominação está bem mais elaborada, mais enriquecida e alargada em sua definição, entendimento e, seguramente, em aceitação. Os dicionários já seguem assim, o Houaiss descreve um “núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que geralmente compartilham o mesmo espaço e mantêm entre si uma relação solidária”, enquanto o  Aurélio registra “ o conjunto de todos os parentes de uma pessoa, e, principalmente, dos que moram com ela… formado pelos pais e pelos filhos; duas pessoas ligadas pelo casamento e seus eventuais descendentes; pessoas que têm um ancestral comum ou… que vivem na mesma casa”.

A meu ver, e ressaltei  pessoas, esta simples mudança já reflete um avanço colossal da  visualização e fortalecimento da família, seja  monoparental (apenas um responsável por uma ou mais crianças, independentemente de gênero),   com a co-parentalidade  (onde responsáveis dividem a responsabilidade da criação e sustento  do filhos, embora não necessariamente sob o mesmo teto), e , por consequência,  com pluriparentalidade (quando filhos de matrimônios ou uniões diferentes podem conviver, sob várias localizações de núcleos  “familiares”).

Assustador? Novidade? Inovador? Diria que não, nem um pouco para cada um destes itens, se olharmos ao nosso lado em nossas comunidades e dentro dos nossos próprios núcleos familiares.

E qual o papel da Reprodução Assistida (RA) neste desenvolvimento social, nesses novos arranjos familiares?

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Ora, se o filho é a espinha dorsal deste novo núcleo familiar, as técnicas de reprodução assistida ao atender indivíduos, pessoas isoladas ou pessoas que desejam formar ou fundar sua família, criam novamente outras possibilidades para tal intento.

Assim, de um lado vamos atender e ajudar àqueles casais heterossexuais que postergaram este desejo, seja por   trabalho, instabilidade econômica, ausência de um par ideal, e que   se defrontam com problemas exatamente deste tempo biológico que passou ou está no limite, ou por problemas adquiridos ao longo da vida, que impedem a gestação espontânea. São aqueles que têm um diagnóstico de Infertilidade    (dificuldade de ter filhos), primária ( quando cada pessoa nunca engravidou ou uma ex-companheira teve gestação, no caso do homem), ou secundária (já ocorreu uma gestação).

Mas, daí as situações vão se abrindo em possibilidades, também pode ser a mulher sozinha, que pode recorrer a um banco de sêmen, um homem só (que vai precisar de um banco de óvulos e uma mulher que possa ter a gravidez (que chamamos de útero solidário ou gestação de substituição), podemos atender famílias constituídas por duas mulheres ou por dois homens, que buscam este projeto parental…

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Ainda, a reprodução assistida pode contribuir com a prevenção ou preservação dos gametas (óvulos e-ou espermatozóides), que novamente pessoa-s queira congelar como um cuidado de poder voltar e recorrer a eles num futuro, se necessário, como uma possibilidade se nada acontecer em termos de um projeto com alguém junto, se o tempo passar, se as condições puderem se tornar mais difíceis espontaneamente.

Enfim, a RA é uma possibilidade que acompanha a própria evolução dos costumes, trazendo muitas vezes a realização destes sonhos. Desde o sucesso do nascimento de Louise Brown, em 1978, muito mudou neste entendimento e nas possibilidades oferecidas. A chegada de Louise impactou aquele momento, despertou celeumas. Mas penso que apenas acompanhou as demandas maiores das sociedades de então, do ponto de vista médico ou social. Louise é hoje  uma mulher madura,  já tem seu próprio núcleo familiar e nosso trabalho e  procedimentos seguem, amparados em sólida base científica, sob preceitos éticos e continuando  a responder às demandas da sociedade.

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