Quem nunca disse para o seu filho “ah, como você é inteligente!” que atire a primeira fralda suja. Com certeza, em algum momento, todas nós já falamos essa frase num tom derretido para nossos filhos.
Mas a verdade é que inteligência, talento ou dom não é garantia nenhuma de que a criança ou o adulto irá se destacar nessa ou naquela esfera da vida. E quem nos diz isso é a psicóloga e pesquisadora Carol Dweck, da Universidade de Stanford. Ela estuda questões de motivação e perseverança e constatou, por meio de pesquisa, que o sucesso tem relação com os elogios e incentivos que as crianças recebem e não com o QI delas. Vou explicar melhor.
Quando o seu filho consegue realizar uma tarefa e você diz: “nossa, como você é inteligente”, ele vai querer continuar fazendo atividades fáceis com medo de tentar algo mais complexo e sair da zona de conforto.
Agora quando você diz: “nossa, você deve ter se esforçado muito para conseguir isso” a criança é elogiada pelo desempenho e se sente confiante e motivada a aprender e tentar novas coisas. Ah, e se por acaso ao realizar uma atividade algo der errado, não tem problema, elas irão continuar se esforçando para corrigir, afinal sabem que o verdadeiro valor está na perseverança.
Para chegar a essa conclusão, a Carol Dweck acompanhou crianças com 14 meses e depois com 7-8 anos, sendo que aquelas que receberam elogios pelos esforços eram a que mais se arriscavam a algo novo.
Então, para incentivar o seu filho, separei algumas dicas fáceis e que realmente vão desenvolver a motivação por aprender:
– Primeiro, se supervisione quanto aos elogios. Lembre-se em enaltecer o esforço da criança em não ter desistido e em ter chegado ao resultado;
– Reforce que a inteligência não vem sem dedicação, que ela não é uma condição natural;
– Se a criança errar ou algo não sair como o esperado, não tem problema. Enfatize que o importante é ter tentado e que, às vezes, as coisas não dão certo mesmo;
– Reforce que ela só conseguiu o que queria porque focou um tempo de estudo, dedicação, naquilo, se concentrou para isso;– Se, por exemplo, no final da tarefa você perceber que algo está errado, mostre ferramentas para a criança corrigir e nunca aponte o erro como algo ruim;
– Elogie também a estratégia que ela usou para conseguir o que queria;
– Conte histórias de pessoas que, com trabalho duro, conseguiram o que desejavam. Vale aqui, principalmente, dar exemplos da própria família.
O importante, no final de tudo isso, é o seu filho saber que ele não “nasce inteligente”, que a inteligência é algo conquistado, passo a passo. Então, vamos praticar as dicas?!