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O que o exemplo da Angelina Jolie tem a nos dizer

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Acordei há algumas horas meio sem saber sobre o que escrever. Não que falte assunto, já que há uma listinha bem longa de temas a serem abordados aqui, mas simplesmente não estava inspirada para escrever sobre nada em particular (não gosto muito de escrever sobre algo aleatório, prefiro optar por assuntos que façam sentido naquele momento).Então resolvi dar uma passadinha no Facebook e ver o que as pessoas andam comentando, o que está acontecendo por esse mundão afora antes de começar o meu dia. Pois foi aí que, em menos de 10 posts vistos, encontrei compartilhado por duas amigas uma notícia sobre um tal ato de coragem da Angelina Jolie. Eu, que praticamente parei de ver TV desde que o Léo nasceu e que andei longe dos sites de notícias nos últimos dias, fui tomada pela curiosidade e, claro, fui atrás de mais informações.

Clicando em uma das notícias compartilhadas descobri que a Angelina Jolie optou por uma dupla mastectomia (retirou os dois seios) por sofrer de um problema genético (possui o gene defeituoso BRCA1) que lhe traz 87% de chance  de desenvolver câncer de mama (sua mãe morreu aos 56 anos dessa mesma doença).

Um ato de imensa coragem, realmente, já que os seios representam a feminilidade, já que ela é uma figura pública e vive da sua imagem, já que não necessariamente essa decisão radical irá protegê-la 100% de ter câncer (ainda resta 5% de chance dela desenvolver o problema).

Mas o que mais me chamou a atenção em tudo isso? O fato da Angelina Jolie ter afirmado que fez essa escolha tendo em mente os seus seis filhos.

Nesse ponto da leitura eu parei e pense: agora faz total sentido. Agora realmente eu entendi o porque de uma decisão tão radical. Ela optou por realizar um procedimento que mexeria tão fortemente com o seu corpo tendo em vista, além da sua saúde, o bem estar de seus filhos. Esta tentando se proteger para, consequentemente, também proteger seus filhos. Buscou uma alternativa radical para garantir a sua saúde por mais tempo para também, por mais tempo, estar próxima de seus filhos, tendo condições de cuidá-los e realizar plenamente o seu papel de mãe. Uma decisão tomada por instinto, eu diria.

Também não quero aqui dizer que, se ela não tivesse filhos, não teria optado pela mastectomia. Mas acredito piamante que, quando há a segurança e o bem estar de nossos filhos em jogo, tomamos decisões mais radicais e muito mais rapidamente. Pensamos menos, agimos mais, pois outras vidas dependem da nossa e o tempo, muitas vezes, faz total diferença nesses casos.

Para mim, essa questão da preocupação com o outro – nossos filhos – muito mais do que com nós mesmas, ficou evidente quando eu, ainda grávida, recebi o resultado de alguns exames de rotina. Esses exames davam um panorama geral da minha saúde, mostravam se eu estava com algum ínidice alterado, essas coisas que exames de rotina mostram. Só que, nesse momento, eu estava grávida, e qualquer resultado estaria tendo uma influência direta no feto que eu estava gerando. Nesse momento, eu que sempre fiz muitos exames de rotina e que sempre os abri sem titubear, vi minhas perninhas tremerem. Fiquei doida de medo de ter algo errado comigo e que esse algo errado pudesse prejudicar o Léo, que já estava se formando dentro de mim.

Nesse momento, me caiu a ficha de que depois que nos tornamos mãe nossa saúde passa a ter ainda mais importância pois dela também depende o bem estar dos nossos filhos e faremos tudo que for preciso para garantir que ficaremos bem, para cuidar deles como eles merecem e precisam por muito mais tempo.

Para mim, esse ato da Angelina Jolie também é um exemplo claro de tudo que nós, mães, somos capazes de fazer por nossos filhos. Todo santo dia, centenas de milhares de mães abrem mão de coisas importantes, colocam-se em segundo plano, tomam decisões radicais, dentre tantas outras coisas tendo sempre em mente, o bem estar e a felicidade de seus rebentos.

Hoje venho, singelamente, homenagear o ato de coragem da Angelina Jolie. Seu exemplo, com toda certeza, trará benefícios enormes para muitas outras mulheres, já que é um incentivo para tantas outras façam o que ela fez e coloquem sua saúde em primeiro lugar. Mas é também uma homenagem a todas as mães que, dia-a-dia, tomam decisões, radicais ou não, colocando sempre em primeiro lugar seus filhos. Ser mãe é pensar no outro, muitas vezes antes de pensar em si mesma.

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