Macetes de Mãe

O que eu faria de novo, exatamente igual

Um tempo depois que nos tornamos mães, olhamos para trás e vemos algumas coisas das quais nos arrependemos amargamente, outras que faríamos um pouquinho diferente e outras tantas que faríamos exatamente igual, quantas vezes fossem necessárias.

Hoje resolvi falar sobre isso, sobre algumas coisas que eu fiz com o Léo e que na época nem sabia direito se iam funcionar, se eram certas ou erradas, mas que, no fim, se mostraram perfeitas, ou pelo menos muito próximas disso (e perfeitas para mim! vamos deixar isso claro).

Dar colo e amor nas crises de cólica. Sim, o Léo teve crises homéricas de cólica, coisa de deixar a eu e o maridão malucos. E em vez de, na hora do pega pra capar, eu me atacar a fazer massagem, bicicletinha e o escambau (que era o que eu lia e ouvia que tinha que fazer), eu me munia de calma, paciência e muito amor e cuidava do Léo da forma que ele mais precisava: com muito colo, carinho e aconchego. As massagens e movimentos existiam sim, mas quando ele estava fora das crises. Na hora da crise, eu colocava nele uma bolsinha quente, o enrolava feito um charutinho e o colocava aconchegado no meu colo. Sabe o que ele fazia? Acalmava e dormia. Assim, o que deveria ser um inferno, acabou, pouco a pouco, virando um momento de extrema proximidade entre nós dois (leia o que já falei sobre isso aqui).

Cama compartilhada, também na hora da cólica (a da madrugada, que ele também tinha!). Cansei de ouvir que cama compartilhada era perigoso para o bebê. Que pela nossa exaustão, poderíamos dormir tão profundamente que rolaríamos para cima dele e acabaríamos o sufocando. Não discordo disso, acho que existe o risco sim, mas quando o Léo acordava todo santo dia, 20 para as 5h da manhã, berrando de cólica, e eu não tinha forças para ficar de pé, não tinha dúvidas, eu o pegava para dormir comigo na cama extra que tem no quarto dele (não o trouxe para a minha cama e do pai dele). Claro que antes tinha que fazer algumas manobras para acalmá-lo (as que já citei acima), que não era só deitar e dormir, mas isso nos ajudou a passar pela fase mais difícil, que durou três meses. Ah! E ele também não viciou em dormir comigo e nunca se negou a voltar a dormir no berço, o que, sinceramente, era um medo que eu tinha.

Colocar o Léo para dormir no berço desde a primeira noite em casa. Na verdade, segunda. Porque na primeira tentei colocá-lo para dormir no moisés ao lado da minha cama e foi um caos (já falei sobre isso aqui). O que fiz foi criar uma rotina religiosa de sono: amamentar, dar banho e colocar o pequeno ainda acordado no berço para que dormisse sozinho. Nem sei como deu certo! Acho que foi a única coisa que li nos livros, coloquei em prática, e funcionou. E amo ter feito dessa forma. O Léo sempre dormiu sozinho e fácil à noite. Até hoje, o coloco acordadinho no berço (sempre depois de mamar e dar banho), saio do quarto e ele dorme. É uma tranquilidade.

Não desistir de descobrir o que o Léo tinha. O Léo chorava muito para mamar quando era bebezinho. Ele mal e mal mamava. Na verdade, quase só chorava. E não era fome, porque eu dava complemento desde muito cedo. E ele também tinha muita cólica (duas vezes ao dia), tinha muitos gases, e parecia sempre desconfortável. E não adiantava todo mundo ficar me dizendo “isso é normal”, “bebê é assim mesmo”, “com três meses passa”. Para mim, tinha algo errado. Seguindo meu coração fui atrás de resposta. Eu li páginas e páginas na internet, “entrevistei” amigas cujos filhos tiveram sintomas parecidos com os do Léo,  liguei mil vezes para a pediatra (na época era outra) e eu pedi, implorei, exigi exames. Moral da história, confirmamos a minha suposição: o Léo tinha APLV. Agradeço até hoje essa minha incansável busca por uma explicação, pois assim consegui descobrir o que fazia o meu pequeno sofrer tanto e encontrar uma solução definitiva ainda cedo (sem contar que, depois, pude olhar nos olhos de todo mundo que me achava uma louca exagerada e dizer: eu sempre estive certa!).

Ser fiel a mim mesma e ao que eu acredito. Eu me respeitei. Eu respeitei as minhas vontades e os meus limites. Eu não fiz o que os outros esperavam que eu fizesse. Eu fiz o que eu queria fazer, mesmo vendo muita gente me olhar de cara torta e me achar uma doida exagerada, típica mãe de primeiro filho. Eu avisei que não queria visitas em casa até o Léo ter um mês (recebi as visitas na maternidade e liberei algumas poucas em casa), eu não aceitei vários conselhos, eu fui inclusive indelicada em algumas situações. Mas essa foi a forma que eu encontrei para nos preservarmos num período tão delicado (que no meu caso foi bem longo) e juro que não me arrependi nem um pouco. Se precisasse, faria tudo de novo. Exatamente igual.

Algumas dessas coisas eu fiz assim porque li ou porque segui experiências de outras mães. Outras eu fiz porque foi o que consegui fazer na época, porque foi a forma que consegui dar conta da situação. E hoje, olhando para trás, percebo que sempre que segui a minha intuição, foi quando mais acertei.

Sair da versão mobile