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O desafio de escolher uma escola (e como escolhi a escola da minha filha em dois dias)

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Taí um dos maiores desafios da maternidade: escolher uma escola para nosso filho. Existem alguns aspectos que precisamos levar em consideração na hora de escolher a escola.

Temos em mente algumas coisas que não podem passar despercebidas, mas outras passam e faz toda a diferença ficarmos atentos. Veja esse post AQUI tudo que o conferir na hora da visita.

A Nathália, nossa colunista aqui no MdM, conta pra gente como foi sua aventura ao ter que escolher a escola da sua filha em apenas dois dias. DOIS DIAS!!! Ela visitou 30 escolas pessoalmente e 9 virtualmente. Veja abaixo, algumas “surpresas” que ela encontrou.

Como escolher uma escola em em dois dias

“Você terá apenas dois dias para resolver isso”, foi o que ouvi do meu chefe. A missão era usar todas as minhas horas extras na busca de uma escola para minha filha no novo bairro para onde estávamos nos mudando.

Dizer que fui a trinta e nove escolas pessoalmente em dois dias parece mentira. Realmente isso não é totalmente verdade. Fui a trinta apenas. As outras nove – um pouco mais distantes do raio pretendido – foram visitadas virtualmente à noite, pelo computador.

Quando eu conto essa aventura e complemento que se tratava de uma pré-escola para minha filha de apenas três anos, as pessoas me acham bem maluca. Acredito, no entanto, que toda mãe de primeira viagem tem um grau de maluquice quando acredita que vai encontrar a escola perfeita para o seu filho. Isso não existe. Sempre haverá um “porém”, por menor que seja: pode ser a distância, o preço ou o horário. Então quando nos damos conta desta trágica realidade, agarramos com unhas e dentes a escola “quase perfeita” que encontramos e aquele lugar se torna nosso sossego. É uma conquista familiar.

Existiria então duas escolas quase perfeitas na cidade? Eu conseguiria encontrar em 48 horas uma escola de período integral, incrível e a um preço razoável?

Saí de casa munida de bloquinho, caneta e sobretudo, muita disposição. Deixei minha pequena na escola e fui à luta. Comecei as jornadas antes das oito da manhã e só parei às seis da tarde, quando precisava resgatar a pequena novamente. Almoço pra quê? Dá-lhe lanche no carro pra não perder tempo.

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Pode parecer que fora uma escolha difícil. O pior é que foi bem fácil. Algumas visitas foram espantosamente rápidas e duvido que teriam sido mais longas com outras mães também atentas.

Numa das escolas, por exemplo, apertei o interfone ao chegar. Devido ao barulho da rua, não pude ouvir o que a pessoa do outro lado dizia, então respondi meu nome: “Nathália”. Esperei por uns cinco minutos até que o portão foi aberto e uma moça me trouxe de mala, lancheira e cuia, uma Nathália lindinha de uns 5 anos de idade para ir embora comigo. Nem entrei. Então essa visita durou 5 minutos e meio. E foi o recorde da minha pesquisa.

Na necessidade, o esquema era mencionar o esquecimento em casa de um ferro de passar ligado ou algo do tipo, entrar no carro, anotar os prós e os contras e partir para a próxima.

Noutra escola, todas as “professoras” (“tias”) estavam deitadas em colchonetes com as crianças hipnotizadas por um programa infantil na televisão. Perguntei para a “diretora” sobre a realização de atividades pedagógicas ao que ela prontamente respondeu: “Ah! Isso é só no período da tarde. De manhã eles ficam aqui mesmo. E adoram!”. Não havia dúvidas. Assim como também não havia trabalhinhos colados nas paredes, nem nada. Era um verdadeiro depósito de crianças. Triste, sem barulho e sem cor. Realmente, o preço foi o mais baixo do meu levantamento.

Duro é quando tudo vai bem até você atravessar a bendita cozinha: desta vez mosquitos sobrevoavam tranquilos as panelas abertas com a sobra do almoço e filas de mamadeiras com leite esfriavam – também abertas – no peitoril de uma janela voltada para o quintal. Cheguei a escorregar na sujeira do chão. Aquilo foi me embrulhando o estômago e pensei: isso não dá.

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Outra visita inesquecível foi numa escola super-descolada, mas no meio do pátio havia uma piscina. Havia uma piscina no meio do pátio! Cercada por uma grade baixa seu portãozinho estava entreaberto e crianças aprendendo a andar brincavam a metros dele. A diretora notou minha reação e se adiantou: “Ah, não fica preocupada com a piscina não, por que a gente está sempre olhand…Lucasssssssssss, não pode mexer no portão!!! Gente, quem deixou o portão da piscina aberto aqui?”

Foi ali que eu percebi: a escola não precisava ser incrível não. No entanto, bastava que atendesse às minhas prioridades: segurança, higiene e estímulo. Nessa ordem.

Das trinta e nove escolas vistas, apenas duas convenceram o meu exigente coração de mãe. E ainda surpreenderam positivamente com equipe motivada e direção focada no pedagógico. Era um bônus! Como resultado, acabei optando pela menos “populosa”.

E lá ela ficou até o momento de ir para o Ensino Fundamental. Outro mundo, outra necessidade. Por isso, para essa escolha fui apenas a nove colégios (risos).

Esta pesquisa foi muito bem aproveitada: minha segunda filha estudou nesses mesmos lugares depois e, por fim, amigas se valeram das minhas informações para fazerem suas próprias triagens.

Não me arrependo da “maluquice” desses dois dias, mas confesso ser um alívio hoje minha filha ter dezoito anos e poder escolher a própria faculdade! Que venham então os netos! Assistirei de camarote!

Assista também esse vídeo: dicas para escolher a escola do seu filho

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