A verdade é: tenho dois filhos, homens, mas nunca me imaginei mãe de menino.
Desde que eu era criança, acostumei com a ideia de que eu teria filhas. Duas. Ambas de pele branquinha, olhos castanhos amendoados e cabelos castanhos fininhos e cacheados na ponta. Uma delas se chamaria Helena, a outra ainda não tinha nome. Talvez Laura, Heloísa, Catarina,…
Mas enfim, sempre me vi mãe de menina. Sempre mesmo, desde que me lembro por gente. Desde que brincava de boneca. Muito disso se deve ao fato da minha mãe sempre falar: “Você terá duas meninas. Eu sei.”. E aí, eu comprei a ideia e segui com ela.
Quando eu já era mais velha, seguia me sentindo “mãe de menina” porque sempre achei que eu levasse mais jeito com meninas. Eu nunca fui boa com essas “coisas de menino”, como correr, jogar bola, subir em árvore. Por outro lado, adorava fazer trabalhos manuais, ler, ouvir e contar histórias. Coisas que, erroneamente, a gente naturalmente identifica mais como sendo atividades de meninas.
Enfim, coisas que eu divagava. Coisas que eu sentia.
Mas aí, quis o destino que eu engravidasse, gerasse uma vida dentro de mim. E nesse momento, desde o primeiro instante, eu já tinha certeza: seria um menino.
Desde sempre soube que o Leo seria menino, não tinha dúvidas disso, e por essa certeza eu já fui ficando tensa, pensando: como serão as coisas? Como eu serei como mãe de menino? Será que vou levar jeito? Será que vou saber o que fazer? Meu mundo é tão cor de rosa, eu sou toda “menininha”, como será ter que lidar com carrinhos, bolas e lutas?
Em nenhum momento, eu duvidei que amaria meu filho incondicionalmente. Na verdade, eu o amei desde o primeiro instante dentro da minha barriga. Então, para mim, nesse sentido, o sexo pouco importava (importava ele vir com saúde. Só isso). Mas eu ficava um pouco insegura de não saber como agir com um menino, pois minha experiência era zero nesse sentido.
Mas aí, o Leo chegou, deu as caras, apareceu por aqui. E ao roubar meu coração todinho para ele também me fez perceber que não é tão difícil assim lidar com meninos. Até porque, cada vez mais, existe menos essa coisa de “coisas de menino” e “coisas de menina”. Cada vez mais, nossas crianças estão livres para curtirem, gostarem, fazerem e se envolverem com o que bem entenderem, independente do sexo.
Assim, Leo ama jogar bola, mas também adora sentar para ouvir uma boa história. Leo tem milhões de carrinhos, mas também brinca com boneca. Leo sobe em árvore, mas também se diverte cozinhando.
Enfim, eu que tinha tanta insegurança em ser mãe de menino por não saber como as coisas seriam, aprendi que criança é criança. E ponto. Independente do sexo, criança gosta de coisa de criança. E não de coisa de menino ou de menina.
E independente do sexo, nós vamos saber exatamente como agir com nossos filhos. Pura e simplesmente porque eles SÃO NOSSOS FILHOS, e esse vínculo, essa ligação tão intensa entre mãe e filho(a), faz com que, naturalmente, a gente aprenda tudo que precisa aprender.
Enfim, se você está gravidinha de um menino, está insegura e ainda está tentando se “acostumar” com esse mundo totalmente novo, tenho uma coisa para dizer para você: relaxe, você vai saber o que fazer, você vai saber como agir. Crianças são simplesmente crianças, independente do sexo.
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