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Junho – mês mundial da conscientização sobre infertilidade

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Você sabia que junho é o mês mundial da conscientização sobre infertilidade? Este que é um assunto sério e que devemos falar mais.

E ninguém melhor que o nosso colunista, o Dr. Roberto de Azevedo, médico ginecologista e obstetra, para falar de infertilidade. Confira!

Junho – mês mundial da conscientização sobre infertilidade

O mês de junho tradicionalmente representa o mês da conscientização sobre a infertilidade. Para quem não sabe, a infertilidade conjugal é considerada pela Organização Mundial de Saúde uma doença. Essa patologia pode acometer a mulher, o homem, ou ambos. Infelizmente, ainda hoje em dia, muitos acham que essa condição de saúde é apenas uma bobeira, e que não deve ser valorizada como doença. Somente quem passa pela angústia e ansiedade da incapacidade, ou mesmo dificuldade de se ter um filho sabe o quanto a infertilidade afeta a qualidade de vida dos casais.

A definição clássica de infertilidade determina que um casal que não consiga obter uma gravidez após 12 meses de tentativas regulares e desprotegidas. No entanto, hoje preferimos ajustar essa definição baseada na idade da mulher. Isto é, para casais nos quais a mulher tenha menos de 35 anos, seguimos com os 12 meses. Mas se a mulher tiver entre 35-40 anos, diminuímos esse intervalo para 6 meses. Após 40 anos de idade, a recomendação é que o casal busque apoio com profissionais em medicina reprodutiva no momento em que decidem iniciar as tentativas de gravidez.

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Algumas outras situações podem determinar que um casal busque um acompanhamento médico diretamente com especialista. Dentre as mais frequentes estão as mulheres com histórico familiar de menopausa precoce antes dos 40anos, aquelas com marcadores de reserva ovariana baixos (por exemplo AMH < 1,0ng/mL), suspeição de endometriose, ou mesmo histórico de cirurgias pélvicas anteriores. Já nos homens, históricos de uso de anabolizantes, traumas ou cirurgias testiculares também indicam a procura imediata por um especialista no momento em que decidem iniciar as tentativas de gravidez.

Estima-se que aproximadamente 10 a 15% dos casais que estejam tentando engravidar não vão conseguir realizá-lo sem a ajuda de tratamentos específicos para tal. Além disso, o estilo de vida moderno, e o substancial aumento dos casais que postergam cada vez mais o momento de se ter um filho em prol de trabalho, carreira, ou mesmo lazer, deixam claro que há uma tendência de que esse percentual de pessoas que buscam tratamentos para ter um filho vá aumentar.

Para os casais que necessitam de tratamentos, as três modalidades principais são a realização do coito programado com ou sem indução de ovulação, a inseminação intrauterina e a fertilização in vitro. Cada um desses possui indicações precisas e taxas de sucesso específicas. Suas indicações deverão ser avaliadas juntamente com o casal e o médico, a individualização é fundamental para aumentar as taxas de sucesso.

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A indução de ovulação e a inseminação intrauterina são modalidades que dependem de trompas uterinas funcionais. Na indução o sêmen deve estar com boa concentração e motilidade, ao passo que na inseminação, o sêmen deve conseguir apresentar uma concentração após seu preparo de pelo menos 5 milhões de espermatozoides. As taxas globais de sucesso por tentativa na indução de ovulação variam de 5-7%, e suas tentativas não devem exceder 6 meses. Já na inseminação, as taxas de gravidez podem atingir até 20% em casos selecionados.

Por fim, a fertilização in vitro corresponde ao tratamento no qual o encontro do óvulo com o espermatozoide se dá fora do útero, dentro do laboratório, daí vem o nome in vitro.  É o método mais avançado e moderno para o tratamento do casal infértil. Através dela é possível realizar a análise genética dos embriões, é possível produzir um maior número de embriões em um único tratamento, diminuindo a necessidade de repetição dos procedimentos cirúrgicos e de estimulação ovariana, dentre outras vantagens.

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Atualmente, inclusive os riscos de gemelaridade vem caindo substancialmente com as políticas de transferências de um único embrião por vez, associada a melhora nas técnicas de congelamento embrionário. As taxas globais de sucesso da FIV giram em torno de 30%, contudo variam muito de acordo com a idade do óvulo utilizado. Podendo sair de patamares muito baixos, para taxas de gravidez de até 60% em casos de bom prognóstico.

Esse pequeno resumo é muito interessante para ajudar a esclarecer algumas das dúvidas mais frequentes que os casais que passam por essa situação normalmente têm. É sempre importante lembrar que toda e qualquer definição de tratamento deve levar em consideração as particularidades de cada casal. E claro, a expertise do médico que os acompanha.

Por fim, lembre: infertilidade não é frescura e nem brincadeira, é doença sim! Causa um estresse enorme nas famílias que passam por ela!

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