Quando os meninos aqui em casa tinham menos de um ano e estavam com tosse, sempre escutei o conselho de dar mel para aliviar o sintoma (na casa de vocês também é assim?). Mas esse costume, bastante comum entre nossas avós e mães, não deve ser considerado quando nossos filhos são pequenos.
Você sabia que o mel é proibido para qualquer criança com menos de um ano? Essa recomendação é da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e está sendo reforçada pelos pediatras. Mas, porque estão falando nisso só agora?
Na verdade, essa preocupação surgiu há alguns anos, depois que diversas pesquisas encontraram no mel esporos da bactéria Clostridium botulinum, responsável pelo botulismo. Como o sistema imunológico do bebê com menos de um ano ainda está em desenvolvimento, ele não consegue combater essa bactéria, ao contrário de nós que conseguimos não nos intoxicar com ela.
O botulismo, apesar de não ser uma doença assim tão comum, é muito grave. Ela é uma intoxicação alimentar que atinge o sistema nervoso e causa tremores, dificuldade de deglutição, moleza no corpo e falta de apetite. Em quadros extremos o bebê pode ter insuficiência respiratória e até complicações neurológicas.
Além dessa bactéria (que já é um motivo que convence qualquer mãe a não dar mel para o filho com menos de um ano), alguns pediatras falam que o sabor adocicado do alimento pode fazer com que a criança recuse o leite materno ou até, quando estiver maiorzinha, tenha preferência por pratos bem mais doces.
Mas, e se eu já dei mel? Qual o risco?
Se você, sem saber, deu mel para o seu filho pequeno, não se desespere. A bactéria fica incubada somente entre 12 e 36 horas, então, se dentro desse prazo a criança não teve vômito, diarreia, fraqueza ou dificuldade para engolir, provavelmente está tudo bem com ela. Em caso de dúvida ou de algum sintoma diferente nesse período vale a consulta com o pediatra.
Ah, sobre o botulismo, ele não tem tratamento, apenas controle dos sintomas, então neste caso a prevenção é a melhor escolha.