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Maternidade – Expectativas x Realidade

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Gente, tenho que fazer uma confissão aqui para vocês, super em off. Não comentem, ok? (risos!).

Eu acho que no início da minha gravidez eu bati com a cabeça. Ou sofri uma lobotomia. Ou, quem sabe, fui abduzida por ETs que me devolveram à Terra só com parte da minha memória ativa. Sim, porque eu deletei absolutamente todas as informações relativas ao lado difícil e punk da maternidade e passei os nove meses da gestação achando que quando o Léo chegasse tudo seria perfeito, lindo e cor de rosa.Eu criei, dentro da minha cabecinha doida, uma realidade totalmente irreal, onde tudo correria às mil maravilhas, tudo seria fácil, lindo e tranquilo. Como seu eu e o Léo passássemos os primeiros meses juntos flutuando numa núvem cor de rosa sobre um mar de peixinhos dourados. Insana total!

Sempre que eu parava para imaginar como seriam as coisas depois da chegada dele (algo que a gente faz quase 24h por dia quando se está grávida), as via de uma forma muuuuuuito diferente do que é o verdadeiro pega-pra-capar diário. E hoje, um ano depois de já ter vivido muiiiiiiiiita coisa, tem horas que até tenho vontade de rir da minha santa e antiga inocência.

Bom, mas qual a vantagem de rir sozinha, né? Não tem graça nenhuma. Então resolvi compartilhar com vocês algumas coisinhas. Abaixo, relato como eu pensei que seriam as coisas e a forma como elas realmente aconteceram. Tudo isso para vocês saberem que não estão sozinhas nesse barco desgovernado que muitas vezes se transforma a maternidade. :-)

1. Eu achei que o Léo não fosse conhecer mamadeira tão cedo na vida – sim, achei que o Léo nasceria, seria colocado no meu peito e mamaria até me deixar seca. Só que não aconteceu exatamente assim. No início ele vinha para o meu peito e dormia (não havia jeito de fazê-lo mamar, até a uma consultora de amamentação eu recorri) e depois, quando isso começou a melhorar, ele teve um refluxo horrendo por conta da APLV e aí não conseguia mamar de dor. Enfim, o que eu achei que seria uma das coisas mais prazerosas da maternidade se transformou num verdadeiro pesadelo para mim (também achei que fosse precisar de terapia para superar esse “baque”, mas já passou).

2. Eu achei que, com dois meses de idade, o Léo já dormiria a noite toda – toda vez que eu penso nisso eu tenho vontade de me jogar no chão de tanto rir. Ai, como eu era inocente! Certa vez li, num dos inúmeros livros que devorei, que alguns bebês dormem a noite toda já com dois meses de idade. Bom, li isso e tive certeza: ah, o meu será um desses! Ai coitada! Até hoje tem noites que o Léo acorda de madrugada. Bem dizer, posso afirmar que até um aninho ele acordava todas as noites. No fim, eu já tinha até acostumado, mas me deparar com essa realidade, lá no início, foi bem difícil (eu não digo que durante a gestação eu estava meio abilolada? Que futura mãe, em sã consciência, vai acreditar que com dois meses um bebê pode dormir a noite toda. Que pode, pode, só que é beeeeeem raro).

3. Eu achei que o Léo fosse ser um bebê super calminho, daqueles que não dá trabalho nenhum – ah, aqui está outra doideira minha. kkkkk! Eu tive uma gravidez super-hiper-mega-ultra tranquila e aí fiquei achando que tudo isso passaria para ele e que ele seria o tal famoso bebê anjo da Encantadora de Bebês. Só que não. Claro que isso não aconteceu. O Léo é um bebê ativo, agitado, de personalidade forte e cheio de vontades (super normal, ainda mais vindo de onde veio. kkk!) e eu vivo cortando um dobrado para dar conta dele (sinceramente, minha mãe, a essa hora, deve estar rindo de tudo isso e pensando: a justiça tarda, mas não falha. Ahahaha!).

Bom, o que tirei de tudo isso? Aprendi a respeitar! Aprendi a respeitar o jeitinho do Léo e não tentar colocar a carroça na frente dos bois. Aprendi que não tem porque forçá-lo a fazer coisas que ele ainda não está pronto para fazer (como dormir uma noite inteira, por exemplo) ou a querer que ele seja de um jeito que ele não é (calminho quando, na verdade, ele é um bebê cheio de vida e de energia).

Em nenhum momento ver que o Léo fugiu um pouco do que eu imaginava me deixou  decepcionada ou me fez querer que ele fosse diferente (ok, confesso, gostaria que ele tivesse aprendido a dormir a noite toda mais cedo). Na verdade, acho até que esse choque de expectativa x realidade foi legal para eu começar a ver, desde cedo, o meu pequeno como um ser humano, um indivíduo que se desenvolve independente das minhas vontades, e a aceitar que as coisas podem e vão, muitas vezes na vida, ser bem diferentes do que a gente imagina (e isso para todo o sempre) mas que nada nos fará amar menos os nossos eternos pequenos.

E vocês? Em que ponto a expectaviva não bateu com a realidade? Compartilhe abaixo a sua experiência e sentimento. Vou adorar ouvir o que você tem a dizer.

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