Estava conversando outro dia com uma colega blogueira e ela comentou comigo sobre a haptonomia. E eu me peguei pensando que não importa quando tempo a gente tenha o blog, o quanto a gente leia e converse e se informe sobre os assuntos da gravidez e da maternidade, vira e mexe vai aparecer um termo novo, algo que a gente ainda não conhece.
Confesso que eu nunca havia ouvido falar sobre isso. E não fazia a mínima ideia do que se tratava, se era algo bom ou ruim, nada mesmo! Rsrs. Mais um motivo para procurar, pesquisar, descobrir e dividir com vocês o que encontrei por aí sobre isso.
Para começar, deixa eu contar para vocês que, embora o nome não seja o mais fofinho do mundo, a haptonomia é uma coisa muito legal e interessante. Tem a ver com o contato “físico” que os pais estabelecem com o bebê ainda na barriga e que ajuda muito a estabelecer o vínculo.
Muitas pessoas definem a haptonomia como a Ciência da Afetividade ou Ciência das Emoções. O termo em si foi utilizado pelo fisioterapeuta holandês Frans Veldman, há cerca de trinta anos. Junta os termos em grego“hapsis”que significa toque, sensação e “nomos” que significa norma, padrão, regra.
Ela tem utilidade bem prática e pode ser feita durante a gravidez, o trabalho de parto e os primeiros meses de vida do bebê. Simplificando bem, mas bem mesmo, a haptonomia é um jeito muito legal e gostoso de envolver mais o pai, parceiro ou parceira na gravidez e em todos os momentos da vida do bebê, já que, por natureza, as gestantes têm um contato mais íntimo e físico com o filho desde a barriga, quando sentem o bebê mexer e crescer e isso é mesmo um pouco difícil de ser sentido e compreendido por quem não carrega o bebê.
Pelo mundo afora há especialistas na técnica de haptonomia que oferecem inclusive sessões para que o casal se integre nessa prática. Aqui no Brasil há poucas pessoas que trabalham especificamente este conceito, mas um pouco dele é bem instintivo e possível de ser feito por todos.
O mais comum é que esse ritual de toque e contato seja iniciado após o quarto mês de gravidez, pois é quando o bebê começa a ser mais notado dentro da barriga, com seus movimentos e crescimento. O pai pode começar com uma espécie de massagem na barriga da mãe, feita de leve, com cuidado para que a pressão não seja muita para não machucar. A grávida pode ir avisando se está bom, ruim, até os dois acharem um jeito bem gostoso. Óleos vegetais podem ajudar nos movimentos e é um ótimo momento para conversar com o bebê.
Para quem não está gestando o bebê, é um jeito de sentir a paternidade (ou a maternidade, no caso de casais de mulheres) antes e curtir muito mais esses momentos a dois, quer dizer, quase a três.
Na hora do parto, os movimentos do toque, seja na barriga ou mesmo em outras partes do corpo, ajudam a mãe a relaxar e, com a voz e o toque a pessoa se mostra presente também para o bebê. Uma doula pode ensinar alguns movimentos bem úteis para este momento.
Após o nascimento, o contato físico vai ajudar ainda mais na criação dos vínculos entre todos e também ajuda o bebê a se sentir seguro e desenvolver sua autonomia. É com cuidado e aos poucos que os pais vão descobrir as posições que o bebê mais gosta, os movimentos, os sons, que tipo de toque o faz sentir confortável e seguro.
Tudo isso é o que ajuda a gente a estabelecer uma relação de afetividade, segurança e conforto entre pai, mãe e filho e eu tenho certeza que muitas de vocês, assim como eu, faziam várias dessas coisas instintivamente, não é? Mas é muito legal saber que tem gente estudando isso, que tem novas técnicas que se pode aprender para tornar toda a experiência da paternidade (e da maternidade também) ainda mais mágica e incrível.