No post de hoje, a Ale Palazzin, fisioterapeuta e uma das autoras do blog Tempo Mágico (blog sobre desenvolvimento infantil), fala um pouquinho sobre as fases do desenvolvimento do bebê. Mas especificamente. Sobre a importância de se ter conhecimento sobre esses fases e marcos e de que forma esse conhecimento pode ajudar a criança. Venha ver!
Quem é que nunca se pegou pensando ou pesquisando sobre as famosas fases do desenvolvimento do bebê. Se tem uma coisa que preocupa (em maior ou menor grau) todos os pais é se seu filho está se “desenvolvendo bem”. E, na maioria das vezes, esse ‘bem” está mais relacionado ao tempo de aquisição de uma nova habilidade (ou seja, com que idade aprendeu a sentar, andar, etc) do que ao processo pelo qual ele passou para aprende-la, as quais fazem parte da construção dela enquanto indivíduo (paciência, persistência, etc..)
A questão é que para pediatras e outros profissionais da área da saúde, saber com que idade aquela a criança atingiu os famosos “marcos motores” de fato é uma forma mais objetiva de acompanhar o seu desenvolvimento, uma vez que eles não podem observa-la diariamente. No entanto, para nós, enquanto pais, considerar apenas esses parâmetros (o dos marcos motores), muitas vezes, leva a uma certa “competitividade” (pelos frequentes questionamentos do tipo: “seu filho ainda não senta?”), a uma maior ansiedade e, principalmente, a uma dificuldade em respeitarmos (e valorizarmos) o processo do desenvolvimento daquela criança especificamente.
O resultado disso é que há uma maior preocupação em, por exemplo, buscar estratégias para ajudar o filho a se sentar sozinho ou a andar rapidamente (sem saber se ele já está de fato preparado para isso) em vez de, por exemplo, buscar oferecer um ambiente mais propício para o aprendizado ou, então, auxiliar a criança numa tarefa desafiadora sem tirar sua autonomia.
Isso não significa que não seja importante os pais conhecerem as etapas do desenvolvimento “normal” e quais as habilidades cada criança geralmente apresenta em cada idade. Pelo contrário, acreditamos que isso pode inclusive facilitar a interação entre pais e filhos. A questão é apenas como utilizar essas informações. Já explicamos.
Saber o que nosso filho está apto fazer (do ponto de vista neurológico) ou está prestes a aprender em cada etapa (não apenas do ponto de vista motor mas em todas as áreas), não deveria ser encarado com tanta pressão. Não deveria se ver isso como uma “meta a ser atingida”. Esse conhecimento deveria servir como um alerta acerca das mudanças às quais podemos/devemos ficar mais atentos (do que devemos observarmos em cada fase e assim conhecermos melhor o nosso bebê) e, principalmente, servir como um incentivo para oferecermos um ambiente mais favorável a todo esse aprendizado (e entenda-se por ambiente não apenas o espaço fisico como todas as experiências de aprendizagem).
Seria o mesmo que nos prepararmos para uma viagem a um lugar completamente novo. Geralmente, aprendemos um pouco sobre os costumes, sobre a língua, e fazemos um roteiro do que gostaríamos de conhecer. Chegando lá olhamos no mapa e seguimos caminho para o objetivo final, um ponto turístico especifico. Mas o melhor da viagem, o mais valioso, não é chegar lá no menor tempo possível. É tudo o que você viu no caminho, a companhia, um doce que experimentou ou até mesmo uma ruazinha nova que desvia um pouco da onde quer chegar naquele momento, mas que te leva a um lugar surpreendente. Afinal, são essas experiências que você irá levar para a vida toda.
Por Ale Palazzin, fisioterapeuta e autora do blog Tempo Mágico.
www.tempomagico.com.br
https://www.facebook.com/
Leia também:
Não, meu filho não está muito velho para isso.