Eu chorei quando o resultado do teste de gravidez veio positivo. Chorei quando vi você ainda em formato de feijãozinho dentro de mim. Chorei quando ouvi seu coração bater pela primeira vez e vi seus bracinhos e perninhas mexendo sem parar naquela tela minúscula.
Eu chorei quando contei para os seus avós que você estava vindo, quando tive aquele pequeno sangramento e achei que o nosso sonho poderia não se realizar ainda, quando ganhei o primeiro presentinho que era, na verdade, para você.
Eu chorei todas as vezes que o médico disse que estava tudo bem, quando soube que você seria Leonardo e não Helena, quando você me chutou pela primeira vez.
Eu chorei quando cheguei perto do fim da gravidez, com medo de não dar conta, com medo de não saber o que fazer, com medo de não conseguir protegê-lo.
Eu chorei enquanto seu pai segurava forte a minha mão e eu gritava de dor, enquanto via o rosto emocionado da sua avó, enquanto o médico dizia para eu não desistir.
Eu chorei quando ouvi o seu choro pela primeira vez. Chorei quando te toquei pela primeira vez. Chorei quando senti o seu calor e o seu cheiro. Não vou esquecer nunca deles.
Eu chorei quando entramos pela primeira vez na nossa casa (eu tinha medo!), chorei quando vi meu leite não descer e você gritar de fome, chorei quando tive que te dar mamadeira, contra tudo que eu havia planejado.
Eu chorei quando você teve cólicas, quando ficou doente pela primeira vez, quando cortou a testa naquela quina de mesa.
Eu chorei por medo, por insegurança, por cansaço, por não saber o que fazer, por dor. Sim, eu tive dor. Meus peitos doíam, minhas costas doíam, meus braços doíam, minha alma doía.
Eu chorei quando senti a solidão dos primeiros meses, quando vi uma parte da minha vida ir embora, quando vi que nada mais seria como era antes.
Eu chorei a primeira a primeira vez que fui obrigada a ficar longe de você, a primeira vez que você foi para a escola, a primeira vez que te magoaram.
Eu chorei quando você disse pela primeira vez “mamãe”, deu seus primeiros passinhos, me abraçou e falou baixinho que me amava.”
Eu chorei todas as vezes que não sabia o que fazer, não sabia se estava agindo certo, não tinha certeza se estava sendo uma boa mãe.
Eu chorei em todos os seus aniversários. De emoção e gratidão. Chorei por você e por mim. Chorei por você ser quem você é por eu ter me tornado quem eu sou graças a você.
Com você, eu vivi e vivo as maiores emoções da minha vida e sem você tenho certeza que minha vida não seria completa.
Cada uma das lágrimas derramadas tiveram o seu valor e significado. Cada uma delas me ensinou algo e todas elas são importantes para mim.
De alegria, amor, dor ou medo, não importa, o choro sempre será a expressão máxima da nossa emoção.