O inverno chegou e é só o frio se aproximar, junto com o tempo seco, que aumentam os casos de doenças de inverno, como gripes e resfriados. O ambiente fica propício para a transmissão de doenças comuns nessa estação. Temos que cuidar e ficar atentas, pois o que parece um simples resfriado pode virar algo mais sério. Uma vez, o Caê começou com o que parecia uma doença de inverno e acabou virando uma bronquiolite. Contei essa história AQUI.
Segundo o Dr. Valério Trindade, geralmente, as infecções causadas por vírus estão mais relacionadas com o estado imunológico de cada pessoa. E, portanto, a melhor forma de se prevenir das infecções virais desta época é manter, durante todo o ano, um estilo de vida saudável. No caso das crianças, contribui muito ter uma alimentação rica em vitaminas e um sono de qualidade. Já para nós, adultos, o que contribui mesmo, além de alimentação balanceada e sono de qualidade, é praticar atividade física regularmente e não fumar.
Normalmente, a vacinação é a medida mais eficaz para a prevenção da gripe, mas além dessas medidas citadas acima, também existem algumas que podemos tomar para preparar tanto o nosso organismo, quanto o das crianças. Abaixo, o Dr. Valério esclarece algumas dúvidas comuns sobre as doenças nessa época do ano e dá algumas dicas para preparar o organismo.
Dúvidas comuns e dicas para preparar o organismo e evitar doenças de inverno
As viroses realmente são mais comuns? Qual o melhor tratamento?
As viroses são as principais infecções, em termos estatísticos. Convivemos diariamente com vírus – existem mais de dois mil tipos conhecidos, capazes de provocar infecções em humanos, a maioria delas benignas e autolimitadas. Por isso, o tratamento, muitas vezes, é de melhora dos sintomas, como febre, coriza e mal-estar, com algumas exceções. Os antibióticos tratam infecções bacterianas e não as viróticas, e não deveriam ser a abordagem inicial para a maioria das pessoas. A duração dos sintomas não se modifica com o tratamento, de uma forma geral, é de cinco a sete dias.
Qual a diferença entre gripe e resfriado?
O resfriado é a infecção virótica de vias aéreas mais comum, causada pelo rinovírus e adenovírus, principalmente. Normalmente, os sintomas são de mal-estar, coriza, espirros, “corpo ruim”, diminuição do apetite, sem febre ou com febre baixa. De maneira geral, não impede as atividades acadêmicas e profissionais. Já a gripe, causada pelos vírus da família Influenza, provoca os mesmos sintomas dos resfriados. Mas com intensidade maior, sendo, portanto, uma doença mais grave.
Pegar vento depois do banho quente ou tomar sorvete no inverno causam resfriados?
Vírus são os causadores de gripes e resfriados, assim, mudanças de temperatura e ingestão de alimentos gelados não são causa de infecções viróticas.
Vitamina C ajuda a prevenir ou curar o resfriado?
A vitamina C necessária para o organismo já está na alimentação balanceada. Ela, portanto, auxilia na prevenção e no tratamento de doenças viróticas de uma maneira geral. Não existe indicação científica para a ingestão de vitamina C além disso.
Chás de limão e mel funcionam?
Não existem evidências científicas de que xaropes e chás com ingredientes naturais como própolis, mel, limão, alho, entre outros, tragam benefícios além do fato de serem adocicados e quentes e, como resultado, amenizem o reflexo da tosse.
Para algum público, a virose pode ser mais preocupante?
Alguns grupos de pacientes, como os bebês e os idosos, estão sob risco maior de complicações das infecções viróticas, como desidratação, distúrbios do potássio e do sódio. Além disso, de poderem ser acometidos por infecções bacterianas associadas, por exemplo uma gripe se complicar com uma pneumonia bacteriana. É preciso ficar atento.
A vacina para a gripe funciona mesmo?
A imunização é eficaz e segura, e deve ser repetida anualmente. A vacinação é fundamental.
Sobre Dr. Valério Trindade
Dr. Valério é clínico geral da Unimed-BH, especialista pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM). Ele é também especialista em cardiologia, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), e em Medicina Intensiva, pela Associação de Medicina Intensiva Brasileia (AMIB). Professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, e mestre em Medicina Tropical pela Universidade Federal de Minas (UFMG).