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Dicas para ter um bom relacionamento com a sogra

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Gente, vocês não imaginam o sem número de leitoras que me escrevem pedindo dicas para melhorar o relacionamento com sogra, ou de como agir em situações complicadas, em que o stress já está instalado entre as duas (nora e sogra). E eu sempre respondi a mesma coisa: infelizmente, não tenho uma solução para isso, não tenho uma receita pronta para passar, cada caso é um caso e a solução vai variar muito de família para família (acho que nem que eu fosse psicóloga, vidente, macumbeira ou algo assim eu teria uma resposta definitiva para essa questão).

Photo Credit: Bob.Fornal via Compfight cc
Photo Credit: Bob.Fornal via Compfight cc

Mas a verdade é que eu me dou bem com a minha sogra. Muito bem, considerando as histórias que vejo por aí. E acho sim que nos damos bem muito por conta da nossa personalidade (somos parecidas e a gente se entende), mas também porque soubemos construir o nosso relacionamento e porque colocamos nele algumas coisas que fazem toda a diferença para as coisas fluírem bem.

Não que eu ache que o que funciona para nós irá funcionar para todos os relacionamentos nora – sogra, até porque uma pessoa não é igual à outra, mas para muitos vai ajudar bastante sim, pois são coisas bem simples e bem intuitivas.

Bom, então, com vocês, o que eu acho que fez toda a diferença para que eu e a minha sogra conseguimos construir uma boa relação, de respeito e admiração mútuos. Em breve, vou pedir para ela também falar sobre isso, para mostrar como ela vê as coisas, e quem sabe, ajudar vocês, leitoras, a entenderem um pouco melhor o que se passa do outro lado.

1. Sinceridade acima de tudo. Não sei se a sinceridade extrema (com educação, é claro) funciona em todas as relações nora-sogra, mas no meu caso, fez toda a diferença. Eu não sou uma pessoa de fazer rodeios, e a minha sogra também não é. Assim, a gente fala abertamente o que pensa uma para a outra, mesmo que isso não seja exatamente o que o outro lado quer ouvir. Querem dois exemplos? Assim que o Leo nasceu, eu falei duas coisas BEM sinceras para a minha sogra: “Você pretende vir todos os dias aqui? Porque eu não gostaria.” e “Prefiro que você ligue antes de vir, sempre, pois receber visitas de surpresa me atrapalha”. Pode parecer indelicado, grosseiro, mas era o que eu queria dizer no momento e foi o que eu disse, com educação (hum, mais ou menos. kkkk! andava meio nervosa naquela época). Em vez dela ficar chateada, ela entendeu e respeitou. E ainda agradeceu a sinceridade. Para ela, melhor a nora dizer abertamente o que espera dela do que ficar cheia “de dedos”, não dizer nada, se irritar e depois sair falando mal pelas costas. Vocês também não iam preferir que fosse dessa forma? Eu sim!

2. Não abusar e respeitar os limites. Minha sogra ajuda muito com o Leo. Ajuda demais! Posso contar quase sempre que preciso e isso é ótimo para mim. Mas também tento não abusar. Não é porque ela gosta que ele durma lá que eu tiro folga e mando ele para a casa da avó todas as semanas. Sei que ela gosta, se diverte, e que ele ama. Mas também sei que dá um trabalho danado, que ela e o meu sogro não tem mais 20 anos e que a responsabilidade de criar o meu pequeno é minha e do meu marido. Além disso, também respeito os limites que ela impõem. Respeito e entendo. Muitas vezes eu precisei que ela ficasse com o Leo e ela me disse abertamente: tudo bem, desde que seja na minha casa. É claro que eu preferia que ela viesse até a minha, afinal, ele era bebezinho, não precisaria tirá-lo de casa e da sua rotina, entre outras coisas, mas se ela estava se dispondo a ajudar, o mínimo que eu poderia fazer é entender que a ajuda era dentro dos limites dela. Entendido isso, tudo flui bem, para ambos os lados.

3. Se colocar no lugar do outro. Acho que isso é importante para todo o tipo de relacionamento e não só nora-sogra. Quando a gente se coloca no lugar da outra pessoa, tenta entender por que ela fez isso ou aquilo que você achou “u ó”, um absurdo, o fim do mundo, ajuda muito. Muitas vezes, o que ela fez estava errado na sua opinião, mas a intenção era das melhores.

4. Ter certeza da sua importância na vida do seu filho. Sinceramente, acho que muita nora não gosta da sogra porque morre de ciúmes do filho, se sente insegura quanto ao seu amor e à importância que tem na vida do filho, e aí transfere esse sentimento negativo para a sogra (a mãe pensa: ele vai gostar mais dela do que de mim). Mas isso é bobagem. Se você for uma boa mãe (e boa não é boazinha, é mãe como tem que ser, impondo limites também), for uma mãe presente, amorosa e participativa, não precisa ficar pinéu achando que será trocada por outra pessoa. O Leo é completamente apaixonado pela avó, vive pedindo para ir para a casa dela e tem situações em que até prefere ficar com ela do que comigo. E eu fico irritada por conta disso? Claro que não! Dou graças a Deus por ele ser tão amado e tão bem cuidado por outras pessoas e por essas pessoas me proporcionarem tantos momentos de folga. O meu lugar, no coração dele, está garantido. Pelo menos por enquanto.

5. Reconhecer o que o outro lado tem de bom e aceitar os bons conselhos. Sogra adora dar pitacos e é claro que nem todos prestam. Isso é fato. E a gente, óbvio, odeia receber conselhos da sogra. Logo que o Leo nasceu, era só a minha sogra falar alguma coisa para eu querer fazer outra. E se o meu marido falasse algo como “liga para a minhã e peça a ajuda dela”, era capaz de eu pular no pescoço dele e estrangulá-lo ali na minha frente mesmo. Nessa época, eu odiava os conselhos que ela tinha para me dar. Via aquilo como uma intromissão, como alguém que estava tentando me ensinar a ser mãe porque eu ainda não sabia ser (eu tinha essa impressão). Hoje em dia, eu não tenho mais esse pensamento. É claro que fico irada, morta de raiva e descontrolada quando ela diz uma coisa e fica insistindo nessa coisa até a morte (coisa que ela várias vezes faz), mas aí eu retomo o conselho número 1, uso de toda a minha sinceridade e esclareço que já entendi, que vou fazer ou não o que ela disse, e que DETESTO que fiquem insistindo em algo que já foi dito. Ou seja, nem todos os conselhos prestam e precisam ser aceitos, mas nós, noras, também temos que dar o braço a torcer e admitir que muita coisa que elas nos dizem e tentam nos ensinar é valioso sim e vale a pena ser colocado em prática.

6. Na casa dela, quem manda é ela. Mas também deixe as suas regras claras. Quando o Leo vai dormir na casa da avó ele faz várias coisas que não faz em casa. Ele dorme na cama dos avós, dorme mais tarde, tem outra rotina nas refeições e é muito, mas muito mais mimado. Mas isso é lá na casa dela. Já que ele está lá, está sob os cuidados dela, acho justo que as coisas aconteçam de forma que não interfira demais na rotina deles (avô e avó) e que também os permita curtir o neto da forma que eles gostam e podem. Só que, aqui tem outra questão. Regras que não estão abertas a negociação – como oferecer doces para crianças até certa idade, por exemplo – também devem ficar claras. Assim, é sempre bom usar o bom senso. Você cede nas coisas que não são tão importantes para você, mas também deixa claro quais são as coisas das quais não abre mão. E aí, os dois lados se adaptam.

7. Entender que avós não tem a obrigação de educar. Acho que quando a gente entende e aceita que os avós não tem a obrigação de educar (mas também não tem o direito de deseducar, de ensinar coisas que você acha completamente erradas), tudo fica mais fácil. Casa de avô e avó é para ser gostosa, é natural que seja mais divertida e “light” que a casa dos pais, e não nós, mães, não temos que ser as “generalas” que ficam criando regras para todo mundo seguir. Como eu disse no tópico acima, tem os pontos que eu não negocio e que se os avós não podem “obedecer”, prefiro que o Leo não fique lá, mas em tantos outros, eu sou bem flexível, porque já tive avós e sei que com eles a relação é outra. E eu acho que a criança mesmo entende essa distinção. Ela percebe que tem coisas que ela está autorizada a fazer na casa dos avós, mas que não rola na casa dos pais. Se isso ficar claro, desde o início e para todo mundo, tudo fica mais fácil.

Gente, em resumo, essa é a minha visão da relação nora-sogra. Isso é o que funciona para mim, considerando o jeito que eu sou e o jeito que a minha sogra é. Claro que tudo isso é possível porque ela não é uma sem noção. Apesar de ter uma visão sobre criação de filhos diferente da minha em vários aspectos, ela criou maravilhosamente bem seus quatro filhos e entende e respeita as minhas posições, o que ajuda muito.

Bom, espero que essas ideias ajudem vocês, leitoras que andam passando por maus bocados com suas sogras. Não é uma receita infalível e nem uma solução definitiva, mas pode dar uma outra visão da situação e ajudarem a melhorar as coisas por aí.

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