Macetes de Mãe

Dicas para se preparar para a amamentação

Mamães, cá estou eu para contar mais uma novidade super bacanas para vocês! A partir de agora, aqui no blog, contaremos com uma coluna que tratará exclusivamente de um tema muito importante para nós: amamentação. Ela será escrita por uma “ajudante” já antiga do blog, a consultora em Aleitamento Materno Gabriela Giacheta (ela já escreveu outros posts para o blog. Confira: Desmame natural, Desmame natural IIIngurgitamento mamário, ).

E nesse primeiro texto da coluna, pedi que a Gabriela abordasse um assunto especialmente importante para mim: a preparação para a amamentação. Quem acompanha o blog já há algum tempo, sabe que eu tive muitas dificuldades para amamentar o Leo. E lembrando de tudo que passei, dessa vez, estou preocupada em me preparar melhor para o processo para não passar pelos mesmos problemas, ou, pelo menos, para tentar amenizá-los.

Bom, aqui estão as dicas da Gabriela que, com certeza, não serão úteis só para mim, mas também para milhares de mães. São informações simples e práticas, de ordem física e emocional, que prometem ajudar bastante. Com certeza, eu irei colocá-las em prática. Boa leitura e aproveite você também!

Photo Credit: Matteo Bagnoli via Compfight cc

Dicas para se preparar para a amamentação

Por Gabriela Giacheta

Olá, mamãe! Hoje, estou aqui para dar dicas de como nos prepararmos fisicamente e psicologicamente para a amamentação, que é um ato de amor, mas que pode, no entanto, não ser tão fácil como pensamos no início e, se não tivermos orientação adequada, pode acabar em um desmame precoce.

Provavelmente, você já ouviu falar em muitas coisas que devem ser feitas para preparar as mamas, os mamilos e tudo mais, mas mesmo assim achei importante retomar essa questão aqui no texto. Assim, abaixo, listei o que deve e o que não deve ser feito no que diz respeito ao preparo das mamas:

Outras questões que as mães procuram saber é sobre o leite, a descida do leite, sua produção e tudo mais. Bom, vou falar um pouco sobre isso agora.

Durante toda a gestação, nosso organismo esta se preparando para receber o bebê e, consequentemente, alimentá-lo. Os hormônios são minimamente calculados para que tudo ande em perfeito equilíbrio. Sabemos que o natural e fisiológico é entrar em trabalho de parto, visto que esse processo desencadeia e libera hormônios e estímulos para que o organismo entenda que o bebê está pronto para nascer e, dessa forma, o corpo da mulher deve trabalhar para alimentá-lo.

Quero deixar claro que quando entramos em trabalho de parto o entendimento do nosso corpo acontece de forma mais rápida e natural. Infelizmente, hoje em dia, as cesáreas eletivas estão acontecendo em grandes proporções e sim, um parto marcado, pode retardar a apojadura. A apojadura, ou seja, a descida do leite, geralmente ocorre de 72 a 96 horas após o parto e, antes disso, temos a presença de colostro que é ricamente capaz de nutrir um recém-nascido e é exatamente o que ele precisa. Recentemente, uma paciente me relatou que, na maternidade, a equipe de saúde falou exatamente assim para ela “Nossa, você tem pouco colostro. Vamos dar complemento porque seu leite não esguicha”. Bom, sinto informar que colostro não esguicha e nem nunca vai esguichar. Muitas mulheres não apresentam peitos que vazam, conchas que transbordam leite e esguichos abundantes e, mesmo assim, são igualmente capazes de nutrir. Nunca esqueça disso!

É preciso um entendimento pela mulher e pelos profissionais de saúde que, quanto mais o bebê sugar, mais estímulos o organismo da mulher vai receber para que o processo de amamentação se estabeleça. Infelizmente, muitas maternidades oferecem bicos artificiais e complementos para “acalmar” o bebê e não possuem entendimento do quanto esse ato prejudica o início da amamentação, visto que ele vai procurar menos o peito da mãe e, consequentemente, vai haver menos estímulos. Bebês choram e não é só de fome. O nascimento por si só já é estressante, ainda mais se separado da mãe por horas. Prepare-se para escutar, ainda na maternidade, coisas como “você não tem leite”, “seu colostro é pouco”, “seu bebê chora e é de fome”. Nesse momento, estamos inseguras, com os hormônios agindo em uma velocidade assustadora e nem sempre temos apoio e conhecimento para lidar com frases desanimadoras (para não dizer desesperadoras) como essas.

Assim, uma dos meus principais conselhos para você, que quer amamentar, é: procure, ainda na gestação, um pediatra que realmente seja a favor do aleitamento materno e, se possível, profissionais da área que entendam do assunto e possam apoiá-la em suas dúvidas (tais como consultoras em aleitamento materno).

Vamos supor que seu bebê realmente precise de um complemento. Você sabia que ele pode ingerir esse complemento através do seu peito, ato esse que estimula a sua produção de leite e através do qual não há riscos do bebê fazer uma confusão de bicos?! Pois bem, isso existe e é uma técnica que chamamos de translactação. Quero dizer que amamentar é possível sim quando temos informação, conhecimento, apoio e equipe de saúde preparada.

Abaixo seguem informações que irão auxiliar no início da amamentação e durante todo o seu processo:

Ainda, você sabia que a mesma estrutura presente em nosso sistema nervoso, o hipotálamo, é o responsável tanto pelo controle das nossas emoções quanto pelo controle da amamentação? Pois é, dessa maneira fica fácil entender que as emoções negativas como estresse, frustração, dor, ansiedade ou raiva podem inibir a liberação da ocitocina o que impede a ejeção, expulsão do leite.

Assim, é imprescindível preparar-se para o pós-parto, saber qual será sua rede de apoio, quem vai ajudar com os afazeres de casa, com que você vai poder realmente contar. Alimentar-se adequadamente, descansar e ingerir líquidos (aproximadamente três litros por dia) também é fundamental para uma boa produção de leite.

E lembre-se: não existe leite fraco e o leite que você produz é exatamente o que o bebê precisa. O que pode existir é uma baixa produção de leite devido a fatores de estresse, cansaço excessivo, inadequada alimentação e ingesta hídrica.

A maternidade é entrega, é passar por um portal onde você vai deixar muitas coisas para trás e aprender novos valores e sentido para a vida. Mas para isso é preciso estar disposta, querer, entregar-se, correr atrás e receber apoio. Fisiologicamente tudo esta perfeitamente preparando-se para quando o bebê nascer. Seu organismo esta se ajustando para dar conta do que vem pela frente. Mas e emocionalmente? Você se preparou? Buscou informação e apoio?

Se você não estiver bem emocionalmente, segura de si (que é um treino no pós-parto, onde nos encontramos frágeis e quando os “palpites” chegam sem pedir licença), se não tiver empoderado-se, deixando seus instintos falarem mais alto e, principalmente, acreditando em você e no seu poder de nutrir as coisas podem se complicar.

Acredito que a nossa mente comanda nosso corpo e, por experiência própria, sei que quando encaramos o problema de frente e tomamos atitudes para mudar o rumo das coisas, os resultados aparecem.

De nada adianta a melhor bomba de ordenha, a melhor pomada de lanolina, a melhor almofada de amamentação se você não acreditar em você e buscar preparo adequado para o pós-parto.

É preciso de um entendimento maior, onde você compreenda que a sucção vai além de necessidade nutricional e que o bebê também suga para se nutrir emocionalmente e, dessa forma, ele precisa sugar quando desejar, sem horas e regras. É preciso parar de comparar com a amiga quanto seu filho ganhou em gramas ou quanto cresceu em centímetros esse mês. Se ele esta saudável e desenvolvendo-se ele está bem nutrido. É preciso riscar de nossas mentes que peito demais estraga, que colo demais vicia e que cama compartilhada é ruim para o bebê. A mulher precisa se impor, precisa permitir que seus instintos falem mais alto e então, entregar-se para a maternidade sem medo, sem neuras de como será daqui um, dois ou cinco meses. Viva um dia de cada vez, como se fossem únicos e lembre-se: errar é humano quando trata-se de maternidade é inevitável.

Esse bebê escolheu você para, juntos, aprenderem e amadurecerem.

Esqueça as regras, as tabelas, as listas. Aceite e entregue-se.

Veja também: Ingurgitamento mamário – o que é, como evitar e tratar

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