Você já ouviu relatos sobre o rastreamento da mama? É aquele ato em que o bebê busca sozinho o peito da mãe pela primeira vez, para realizar a pega e começar a mamar. É lindo, não é?
Neste texto, saiba um pouco mais sobre como isso acontece, com dados de um estudo realizado e do ponto de vista biológico. Mais uma livre tradução extraída do site Scary Mommy, que você vai adorar!
Descubra a razão biológica para os bebês fazerem o “rastreamento da mama”
Por Wendy Wisner
Se você teve a sorte de testemunhar, assistir a um recém-nascido “deslizar” até o peito e realizar a ‘pega’ é, provavelmente, uma das coisas mais incríveis que você já viu. É um fenômeno chamado “o rastreamento da mama” e a maioria dos bebês saudáveis é capaz de fazê-lo sem nenhuma ajuda. Uma mãe apenas coloca o recém-nascido na barriga ou no peito, espera pacientemente e, eventualmente, o bebê vai até o peito e é capaz de fazer a pega sozinho.
Consegui fazer o rastreamento da mama com meu segundo bebê, e foi um dos momentos mais memoráveis da minha vida. Serei honesta, apesar de ter aprendido muito sobre isso de antemão, não tinha certeza se realmente funcionaria ou se meu bebê saberia o que fazer (afinal, ele acabou de nascer!) Mas depois de alguns minutos de tentativa, ele pressionou o pé minúsculo na minha barriga e começou a se mover em direção ao meu peito. Logo depois, ele começou a lamber meu mamilo e tentar mamar.
Se você não teve a honra de assistir a um bebê fazendo isso ao vivo e pessoalmente, não se preocupe. Você pode assistir a esse processo nesse link aqui. (Mas cuidado: seus ovários podem ir à loucura!)
Totalmente inacreditável, não é? Você provavelmente está se perguntando: ‘mas como é que esse bebê sabia exatamente o que fazer.’ Bem, existem muitas teorias sobre como este fenômeno funciona, incluindo a ideia de que o cheiro, o sabor, a visão e os instintos de um bebê funcionam juntos para guiá-los ao seio.
Mas um estudo de 2017 pode oferecer as melhores evidências de como tudo isso funciona e isso vai te surpreender! Tudo tem a ver com a temperatura corporal: os mamilos da mãe literalmente esquentam para que o bebê os encontre, enquanto a temperatura corporal do bebê diminui para fazer com que os mamilos pareçam ainda mais quentes.
O estudo, publicado na Acta Paediatrica, analisou 41 mães que deram à luz em um hospital na Itália entre janeiro e fevereiro de 2015. Todas elas pretendiam amamentar e eram consideradas gestações de baixo risco. Após o nascimento, seus bebês foram colocados em sobre a mãe por pelo menos 15 minutos e os deixaram à vontade para engatinhar até o peito.
As temperaturas das mães foram avaliadas em três pontos: cerca de 6 horas antes do nascimento, um e dois dias após o parto. Os pesquisadores examinaram também os mamilos das mães e a pele ao redor.
Agora, entenda: mesmo antes de dar à luz, os mamilos das mães eram 0,4 graus mais altos que a pele ao redor. Mas no dia em que deram à luz, a temperatura dos mamilos das mães subiu 0,9 graus a mais que a pele ao redor e, no segundo dia após o parto, a temperatura subiu 1,1 graus a mais que a pele das mães.
Mas não foi apenas a temperatura do mamilo que foi significativa. Os pesquisadores também mediram os lábios e a testa dos bebês pequenos. Eles descobriram que nos dois primeiros dias após o nascimento, os lábios dos bebês eram mais frios do que as testas (2,2 graus mais frios no primeiro dia; 1,8 grau mais frio no segundo dia).
Isso significava que, quando você comparava a temperatura dos mamilos das mães às dos lábios dos bebês, havia uma diferença de 3 graus – ou seja, os mamilos das mamas esquentavam enquanto os lábios dos bebês esfriavam.
A teoria é que os lábios frios do bebê são atraídos até os mamilos para se aquecer, o que faz todo sentido quando você pensa a respeito. E a coisa mais incrível é que tudo isso acontece sem que ninguém precise fazer nada. A biologia organiza as coisas para que os bebês sejam naturalmente atraídos por suas mamas quentes e cheias de leite.
Ou, como explicam os pesquisadores do estudo: “Essas descobertas mostram, pela primeira vez, que um gradiente de temperatura pode apoiar a identificação e comunicação térmica mãe-bebê no rastreamento da mama e na progressão natural do nascimento à amamentação”.
Os pesquisadores também supõem que essa “sugestão térmica” entre o mamilo da mãe e os lábios do bebê é um dos vários fatores que trabalham em conjunto para tornar possível o rastreamento da mama. Por exemplo, eles observam a pesquisa anterior que mostra que os bebês reagem ao cheiro dos mamilos das mães ao nascer e levantam a hipótese de que a temperatura mais quente do mamilo só potencializa esses cheiros.
Meu Deus! Como o corpo das mulheres é incrível, não é?
Eu entendo que não é possível para todas as mães e bebês experimentarem o rastreamento da mama – e certamente algumas mães nem estão interessadas nisso. Mas sugiro a todas as mães que experimentem, se possível. É uma ótima maneira de se relacionar com seu bebê, começar a amamentar e, é claro, se maravilhar com a incrível beleza da biologia humana.