Depressão pós-parto: como foi para mim. Eu já compartilhei antes, mas quero compartilhar novamente como foi a minha experiência.
Depressão pós-parto: meu depoimento pessoal
Eu sentia que vivia um pesadelo. Todos os dias tinha vontade de bater com a minha cabeça na parede até ela estourar. Fui perdendo a vontade de fazer as coisas mais básicas: sair de casa, ir ao mercado, escovar os dentes, tomar banho (mas o senso de responsabilidade e higiene que me mantiveram fazendo isso). Quando saia, me sentia deslocada da realidade.
Como seu eu nem pisasse direito no chão. Levitava de uma forma desagradável e via e ouvia tudo meio estranho. Eu só queria dormir (e a ideia de não acordar mais não me parecia ruim) e compensei o desprazer com a vida exagerando no meu ponto fraco: a comida. E eu também tinha medo da morte. Não da minha (pra falar a verdade, essa eu até desejei em alguns momentos), mas da morte dele, do meu bebê.
Todos os dias, todas as horas, todos os minutos e segundos eu não me permitia ficar longe dele, eu estava sempre vigiando-o, porque eu achava que algo de ruim iria acontecer e eu iria perde-lo. Ele era o meu algoz (tudo veio com a sua chegada) e ao mesmo tempo era o que havia de mais importante e belo na minha vida. Falo de depressão, gente.
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Depressão pós chegada de um bebê. Depressão pós parto. Eu passei por duas. Uma não diagnosticada (primeiro filho) e uma diagnosticada e tratada (segundo filho). Piores momentos da minha vida, justamente quando eu deveria estar feliz. E me cobrava essa felicidade. E aí parecia tudo ainda mais doloroso e difícil, pois vinha a culpa.
Enfim, achei importante trazer esse relato porque hoje, para vocês terem uma ideia, são registrados cerca de 12 mil suicídios no Brasil anualmente e, cerca de 96,8% desses casos estão relacionados a transtornos mentais e, dentre eles, principalmente, a depressão. não precisamos esperar chegar só em uma data específica, como o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, para falar a respeito.
Somente quem já passou por uma depressão pós-parto pode entender a dimensão desse sofrimento e o perigo dessa doença. Então, deixo aqui um alerta: fique atenta ao seu comportamento, a alterações significativas de humor, à sua falta de disposição e interesse pelas coisas importantes ou corriqueiras. E acima de tudo, não se culpe!
Esse texto, foi publicado originalmente no meu perfil do Instagram, AQUI.