Macetes de Mãe

Crianças independentes: Quanto você dá de autonomia para seu filho aprender por si próprio?

No texto de hoje,  as fisioterapeutas Ale Palazzin e Graziela Faelli, autoras do blog Tempo Mágico, vão falar um pouco sobre  crianças independentes, sobre autonomia e independência infantil. Até que ponto nós, pais, devemos interferir na hora que uma criança está aprendendo um movimento novo. Devemos ou não ajudá-las no processo? Achei muito bacana as colocações das autoras e convido vocês a lerem o texto e se informarem também.

Photo Credit: MTSOfan Flickr via Compfight cc

Crianças independentes: Quanto você dá de autonomia para seu filho aprender por si próprio?

Por Ale Palazzin e Graziela Faelli, autoras do blog Tempo Mágico

Quando, enquanto pais, observamos uma criança pequena aprendendo algum movimento novo, sentimos orgulho, encanto, alegria e também, em muitos momentos, uma tentação enorme de dar aquela “ajudinha”, não é mesmo? A sensação é de que falta tãaao pouco para a criança conseguir alcançar aquele bichinho, mas esse momento parece que não chega nunca rsrs… E são tentativas e mais tentativas, como qualquer um de nós precisaria para adquirir uma nova habilidade motora, mas que, quando acompanhamos de fora (ainda mais por serem movimentos aparentemente tão simples), mobiliza em nós uma enorme inquietação e vontade de auxiliar. Já passaram por isso?

Mas será que existe algum “problema” em ajudar a criança nesse momento?

Quando falamos sobre desenvolvimento infantil não existe nada 100% certo ou 100% errado, mas sim algumas atitudes por parte dos pais que podem favorecer mais ou menos esse processo e que vão, inclusive, ter repercussões não apenas para o aprendizado daquela habilidade em si, como também na formação daquela criança enquanto pessoa.

Para exemplificar o que estamos querendo dizer, trouxemos a citação de uma médica húngara, chamada Emmi Pikler (1902-1984), que desenvolveu uma metodologia de cuidados para criança entre 0 e 3 anos a partir da observação e registro detalhado das ações e reações de bebês. Esta abordagem tem como base o respeito à individualidade de cada criança durante os cuidados e, entre outros princípios, o desenvolvimento da autonomia através do brincar livre.

“Enquanto aprende a contorcer o abdômen, rolar, rastejar, sentar, ficar de pé e andar, (o bebê) não apenas está aprendendo aqueles movimentos como também o seu modo de aprendizado. Ele aprende a fazer algo por si próprio, aprende a ser interessado, a tentar, a experimentar. Ele aprende a superar dificuldades. Ele passa a conhecer a alegria e a satisfação derivadas desse sucesso, o resultado de sua paciência e persistência.” Emmi Pikler

Gostamos dessa citação porque ela descreve de modo muito simples como é rico o processo pelo qual a criança passa quando está se desenvolvendo, de uma maneira muito mais ampla/abrangente do que aprender o movimento em si. Talvez, se enxergarmos dessa forma, fique um pouco mais fácil avaliar se a criança realmente precisa de auxilio naquele momento ou não, e/ou quanto de ajuda ela necessita (e conter nossa inquietação. rsrs).

Notem que não estamos falando que a criança nunca pode ser auxiliada. É possível que, em alguns momentos, ela realmente precise do seu apoio (e às vezes, apenas sua presença, seu encorajamento sejam suficientes) e isso, inclusive, pode fazer total diferença para que ela persista ou não em uma tarefa que para ela é mais difícil ou a deixa insegura. Mas isso só nós, enquanto pais, que somos quem mais conhece nossos filhos, suas capacidades, seus limites, como estão naquele momento (se estão cansados, inseguros ou apenas “manhosos”), etc..,  poderemos avaliar naquele momento. O importante é lembrar que, quanto mais autonomia a criança tiver para ser protagonista do seu aprendizado, maiores benefícios ela terá.

Por Ale Palazzin e Graziela Faelli, autoras do blog Tempo Mágico, que trata sobre desenvolvimento infantil. (Confira também o perfil no Facebook). Alessandra Palazzin é fisioterapeuta, especializada em neuropediatra, mestre em aprendizado motor e mãe do Pedro. Graziela Faelli também é fisioterapeuta, especializada em neurologia pela USP, mestre em neurociências (UNICID) e mãe do Rafael.

As autoras já escreveram para o Macetes de Mãe sobre os seguintes temas: Qual o sapato ideal quando o bebê começa a andarFases do desenvolvimento do bebê – por que conhecê-las, Benefícios de se conversar com o bebê durante a gravidez.

Se você gostou desse post, poderá gostar também desse vídeo: a importância de incentivar a autonomia dos filhos:

Sair da versão mobile