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Criação com apego: torna os filhos pessoas melhores ou mimadas?

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O post de hoje está maravilhoso! A nossa colunista, a psicóloga Kênia Braga, esclarece algumas dúvidas sobre a criação com apego. Você já deve ter escutado falar sobre a teoria do apego. O termo “criação com apego” (que veio do inglês “attachment parenting”) é uma teoria criada por um psicólogo britânico que defende uma criação bastante próxima dos filhos com os pais.

Uma dúvida comum entre os pais é: será que a criação com apego torna os filhos pessoas melhores ou mimadas? Confira neste post!

Criação com apego: torna os filhos pessoas melhores ou mimadas?

A Teoria do Apego é um modelo psicológico que estuda a dinâmica das relações interpessoais de longo e curto prazo entre os seres humanos. Ela explica como a relação pai-filho surge e influencia os relacionamentos futuros, estudando o vínculo formado entre bebês com as mães e cuidadores e se estende para os laços entre adultos.

A criação com apego é baseada na premissa de que fortalecer o vínculo emocional com o filho, promove maior saúde mental durante todas as fases de desenvolvimento da criança. Isso permite que as crianças cresçam mais confiantes, empáticos e felizes. É uma forma de cuidado baseada em muito afeto, abraços, beijos, afagos, carinhos, dar colo e atenção, embalar ao colocar para dormir, acalentar na hora do choro e doar um tempo de qualidade e vínculo importante.

De acordo com a teoria do apego na psicologia, uma forte ligação emocional com os pais durante a primeira infância é fundamental para a produção de relacionamentos seguros e empáticos na idade adulta. Uma receptividade consistente e sensível, e, uma disponibilidade física e emocional constroem um vínculo significativo que irá ressoar na longevidade e saúde dos relacionamentos interpessoais.

A teoria da criação com apego contra condiciona as crenças sociais de que atenção demais torna os filhos mais mimados e dependentes.

Compreenda os princípios da criação com apego:

  1. Preparando para a gestação, nascimento e criação

    Preparar-se para o nascimento do filho envolve desde as opções de parto e amamentação, pesquisar sobre rotinas e cuidados com o bebê, definir estratégias e dinâmicas de vidas para com o trabalho externo, as rotinas com o bebê e o parceiro sendo essencial na resolução de questões acerca da própria infância, para que possíveis traumas não estejam em atividade. Neste sentido, uma psicoterapia cognitivo comportamental pode ser bastante útil.

  2. Alimentando com amor e respeito

    A alimentação propicia fortes vínculos quando é cultivada de forma equilibrada e consciente com momentos de união em família, pautada pelo amor e respeito. Algumas orientações essenciais: amamentar em livre demanda, de acordo com as necessidades do bebê, avaliar alternativas ao uso de mamadeira e chupeta e associá-las com o colo e atenção exclusiva ao bebê, para que não se tornem objetos de transição. Introduzir os alimentos sólidos apenas quando o bebê der sinais de que está apto e não com base na faixa etária.

  3. Respondendo com sensibilidade

    O senso comum refere que dar colo excessivo irá mimar a criança. Mas mediante ao entendimento da criação com afeto é perfeitamente normal que bebês queiram contato físico constantemente, pois sentem-se seguros e aceitos assim. É importante não ignorar o pedido por afeto. O choro do bebê é a forma como ele tem de comunicar suas necessidades e as birras representam emoções normais que também devem ser compreendidas ao invés de serem julgadas por seus pais coercitivos e punidores.

  4. Usando o contato afetivo

    Durante o momento da amamentação, é importante utilizar algumas formas de conexão, o contato visual, o sorriso, abraços, conversas, cantar para ele, aconchegos, carinhos e toques. O contato pele a pele traz benefícios como o estímulo dos hormônios de crescimento, melhoria no desenvolvimento intelectual e motor, ajuda na regulação da temperatura corporal, batimentos cardíacos e promove melhores padrões de sono. Bebês que recebem mais afetividade, ganham peso mais rápido, além de mamar melhor, chorar menos e serem mais calmos.

  5. Garantindo um sono seguro, física e emocionalmente

    A criação com apego compreende que os bebês precisam da garantia de pais amáveis para se sentirem seguros durante à noite, sendo incentivado a prática de técnicas como o Cosleeping (termo usado para pais que dormem próximos aos filhos). Isso pode ser feito por meio da cama compartilhada, quando pais e bebê dormem sobre a mesma superfície, ou com o berço, cama ou moisés acoplados à cama do casal.

  6. Cuidado consistente e amoroso

    As interações amorosas e a conectividade consistente, constroem fortes laços de afeto entre pais e filhos, se nenhum dos pais têm disponibilidade de cuidar do bebê em tempo integral, é importante que ele fique aos cuidados de alguém que possua uma ligação com ele, além de representar amor e afeto. Quando for necessário separar-se do filho para o trabalho ou alguma responsabilidade é fundamental que ajudem a seu filho a elaborar os sentimentos de falta e que os pais dediquem certo tempo de qualidade na volta para se reconectar com ele.

  7. Praticando a disciplina positiva

    A disciplina positiva, ao contrário da disciplina autoritária, punitiva e, até mesmo, agressiva que muitos pais receberam na infância, é baseada na empatia, gentileza, respeito e afeto. O uso de técnicas como prevenção, distração e substituição para guiar gentilmente os filhos para longe do perigo, ajudando as crianças a explorarem o mundo com segurança. É fundamental pedir desculpas, praticar a escuta ativa e conversar para ter um relacionamento baseado no respeito e na sensibilidade.

  8. Mantendo o equilíbrio entre a vida pessoal e familiar

    Compreender que as necessidades de todos são importantes e devem ser atendidas, na medida do possível é muito importante para o equilíbrio e harmonia da família. Quando os membros da família são mais emocionalmente compreensíveis e empáticos, todos se beneficiam de um ambiente estável e seguro. Portanto, é importante compreender que dar conta de tudo sozinha não é saudável. Uma rede de apoio é fundamental durante a criação dos filhos.

    Outras reflexões necessárias são:

    Traçar metas realísticas, priorizar pessoas e momentos ao invés de coisas, não ter medo de dizer não, reservar um tempo para si mesmo, buscar ajuda sempre que preciso, evitar se sobrecarregar, sair de casa, cultivar amizades e entender que tudo é passageiro!

Vale ressaltar que a teoria do apego foi bastante criticada por colocar toda a responsabilidade na mãe. Muitos estudiosos da saúde mental, dando continuidade aos estudos do apego, desenvolveram hipóteses para contrariar e complementar a teoria do apego.

As novas revisões enfatizam a necessidade de uma figura de apego principal, podendo ser o pai, pais adotivos, familiares ou qualquer pessoa dedicada a cuidar da criança que exerça uma conectividade importante com ela.

A ligação afetiva também acontece entre dois adultos, mas, com bebês e crianças, tem como base a satisfação das necessidades básicas. O comportamento de apego está estruturado em todos nós, é considerado fundamental quanto outros comportamentos intrínsecos dos seres humanos, como o reprodutivo, parental e exploratório. Os relacionamentos românticos que mantemos quando adultos, de acordo com várias outras teorias psicológicas, se assemelha ao da criança e do cuidador.

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