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Como proteger seu bebê antes mesmo de ele nascer

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Um dos maiores cuidados que nós, mães, temos com nossos filhos logo depois que eles nascem é manter a carteirinha de vacinação em dia. Sabemos de cor que a primeira vacina é dada aos 2 meses e que até um ano o bebê irá tomar vacinas mensalmente. Evitamos colocar nossos filhos em contato com outras pessoas até que tenham tomado pelo menos a primeira vacina e assim por diante. Ou seja, o bebê nasceu, nós estamos cientes da importância e comprometidas com a vacinação dele.

Por que é que a gente não tem esse cuidado desde antes de o bebê nascer? Sim, é possível “vacinar” nossos filhos ainda na barriga. Há vacinas que, se a mãe tomar no período da gestação, irá, de forma indireta, proteger seu bebê com os mesmos anticorpos, já que eles passam para o feto através da placenta.

Infelizmente, a minoria das grávidas sabe disso. Só em 2017, a cobertura vacinal contra coqueluche (dTpa) em gestantes caiu para 38%. E esses números são alarmantes justamente pelo risco que ela representa para os bebês recém-nascidos. Portanto, vou explicar isso melhor.

Até 2 meses de idade, o bebê não está protegido contra a coqueluche. A primeira dose contra essa doença só é dada no segundo mês de vida. E depois, a segunda e terceira doses são dadas no quarto e sexto mês. Além disso, essa é uma doença de fácil e simples contágio e, pior, a mãe é uma das principais fontes de infecção entre bebês. Isso porque, é claro, existe uma proximidade muito grande entre eles e, como a doença é transmitida através de gotículas de saliva, é natural que a doença passe de mãe para filho com enorme facilidade (mais um motivo importantíssimo para a gestante se vacinar!)

Ou seja, até 2 meses de idade, a criança só terá uma proteção maior contra a coqueluche se a mãe tiver tomado a vacina na gravidez. E aí, volto a reforçar: toda gestante, deve tomar a vacina contra a coqueluche em todas as suas gestações. Absolutamente todas as gestações. Isso porque, justamente vacinando-se enquanto estiver grávida, ela poderá passar os anticorpos para o bebê através da placenta. Por isso, não adianta achar que tomando na primeira gestação apenas está tudo certo. Nesse caso, os próximos bebês não estarão protegidos.

A coqueluche é uma doença extremamente séria e perigosa. Mais de 90% das crianças menores de 2 meses que contraem a coqueluche são hospitalizadas devido a complicações associadas à doença, como pneumonias, atelectasia, broquietasia, enfisema, pneumotórax, ruptura de diafragma, apneia, encefalopatia aguda, convulsões, coma e, além disso, hemorragias intracerebrais, hemorragia subdural, hemorragias subconjuntivais, epistaxe, edema da face, hérnias, desidratação e/ou desnutrição (devido a vômitos frequentes pós-crise).

Por isso, mamães, deixo aqui meu alerta, mais uma vez (já falei sobre a importância da vacinação aqui no blog há alguns meses): todas as gestantes devem se vacinar contra a coqueluche, de preferência entre a 20ª e a 36ª semana de gestação, porque esse é o período em que ocorre a maior transferência de anticorpos da mãe para o feto. E esse cuidado não deve ser tomado apenas uma única vez na vida. Caso tenha mais de uma gestação, é importante tomar a vacina em cada uma das vezes que ficar grávida.

Essa vacina é totalmente segura para as grávidas e para o feto. E ela é distribuída gratuitamente na rede pública de saúde. Basta a gestante chegar com a sua carteirinha do SUS e carteirinha de vacinação para tomar a dose. (Caso não tenha a carteirinha do SUS, ela pode ser feita na hora. Se não tiver a carteirinha de vacinação, a gestante se vacina da mesma forma e leva para casa um comprovante). Se preferir, a vacina também está disponível na rede privada. E ela é absolutamente igual à vacina distribuída na rede pública.

Caso tenha mais dúvidas sobre a doença e a importância da vacinação, sugiro que leia esse post, escrito pelo Dr. Flávio Melo, médico pediatra, que fez um texto claro e extremamente informativo alertando sobre os riscos da coqueluche e o aumento de casos no Brasil: A coqueluche está de volta.

E para concluir, deixo aqui um pedido: ajude a disseminar a importância da vacinação contra a coqueluche em gestantes. Realizando a sua imunização (tomando a vacina) e postando nas redes sociais o seu depoimento junto com a hashtag #VacinaDaCoqueluche. Se você fizer sua parte tomando a vacina e compartilhando para outras gestantes, com certeza, muito mais bebês estarão protegidos. Você terá feito a sua parte. E irá ajudar muitas outras mães que desconhecem a importância dessa vacina em todas as gestações.

Leia também: como ajudar a amenizar a reação às vacinas

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