Todas nós, mamães, estamos carecas de saber o quão importante é ter um bom pediatra para tomar conta dos nossos filhos. Ele é aquela pessoa a quem você vai recorrer sempre que tiver alguma dúvida sobre a saúde do seu filhote ou que tiver alguma dúvida importante sobre o seu desenvolvimento. Opinião de amiga, mãe, sogra, vizinha é legal ouvir (nem sempre, tem horas que até atrapalha), mas só o pediatra pode mesmo dizer o que está acontecendo com os nossos pequenos e como tratá-los de maneira adequada e eficaz.Mas o que significa, afinal, ser um bom pediatra? Como identificamos e elegemos um bom pediatra para nossos filhos?
Um bom pediatra, varia de mãe para mãe, mas, na minha opinião, ele tem que atender basicamente três coisinhas:
1. Ele deve ter bom conhecimento técnico: básico, né minha gente! Se o pediatra não for bom tecnicamente, fuja dele. Aqui é importante avaliar a formação, o tempo de experiência, fazer pesquisas na internet para ver se tem algum site falando sobre ele e o que é dito e, ainda, conversar com amigas e conhecidas que já tiveram ou tem experiência com o profissional para ouvir a opinião e experiência delas. Por que isso é tão importante? Porque você TEM que confiar no pediatra. Você tem que ouvir o que ele diz, acreditar no que ele diz e sentir confiança para seguir as suas orientações. E se o seu pediatra não tem um bom conhecimento técnico e uma boa experiência, duvido que você confie. E, em alguns casos, é até melhor não confiar mesmo e buscar mais informações, porque há cada profissional solto pelo mercado que dá até medo!
2. Ele deve combinar com o seu jeito: assim que o pediatra passar no primeiro teste, o do conhecimento técnico, vem o seguinte quesito e não menos importante que o primeiro, que é o estilo do pediatra e se esse estilo combina com o seu. Ou seja, de nada adianta você ter o melhor pediatra da cidade à sua disposição se o jeito e o estilo dele não batem com o seu. Um exemplo? Imagine que você é daquelas mães preocupadas, que gosta de saber tim-tim-por-tim-tim sobre tudo que está contecendo e se há qualquer probleminha prefere uma investigação mais a fundo. E, por acaso, o pediatra do seu filho é no estilo oposto, ou seja, é desencanado, daqueles para quem nada é um problem, tudo é normal e nada precisa ser investigado (também tem isso). Gente, aí não tem jeito! A mãe tem que desencanar desse melhor médico da cidade porque o santo dos dois não vai bater. De forma alguma! Eu vivi mais ou menos isso com a primeira pediatra do Léo e acabei optando por trocar, mas abaixo conto melhor essa história.
3. Ele deve estar disponível: isso quer dizer que não adianta nada você ter o melhor médico da cidade, o jeito dele bater com o seu, mas ele nunca estar disponível para atender ou retornar suas ligações. Aí também não rola, né amigas.
Enfim, analisando muito superficialmente a questão do que é e do que não é um bom pediatra, eu diria que esses são os quesitos básicos que devem ser atendidos. Entretanto, podemos entrar em mais detalhes e levantar ainda mais algumas lebres.
O que quero dizer é que há ainda algumas coisinhas que, na minha opinião, são bem importantes para EU definir um pediatra como bom, ou melhor, para me fazer gostar de um pediatra e confiar de verdade nele, aceitar de coração quando ele dá um diagnóstico e seguir as suas orientações à risca.
Não posso, de forma alguma, dizer que essa é uma verdade universal, ou seja, que o que eu gosto e acho importante num pediatra é o que TODOS os pediatras precisam ter, pois como já disse, cada mãe é uma mãe e cada uma tem o seu jeito e suas preferências.
Mas optei por trazer para vocês a lista do que eu adoro no meu pediatra até como forma de vocês avaliarem se é isso que vocês querem e esperam do profissional que vai cuidar filho de vocês. Porque, no fim das contas, não é uma ou outra coisa que faz um bom médico, mas um conjunto de fatores que acaba estabelecendo a relação de confiança entre vocês, tão necessária para um bom relacionamento.
Bom, mas antes de eu entrar nos detalhes do que eu gosto no pediatra do Léo preciso contar uma pequena historinha de com cheguei até ele.
Quando eu estava grávida, fiz uma pesquisa rápida com algumas amigas para pedir indicação de alguns pediatras. Assim que recebia a indicação, sempre perguntava sobre a qualidade técnica, estilo e disponibilidade. Uma determinada pediatra me foi indicada e veio cheia de ótimas recomendações. Soube que ela era incrível (uma das melhores de São Paulo, só que sem ser metida a estrela), super disponível apesar da agenda mega lotada (quando não atendia, retornava 100% as ligações assim que possível) e tinha um estilo desencanado (era o que eu buscava na época, pois imaginava que seria uma mãe preocupada demais e ter uma profissional numa linha um pouco mais tranquila iria me ajudar. Isso era o que eu achava).
Bom, marquei uma consulta para conhecer a tal pediatra (amei, porque no meio da agenda mega lotada dela ela abriu espaço para me atender e não cobrou um centavo) e de cara fui com a cara dela. Achei-a atenciosa, clara, direta, objetiva e sei lá…. gostei. Pronto!
Vim para casa falando para o meu marido que já tinha escolhido a pediatra do Léo e que essa questão já estava resolvida. Não sobrou muito para ele a não ser concordar, afinal, quem vai arranjar briga com uma gestante quase parindo. Só louco, né.
Aí o Léo nasceu, e tudo parecia que iria seguir às mil maravilhas. Ela foi vê-lo no hospital e ainda encontrou um horário na sua lotadíssima agenda para nos atender e fazer a primeira consulta do pequeno em pleno domingo. Uma consulta de horas! Perfeito! O que eu poderia esperar mais de uma profissional?
Mas aí os dias foram passando, o Léo foi apresentando problemas para mamar (choro, choro, choro, choro), foi tendo crises homéricas de cólica e foi ficando com o intestino suuuuuper preso. Mas preso mesmo. Quando eu ligava para falar da situação calamitosa que estava instalada aqui em casa ou quando tocava no assunto durante as consultas, só o que eu ouvia era: é cólica, vai melhorar com três meses. Mas eu, que sempre tive uma intuição muito, muito, muito aguçada, sabia que algo realmente não ia bem, que algo estava por trás desse simples diagnóstico de que “é cólica e com três meses passa” e aí aquele estilo super desencanado dela (e que eu achei que daria certo para mim), começou a não bater mais com o meu de mãe desesperada.
Quando chegamos numa consulta de quase três meses, depois de eu relatar tudo que vinha vivendo e dela ver o corpinho do Léo todo cheio de manchas vermelhas veio o diagnóstico: ele tem APLV. E junto com o diagnóstico veio a indicação de eu procurar um gastropediatra para acompanhar o problema junto com a gente.
E o que é que aconteceu? Acabei amando o tal gastropediatra. Toda vez que algo se passava, eu queria ligar para ele e não para ela (mas era ela que acompanhava o Léo, ele só tratava a APLV). E aí, chegou um ponto que eu resolvi seguir meu coração, conversar com ele para ver se ele poderia assumir o acompanhamento geral do Léo e não só o problema gástrico e optei por trocar (não sem antes ele me dizer que eu o estava colocando em uma situação delicada perante uma colega e de eu responder que a decisão já estava tomada e que só mudaria de opinião se ele não aceitasse o Léo. Coisa que não aconteceu, graças a Deus!).
Enfim, aí acabei ficando com o gastropeditara do Léo como pediatra oficial do meu pequeno e juro que foi a melhor coisa que podia ter feito. Não que a pediatra anterior não fosse boa (ela é muito boa, tenho certeza disso!), mas justamente o que eu tanto achei que iria ajudar (o jeito mais desencanado dela) foi o que acabou atrapalhando as coisas (tenho que admitir que prefiro um pediatra que tem por costume ficar com a pulga atrás da orelha quando a mãe relata algo).
Bom, agora sim vamos ao que eu acho que um pediatra tem que ter. Vamos o que eu encontrei no pediatra do Léo e que tanto adoro.
- Conhecimento técnico: o tal conhecimento técnico que falei lá em cima. Isso e experiência o pediatra do Léo tem de sobra. Ele é ótimo. Referência mesmo (por sinal, quem quiser indicação de gastropediatra é só falar comigo que eu passo o contato dele).
- Amor pelo que faz: ele exala amor à profissão. Dá para perceber que ele nasceu para fazer isso (tanto que a dedicação dele é absurda, algo como trabalhar das 8h as 23h, de segunda a sexta, e ainda atender aos sábados).
- Disponibilidade: ele nunca atende o celular durante o expediente. Mas a sua secretária sempre atende, sempre passa o recado e ele sempre retornar. Quando eu digo que é urgente, ele retornar rapidinho, quando não é, retorna no fim do dia. Também retornar SMS e quando viaja deixa todos os contatos de um médico substitudo que o cobre nesse período (que também me parece ótimo pois já precisei recorrer a ele e gostei muito).
- Paciência e delicadeza: apesar do pediatra do Léo ser super bam-bam-bam no sua especialidade, ele não é nada, nada, nada estrela. É uma pessoa super delicada para falar qualquer coisa e tem uma super paciência para atender todas as minhas dúvidas de mãe neurótica (ok, não sou mega neurótica, mas quando a APLV do Léo ataca eu surto. Surto total!).
- Lado humano bem presente: não adianta, eu gosto de profissionais humanos, isso vale para GO, pediatra e todos os demais profissionais da saúde que me atendem. Não gosto de entrar, ser atendida, receber o diagnóstico e orientações e ter que ir embora correndo. Gosto de um pouquinho de bate papo, de ficar à vontade, de fazer piada de algumas situações, de ser eu mesma dentro do consultório. Isso de ter um pediatra que me faz pisar em ovos a cada consulta não rola. No way!
- Estilo investigativo: eu achei que ia gostar de um pediatra “desencanado”, que não fica procurando pelo em casca de ovo, mas errei feio. Eu gosto mesmo de pediatra que fica com a pulga atrás da orelha quando eu comento que algo está errado, que quer saber mais a respeito, que procura buscar mais informações e que, se necessário, pede mais exames sim. Claro que não gosto de médico exagerado e alarmista, mas minimamente preocupado com a situação e interessado em saber mais a respeito é o que me agrada. O pediatra do Léo é bem nesse estilo. Enquanto eu não mostro que estou 100% confortável com a solução de algum problema do meu pequeno, ele não sossega. Adoro! Gosto de saber que todas as possibilidades foram investigadas e esgotadas e que o “agora ele está bem” significa realmente estar bem (mas sei que há várias mães que não pensam assim, até porque talvez tenham vivido bem menos problemas com seu filhote).
- Passar informações extras: o pediatra do Léo não é daqueles que se contenta em atender o básico e o necessário na consulta. Ele vai além e dá dicas de atividaes para a idade, dicas de como preparar as refeições do Léo e por aí afora. Esse também é um ponto que me agrada bastante.
Bom, no geral, era isso que eu queria comentar sobre o ter um bom pediatra, um pediatra em quem confiar. O que devia ser um textinho curto, com diquinhas básicas, virou um verdadeiro tratado (bem no meu estilo). Mas tudo bem, o que importa é que eu também estou analisando todas alternativas e esgotando todas as possibilidades para tentar ajudá-las nessa questão tão delicada, que é a escolha de um bom pediatra. Bem no meu estilo. :-)
Para finalizar, gostaria ainda de dizer que é importante pensar na questão viabilidade quando se trata desse assunto. Ou seja, também não tem muito sentido o profissional atender a tudo que foi exposto acima, ou seja, ser o pediatra “perfeito”para você, se em questões práticas, como preço e localização, ele fugir totalmente do que você busca e pode pagar. Assim, pesquise antes se os pediatras que lhe interessam fazem parte do seu plano de saúde ou então se eles tem um valor de consulta que vocês possam cobrir. E também, não esqueça de descobrir se eles atendem em consultórios próximos da sua casa ou trabalho. Porque escolher um pediatra que é ótimo, mas que fica lá do lado da cidade, só vai lhe trazer problemas.
E se você gostou desse assunto, não deixe de ler o primeiro post que eu fiz sobre esse assunto. Nele eu dou dicas de como escolher o pediatra do bebê.
Ah, só mais um detalhezinho! Hoje resolvi fazer um teste e levar esse assunto lá para o grupo de discussão Macetes de Mãe. Nunca havia feito essa interação post x grupo, mas por sugestão de uma leitora, resolvi experimentar. Assim, se você já faz parte do grupo, acesse a participe (basta procurar o post que trata do assunto “escolha do pediatra” e postar a sua opinião/dica). Se não faz parte ainda, clique aqui, solicite a sua participação no grupo e integre o “bate papo”. Vejo você por lá!