Uma coisa que muitas mães se preocupam, e que comigo não foi diferente, é a questão de como contar para o(s) filho(s) mais velho(s) sobre a chegada de um irmãozinho. A gente se preocupa com isso porque quer que a notícia seja bem assimilada, não gere traumas, não deixe o(s) mais velho(s) com ciúmes e por aí vai.
E para fazer tudo certinho na hora de dar a notícia para o Leo, eu conversei antes com uma psicóloga. Perguntei para ela a hora certa de falar, como falar, como proceder depois, e ela me passou algumas dicas, que agora compartilho com vocês.
Quando contar?
Em primeiro lugar, é bacana dar a notícia depois que se tem certeza mesmo sobre a gravidez. Ou seja, nunca dar antes de fazer o primeiro ultrassom e ouvir o coraçãozinho do bebê para confirmar a existência mesmo de um feto (uma amiga me relatou que uma conhecida dela contou para a filha assim que viu o resultado positivo e, depois, quando a gravidez não se confirmou – anembrionária – a irmãzinha acabou ficando frustrada e triste). Outras pessoas preferem esperar um pouco mais, ou seja, aguardar passar os três primeiros meses, período no qual se tem maior chance de aborto. Nesse caso, também não tem nada de errado, só tem que se tomar cuidado para a criança não perceber, através de conversas e mudanças na rotina, que tem uma novidade no ar e ela não está sabendo. No meu caso, optamos por contar após o ultrassom que confirmou os batimentos cardíacos. O primeiro feito não identificava isso, então esperamos, mais ou menos, até 8 semanas de gestação para contar para o Leo.
Como contar?
Não há uma forma única e perfeita de se dar a notícia. Cada família vai sentir a melhor forma de contar e vai contar do seu jeito. O ideal é que a notícia seja dada de forma clara, delicada e sem muitos detalhes, para não confundir a cabeça da criança se ela for pequena ainda. Como o Leo tinha dois aninhos e dois meses quando recebeu a notícia, nós contamos de um jeito bem informal e nos divertidos com a reação dele. Eu chamei o para perto de mim e do pai, disse que queria contar uma coisa importante e legal para ele, e comentei que dentro da minha barriga havia um bebê, um irmãozinho dele. Na hora, ele puxou a minha blusa e disse que queria ver, e aí caímos na gargalhada. Juro que se eu não estivesse de pijama e horrorosa na hora que contamos, eu postava aqui o vídeo super fofo que mostra a reação dele (fizemos um vídeo, para registrar o momento. Fica a dica!). E o ideal é que também não fique se dando muita ênfase à notícia. Ela deve ser dada, as dúvidas devem ser tiradas, caso a criança faça perguntas, e depois pode se mudar de assunto, fazer outra coisa, etc… Notícia dada, mas sem grande carga emocional para não assustar o pequeno (claro que isso varia conforme a idade. Quando a criança é mais velha e tem mais capacidade de compreensão, pode se conversar mais sobre a novidade). E muito importante! A notícia sempre deve ser dada com um tom positivo, mostrando que é uma novidade legal, bacana, para a criança. Ela tem que sentir que está GANHANDO um irmãozinho, um companheiro, e não que está perdendo espaço dentro da casa.
Como ajudar a criança a entender a notícia?
Para assimilar a notícia melhor, o ideal é que a criança entenda antes o conceito de irmão, já tenha visto fotos de mulheres grávidas (preferencialmente da mãe grávida, quando gestava a criança). Assim, antes de comunicar, caso vocês ainda não tenham certeza de que o filho mais velho sabe o que é um irmão, é legal já ir apresentando o conceito para ele, dizendo que o titio X é irmão do papai, que o amiguinho X é irmão do amiguinho Y, para ele ir se acostumando com a ideia. E mostrar fotos da gestação é legal para a criança entender que um dia ela também esteve no lugar que o irmãozinho está. Mas lembrando, é claro, de fazer isso tudo com muita tranquilidade, de forma natural.
Como agir depois da notícia dada?
Não é necessário ficar falando toda hora sobre a chegada do irmãozinho ou irmãzinha, tentar fazer a criança falar sobre seus sentimentos sobre isso. Quando o assunto surgir, fale sobre ele naturalmente e sempre de forma positiva. A criança não tem que sentir nenhuma forçação de barra, não deve pensar que essa novidade é agora a coisa mais importante do mundo, etc… Naturalidade é palavra chave. Falar sobre o assunto quando a criança questionar ou quando o assunto vier naturalmente.
Olha, não sei dizer se isso é o ideal para todo tipo de idade, todo tipo de família, qualquer situação. Cada caso é um caso, mas quando recebi essas breves orientações, elas me pareceram bem adequadas, pois eram simples, naturais (lembrando, o Leo recebeu a notícia com dois anos de idade, ou seja, essas orientações foram bem adequadas para a idade dele0. Entretanto, se você fez de outra forma, ou quer fazer de um jeito diferente, não quer dizer que ele esteja errado. Pode ser só outra forma de fazer a mesma coisa e também dará tudo certo.
E se você tiver alguma outra dica, compartilhe aqui. Com certeza, muitas mamães agradecem!
POST ATUALIZADO: dicas das leitoras
Livro “Vou ganhar um irmãozinho”, de Kes Gray e Sarah Nayler.