Macetes de Mãe

As 5 principais doenças de verão – cuidados que você tem que ter

Este ano o verão atrasou, mas chegou. E com ele aumentam os casos de algumas doenças de verão, comuns na infância. No post de hoje, a pediatra Dra. Priscila Zanotti Stagliorio, que já colaborou algumas outras vezes aqui com o blog, veio falar sobre alguns cuidados importantes que devemos adotar para evitar mal-estar e enfermidades no dia-a-dia. Confira!

Doenças gastrointestinais

Nas férias e no calor não dá muita vontade de se alimentar com comidas “pesadas” e, sim, optar por saladas, frutas, salgadinhos e gostosuras. Vale lembrar que com a alta temperatura é comum os alimentos terem menor tempo de vida útil e provocarem intoxicação e até alergias em quem os ingere. Além disso, há risco de contrair hepatite A por meio de ingestão de água e alimentos contaminados, assim como pela falta de higiene adequada nas mãos. Para evitar problemas como diarreia e vômito é importante lavar sempre as mãos, lavar brinquedos e utensílios assim que as crianças brincas, evitar locais com aparência suja e ou sem manutenção de limpeza e nunca permitir a troca de mamadeiras, chupetas e alimentos entre as crianças.

>>> Leia também: Final de ano, férias e viagens, os principais cuidados com as crianças (texto também da Dra. Priscila Zanotti Stagliorio.

Entre as principais doenças do trato digestivo no verão estão: infecções intestinais, geralmente causadas por alimentos contaminados e ou que provocam alergias e síndrome do intestino irritável (colite nervosa ou doença funcional do intestino).  A salmonela é uma das principais causas de infecção no verão e está presente em alimentos como maionese, ovo, frango e peixe, causando vomito e diarreia aguda. Outra doença comum é a dispepsia, caracterizada com a dificuldade de digestão, mal-estar, dores no abdômen e sensação de saciedade precoce, seguida de sensação de enfartamento. A azia também é comum em crianças, ainda mais quando se ingere muito refrigerante, gorduras, industrializado e alimentos ou bebidas com má conservação. Como dica, é importante comprar os produtos (bebidas e comidas) de locais que garantam o mínimo de higiene e procedência dos mesmos, além de higienizá-los adequadamente com água potável e preparo correto, sobretudo saladas, frutas e alimentos crus.

Rotavírus

O Rotavírus é uma das principais causas de diarreia grave em bebês (lactantes), crianças e jovens. Conhecido também como gastroenterite, possui sete tipos diferentes, mas apenas três são possíveis de infectar o ser humano. Temido pelos pais, é uma das enfermidades que requerem, de fato, cuidados especiais e imediatos por ser de fácil contágio e provocar desidratação rápida. Crianças menores de dois anos são mais suscetíveis a doença e apresentarem episódios mais intensos, requerendo, em alguns casos acompanhamento hospitalar. Maiores de dois anos costumam ter menores desconfortos, mas também precisam de diagnóstico feito pelo médico pediatra. No Brasil já existe a vacina, que inclusive é aplicada na rede pública de saúde.

Entre os principais sintomas estão: vômito seguido de desinteresse em comer e beber água; diarreia aguda, geralmente aquosa, com cheiro forte e ruim, sem sinais de muco e ou sangue; mal-estar e febre; dores no corpo e náusea; em casos severos, desidratação considerados mais graves e que precisam de cuidados imediatos e até hospitalares. Duram em média entre três a oito dias e tendem a sumir. Vale dizer, ainda, que existem ocorrências em que a infecção não apresenta sinais e passa desapercebida – principalmente em adultos. Também, nos quadros moderados, dura alguns dias e regride. O diagnóstico se dá por meio de consulta presencial e quando necessário com exames laboratoriais devido apresentar sintomas semelhantes ao de outras doenças. Antes de qualquer medicação é importante manter a criança hidratada para repor o liquido perdido nos episódios de diarreia e vômito. Ofereça água, soro (caseiro ou indicado pelo pediatra), suco natural e, no caso de lactantes, amamentação livre. O médico (a) que irá indicar medicação, caso seja necessário.

Desidratação

A desidratação acontece quando o corpo perde mais líquido do que deveria e pode ocorrer por conta de doenças, sudorese e até mesmo pela falta de ingestão de água e líquidos saudáveis como sucos naturais, leite materno e água de coco, por exemplo.  Episódios de diarreia e vômito merecem atenção para evitar a desidratação, assim como a exposição da criança à locais muito quentes e ou abafados que promovam suor e mal-estar. Fiquem atentos aos sintomas que podem variar entre olhos fundos (olheira e abatimento), boca e língua secas (pouca saliva), falta de vontade de fazer xixi por longos períodos, choro seco (ausência de lágrimas), pele enrugada com aspecto opaco e sem vida (medido na região do umbigo), moleza, irritabilidade e procrastinação (vontade de não fazer nada). Nos bebês a moleira tende a ficar mais funda. Em casos mais severos a criança pode apresentar respiração acelerada e curtinha no qual indica a necessidade de atendimento médico presencial imediato.

Para evitá-la é importante sempre oferecer líquidos para as crianças mesmo que recusem ou digam que não estão com sede. Em períodos mais quentes do ano, quando desfrutamos das delícias que a piscina e mar oferecem, temos a falsa sensação de não sentir sede e ou de não precisar tomar água. Engano, é nestas situações que se deve redobrar os cuidados e hidratar mais as crianças. Uma dica boa é oferecer suco/água com gelinhos em formato de personagens ou picolés de frutas à base de água para hidratar e equilibrar a temperatura do corpo.

Otite por excesso de água nos ouvidos

Mergulhos e banhos de mar são comuns nesta época e com eles a dor de ouvido. Grande parte dos atendimentos ambulatoriais nas férias se dá por conta de casos de otite, que se trata da inflamação do ouvido médio, interno ou externo, geralmente com infecção. Para alguns casos é necessário o uso de antibióticos, além de remédios com aplicação local. Quando uma criança reclamar de dores na região do ouvido acreditem pois é um incomodo que provoca muito sofrimento e até desespero.

Para identificar os sintomas fiquem atentos quando o bebê ou a criança ficar puxando a orelha ou levando a mão constantemente na região. Também, febre repentina, dores de cabeça, zumbido ou surdez momentânea, vazamento de líquido do ouvido, assim como mal-estar, falta de apetite e problemas para dormir. Procure o médico pediatra em consulta presencial para exame clínico e, se necessário, exames laboratoriais ou indicação para especialistas otorrinos. Se for entrar na piscina e no mar recomende para as crianças e para quem cuida delas evitar mergulhos ou a cabeça submersa sobre a água, o que favorece a penetração de água e consequentemente pode provocar otite por excesso de água nos ouvidos. Para evitar, é aconselhável o uso de toucas tipo de natação, que contribuem para minimizar a entrada de líquidos na região.

Problemas de pele

O filtro solar não basta para evitar problemas de pele no calor. Doenças como dermatites, alergias e reações químicas de produtos são comuns no verão e merecem atenção. Entre as principais em crianças estão: brotoejas e bolinhas com ou sem pus, coceiras, vermelhidão por excesso de sol e também por infecção de bactérias oriundas de diversos mecanismos (animais, alimentos, água contaminada, etc.), além de reações alérgicas de produtos como filtro solar, repelentes e hidratantes. Para todos os sintomas é importante a avaliação presencial do pediatra que recomendará o melhor tratamento possível.

>>> Aproveite e confira, nesse vídeo do Canal MdM, dicas para acabar com a brotoeja:

Tenha cuidados com alguns alimentos, especialmente os cítricos que provocam queimaduras com a exposição solar. O maracujá também está nesta lista pois, embora muitas pessoas não saibam, ele em contato com a pele e sol é perigoso e causa queimaduras graves. Lembre-se de não usar perfumes e produtos que não são recomendados para a exposição solar, na piscina e na praia. O filtro solar deve ser comprado (de preferência) sob recomendação do pediatra e nunca deve ser passado em crianças menores de seis meses de idade – para esta faixa etária é proibido a exposição solar fora dos horários recomendados das 8h às 9h e das 17h às 18h, no horário de verão. Para locais compartilhados com animais como gatos e cachorros, por exemplo, é importante usar chinelos e calçados apropriados para evitar micoses, bicho geográfico (infecção por bactérias de larvas expelidas nas fezes dos animais), além de doenças infectocontagiosas como leptospirose.

Em dias quentes, procure vestir a criança com roupas leves, calçados confortáveis e bonés ou chapéus que protejam os olhos e o rosto. Evite a exposição nos horários de pico de temperatura, assim como locais sem procedência e higiene garantidos por órgãos de saneamento básico. Use filtro solar mesmo nos dias nublados e sempre reaplique a cada duas horas, mesmo quando a recomendação na embalagem for maior do que este período. Com o suor, idas e vindas na água do mar, piscina e enxugadas nas toalhas, o produto tende a sair com maior facilidade. Não custa prevenir, é mais fácil do que remediar depois, com dor e choros.

Veja também: Como acabar com as brotoejas

E não deixe de ver esse vídeo com 10 dicas para aumentar a imunidade das crianças:

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