Bebê começando a andar. Uma dúvida que costuma rondar a cabeça de quase todas as mães nessa fase é a seguinte: qual, afinal, é o sapato ideal para ele?
Pois bem, no post de hoje, a Ale Palazzin e a Graziela Faelli, fisioterapeutas e autoras do blog Tempo Mágico (Blog maravilhoso sobre desenvolvimento infantil. Vale a pena conferir!), respondem essa pergunta de forma simples e bem explicativa. Venha ver! Acho bem interessante se informar sobre isso porque essa é uma fase super importante do desenvolvimento do bebê.
Bebê começando a andar – qual o sapato ideal?
Por Ale Palazzin e Graziela Faelli, autoras do blog Tempo Mágico
Não há mãe que não comemore cada nova conquista do bebê.. rolar, sentar sozinho, rastejar, engatinhar… mas sem dúvida o marco do desenvolvimento mais aguardado (não apenas por ela mas por todos que a cercam) é a criança conseguir andar sozinha ( e depois nos arrependemos por ter desejado tanto que aquele momento chegasse logo, já que a criança não pára mais um segundo e a coluna não aguenta kkk).
Brincadeiras à parte, não é à toa que esse estágio é tão esperado. Andar sozinha permite à criança uma autonomia que só irá crescer dali para frente: ela se tornará cada vez mais capaz de interagir com o mundo que a cerca e de demonstrar seus desejos e vontades, tanto do ponto de vista motor como cognitivo e de linguagem. Significa que agora o bebê cresceu…
Mas junto em toda essa expectativa vem também uma série de dúvidas sobre “ Como favorecer essa conquista?”, “Como dar condições adequadas para que ela possa desenvolver todo o seu potencial?”, e, mais especificamente, “Qual o sapato ideal quando a criança está começando a andar?”.
Para responder a essa pergunta vamos recorrer à neurociência.
Quando uma criança (ou mesmo um adulto) está aprendendo uma habilidade motora, primeiro há a aquisição da habilidade em si (ela – e seu cérebro- estão “entendendo” a atividade e como controlar seu corpo naquela situação, para aquela tarefa, etc), para depois, num segundo momento, haver o aprimoramento dessa habilidade.
Nesse primeiro momento é muito importante que ela possa captar o máximo de informações sensoriais, tanto do ambiente quanto sobre seu próprio corpo, para conseguir planejar uma resposta adequada e ativar os músculos necessários para aquela tarefa – no caso, conseguir equilibrar-se em uma perna e dar um passo com a outra, tudo ao mesmo tempo (Ufa!). Sabe quando estamos aprendendo a dirigir e precisamos até ouvir o barulho do motor para saber o momento certo de mudar a marcha? Então…
Mas, da mesma forma que aprender a andar de bicicleta, isso não acontece numa única vez. O cérebro precisa ser “abastecido” com essas sensações por algum tempo para que, por tentativa e erro (ou seja, caindo e levantando varias vezes), consiga encontrar dentro do seu cérebro a “fórmula secreta para andar”.
Sendo assim, quando a criança está começando a ficar em pé e andar é importante que ela esteja sem sapatos e sem meia (mesmo aquelas anti-derrapantes). Do contrário isso diminuiria não só essas informações que chegam do meio – através da sola do pé – como também as informações sobre o próprio corpo (no caso o pé e, dependendo do sapato, o tornozelo). Colocar sapatos para dar “maior estabilidade” criança pode parecer ajudar num primeiro momento, mas na verdade não está permitindo que o cérebro aprenda a dar conta do recado sozinho. Nosso cérebro é muito esperto, sempre busca economizar energia, então se alguém estiver fazendo o trabalho, ele não tem porque aprender a fazê-lo…
Além disso, para nos mantermos em pé e andar de forma eficiente, a ativação da musculatura precisa acontecer em uma sequencia determinada, começando pelos dedos do pé para depois ativar pernas e tronco. Por isso é importante que os dedinhos tenham a possibilidade de “agarrar o chão”, o que também seria dificultado pelos uso de sapatos e meias. Sendo assim, estar descalço durante esse treinamento, ou seja, na maior parte do tempo ( o que geralmente acontece em casa), é o ideal.
Claro que não dá para deixar nosso filho descalço em qualquer lugar…. quando for assim, escolha os sapatos mais leves, “molinhos” (que permitem movimentos) com solas mais finas e de borracha, possibilitando sentir melhor o chão sem escorregar.
E depois, conforme a criança for desempenhando a tarefa com cada vez mais facilidade é interessante deixá-la experimentar estímulos diversos: diferentes tipos de piso, caminhos com obstáculos, andar e carregar objetos ao mesmo tempo e explorar outros movimentos do próprio corpo, para que cada vez mais ela aprimore essa habilidade e conquiste outras, como correr, saltar, etc…
Ale Palazzin
Graziela Faelli