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Autoestima: a sua está em queda desde a gestação? Calma, você não está sozinha

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Algumas mulheres quando ficam grávidas podem ter sua autoestima abalada. E isso pode aumentar após o nascimento do bebê. Isso acontece, pois da gestação até o pós-parto, as nossas emoções ficam a flor da pele. O corpo passa por muitas transformações e a nossa mente também.

No post de hoje, nossa colunista, a psicóloga, Kenia Braga fala um pouco sobre isso. E como levar a maternidade sem deixar de ser gentil com nós mesmas, nos amando e nos respeitando.

A sua autoestima está em queda desde a gestação? Calma, você não está sozinha

Pesquisadores descobriram que esse declínio que costuma ocorrer na gestação pode durar até 3 anos

Como seria a vida de uma mãe se ela aprendesse a viver a maternidade com auto amor, recuperando a satisfação de viver?

Este artigo foi construído com o propósito de ajudá-la a despertar e a resgatar a mulher com autoestima que existia antes do nascimento do seu filho, e proporcionar uma reflexão para aquelas que nunca experimentaram a verdadeira liberdade de serem gentis consigo mesmas, na jornada da maternidade.

O que acontece na mente de uma mãe para que ela se perceba numa profunda crise de identidade e perda expressivamente a sua autoestima?

O auto amor define-se em auto aceitação, amar-se exatamente como você é, mas as transformações que ocorrem no corpo e na vida de uma mulher, com a chegada da maternidade, causam um grande impacto na sua identidade e influenciam potencialmente a sua autoestima. Pesquisadores da Universidade de Tilburg, na Holanda, descobriram que há um declínio da autoestima durante a gestação, seguido por um aumento nos seis primeiros meses após o parto, e uma nova queda até a criança completar 3 anos.

A maternidade apresenta uma tendência natural de hiperfoco no filho, como se a prioridade fosse sempre o cuidado com o outro, precisamos contra condicionar estas crenças sociais características da maternidade, pois uma mãe feliz e auto cuidada vai ensinar exatamente uma boa autoestima como modelação, e uma mãe exausta e infeliz, também irá ensinar ao seu filho a nunca se colocar como prioridade.

O sonho de toda mãe é que seu filho seja saudável e satisfeito desde a infância e mantenha-se assim na vida adulta. Elas se sentem responsáveis para que cresçam seguros, alegres e confiantes, mas não compreendem que preocupar-se com a construção de sua autoestima como mulher é o primeiro passo para o desenvolvimento saudável da autoestima de seu filho.

Leia também: alerta sobre a saúde mental das mães

Quando o filho se sente amparado e amado no lar, com modelos de comportamento que inspiram autocuidado e auto amor, tende a ter uma imagem de si firme o suficiente para desenvolver seus potenciais. Mas o comportamento das mães é normalmente ambivalente e precisamos provocar reflexões sobre esta narrativa de que para ser uma mãe suficientemente boa é preciso esquecer de si mesma; estas crenças além de não serem benéficas para a saúde global da mãe, influenciam negativamente na autoestima infantil.

Comportamentos ensinam mais do que as palavras, os filhos modelam a autoestima mediante a forma que a mãe se comporta consigo própria. Mães ansiosas e sem amor, não constroem confiança suficiente para que seus filhos aprendam a serem adultos que enfrentam desafios da realidade com autonomia, autoconfiança e gerenciamento emocional frente a seus problemas. Muitos adultos precisam ressignificar suas experiências infantis através da psicoterapia, devido à influência negativa da figura de seus pais. São muitos os comportamentos que mais prejudicam o amor-próprio dos filhos, mas sem dúvida um dos maiores vilões para o bom desenvolvimento emocional dos filhos é a falta de autocuidado e auto amor de uma mãe.

Alguns comportamentos comuns de mães que amam demais e consequência para os filhos:

Excesso de conversação

Falam demasiadamente com a criança e não permitem que tenham um tempo com eles próprios, falam dos erros da criança, estão sempre atenta ao outro por não se conectarem com seu próprio ser.

Consequência:

Insegurança, falta de autonomia, perda de concentração, autoimagem negativa;

Filho visto como o melhor amigo

Problemas conjugais ou pessoais devam ser compartilhados com adultos, quando os filhos são colocados no papel de confidentes, eles tendem a se sentir responsáveis ou angustiados pelas frustrações de sua mãe e não possuem recursos para elaboração, quando é constante, a pressão que eles sofrem no lar ansiogênico pode levar a quadros de psicopatologias importantes na vida adulta.

Ser desorganizada em relação a rotinas familiares

As rotinas saudáveis que incluem sono regular, alimentação, prazer e estudo,  são importantes para que a criança desenvolva a sensação de segurança e conforto, quando não é estabelecida uma rotina funcional, os filhos não se sentem protegidos na família. A mãe que não exercita o autocuidado está mais propícia a se desleixar com as responsabilidades maternas devido a exaustão ou a falta de disciplina.

Discurso incoerente

Uma das falas mais proclamadas pelas mães, “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”, não tem o menor efeito positivo, pois eles aprendem por assimilação e imitação do comportamento dos pais, a modelação é um processo de aprendizado inconsciente. Os filhos sentem-se confusos quando os pais sugerem algo contrário ao que praticam em suas vidas.

Prometer e não cumprir

Mães que possuem o foco nos filhos, estão sempre prontas para mimá-los. E não conseguem dizer “não” facilmente, quando se deparam com os desejos por um brinquedo, alimento ou diversão. Elas já compreendem que não poderão atender tudo mas prometem e mentem, comprometendo a confiança e segurança. Além de não ensinarem a lidar com a frustração. Alguns trabalham exaustivamente para dar mais condições e passam a vida sem qualidade de vida para oferecer recursos materiais a seus filhos.

Elogios exagerados

A mãe que não se autoconhecer e não reconhece seu verdadeiro valor, busca gratificação nas pessoas e se relaciona com os seus filhos por um desdobramento das necessidades internas, oferecendo elogios por tudo que eles fazem, de forma irreal, exagerada, isso é muito prejudicial ao bom desenvolvimento de seu filho pois ele começa a viver a ilusão de que o mundo o enxerga como a pessoa mais especial e incrível e que deva sempre ser tratado como o mais importante dos seres, sendo que a realidade se apresentará muito diferente, futuramente sairá do mundo das fantasias em que foi criado, e viverá em um mundo que o frustrará e o fará sentir-se desamparado.

 Fazer tudo pela criança

Quando uma mãe refere que não tem tempo de ir ao banheiro, é o primeiro sintoma de que está vivendo a vida de seus filhos. O discurso é de que eles são incapazes de realizar alguma tarefa. Mas na verdade, este comportamento mascara um esquema de funcionamento para o outro a maior parte do tempo. Referindo que irão protegê-las, a mãe se envolve em todas as atividades do filho, desde a guardar seus brinquedos, fazer suas tarefas escolares, impedindo a sua autonomia, criando filhos inseguros, que passam a se sentir realmente frágeis e incapazes, que necessitarão de alguém para assisti-los em tempo integral.

Algumas estratégias importantes para aprender a praticar o auto amor materno: 

Tenha um tempo só seu! Separe um tempo que você considere ideal em seu dia, para seu autocuidado. Pode ser ir a cafeteria com alguma amiga, fazer atividade física, ir ao salão ou a massagem, ouvir suas músicas preferidas, descansar no meio do dia, ler um livro. Ou seja, descobrir prazeres que recarregam sua energia, aproximando a você mesma da mulher que se coloca como prioridade, para depois cuidar dos outros.

Faça meditação ou pratique a atenção plena para sair do piloto automático, que envolve as funções domésticas e o cuidado com os filhos. É importante esvaziar a mente e se autorregular, praticando pausas e descanso fundamentais para sair do estresse e restaurar a mente e o corpo. Para isso, basta respirar melhor e prestar atenção em sua frequência cardíaca e direcionar a atenção para o que está acontecendo no momento presente. Isso irá aumentar a energia mental e experimentar novos sentimentos e sensações no dia.

Olhe com gentileza para o seu corpo para resgatar o amor-próprio e se sentir melhor para encarar as tarefas; procure não se cobrar perfeição; invista em autocuidado consciente e saudável; questione os pensamentos disfuncionais irreais de falsas culpas, comparações ou invalidações e lembre-se que o mais importante é ter esforço e consistência no processo de mudança; caso considere importante, faça psicoterapia e busque o autoconhecimento para aproximar-se da mulher que você deseja ser.

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