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Aprenda uma coisa sobre maternidade: nunca diga nunca!

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dormirAprenda uma coisa sobre maternidade: nunca diga nunca! Acho que esse seria o principal conselho que eu daria para uma nova mãe, recém aterrizada nesse insano e intenso mundo que é a maternidade.

Por que eu estou dizendo isso? Porque, a cada dia, eu aprendo mais isso na prática.

Vou contar para vocês uma história. Certa vez, saí para tomar um café com outra blogueira de maternidade. Na época, não nos conhecíamos, não éramos amigas, só seguíamos o blog uma da outra e nos identificávamos muito. Papo pai, papo vem, nos seus desabafos sobre como criar um filho é mais difícil na prática que na teoria, essa outra blogueira me confessou: “Nos primeiros meses, eu saia todas as tardes de carro com a minha filha para ela dormir. Era a única forma de eu conseguir fazê-la pegar no sono. Sei que não é o ideal, sei que não é o indicado, mas eu simplesmente não aguentava mais. Nós duas precisávamos descansar”.

Na época, eu, que também tinha vivido todos os desafios possíveis e imagináveis no que diz respeito a sono, pensei: “Ah, mas aí acho que é um pouco demais. Não? Sair de carro com o filho para ele dormir? E se ele acostumar a dormir assim e depois só dormir desse jeito? Poxa, acho que eu não faria.”. (PS 1: ainda bem que eu só pense, não falei. PS 2: Nívea, se você estiver lendo esse post agora, me perdoe! kkkk!).

Bom, mas como bem diz a sabedoria popular, nada como um dia após o outro, nada como uns bons meses de experiência sendo mãe, nada como a “água batendo na bunda”…

Eis que, na semana passada, o Leo teve uma daquelas viroses mega, blaster, master trashes e virou do avesso. Ele estava acabado, cansado, com dor, com febre, com sono e simplesmente não havia cristo que o fizesse dormir. Eu havia tentado de tudo: colo, berço, cama, colo sentada, colo de pé, colo deitada, sofá da sala… enfim, tudo que vocês possam imaginar. E nada do meu pequeno descansar. E como vocês sabem, para uma criança melhorar, nada melhor que dormir e comer, coisas que ele não estava fazendo.

Que alternativa me restou? Tentar aquilo que eu tinha dito que nunca faria: sair dirigindo a esmo só para o Leo balançar dentro do carro e pegar no sono. E eu me dei por vencida. Eu me entreguei. Eu peguei  filho, a bolsa, a chave do carro e fui. Por bons cinco ou seis dias eu saia de casa, sob sol, chuva, trânsito, greve da CET, greve do metrô, manifestação e o escambau e ia andar de carro com o Leo, para ele simplesmente dormir, porque era isso que ele precisava. E era isso que eu precisava também (era a única forma de eu descansar no meio do meu dia corrido e insano).

Moral da história: nunca diga nunca. Como a maternidade é algo sobre o qual nós não temos total controle (na verdade, controlamos muito pouco), não dá para a gente achar que tudo tem que ser como a gente quer e espera. Tem horas que temos que ceder, que temos que nos adaptar às situações, que temos que dar o braço a torcer.

Fazer o Leo dormir no carro todo santo dia é o que eu quero? Claro que não! Mas era o que dava para fazer naquele momento. E foi o que deu para a minha amiga fazer por meses e meses.

A maternidade nos ensina a sermos mais flexíveis, a aceitarmos pequenos ajustes de rota, a “engolirmos” a dura realidade de que a vida não é como a gente quer, sonha e gostaria. E feliz das mães que aprendem alguma coisa com isso. Eu aprendi que ninguém morre por fazer algo que jurou jamais fazer e que nada é para sempre também. A filha da minha amiga dorme bonitinha no berço hoje em dia (apesar das tardes no carro) e o Leo também já está voltando a dormir no conforto do seu lar.

Menos culpa e mais auto compreensão nos momentos de “a gente faz o que dá”. É disso que a gente precisa.

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