Acho que me tornei a mãe desnecessária. Se você me acompanha nas redes sociais, sabe que eu viajei para casa da minha mãe, peguei COVID e tive que ficar por lá mais alguns dias. O suficiente para bater saudade no Leo, meu filho mais velho. Então, fiz uma reflexão que compartilho agora aqui também.
A mãe desnecessária
Essa semana, Léo me ligou do clube. Estava borocoxô. Acho que bateu saudade, tédio das férias sem muito o que fazer, vontade de conversar.
Fiquei papeando com ele, explicando que só voltaria sábado, que estava melhorando, e que o amigo que ele estava esperando chegar pra jogarem futebol já deveria estar aparecendo por lá (eu estava organizando tudo com a mãe).
Enquanto Léo esperava ansioso, me ligou, e foi gostoso conversar com meu filho, ter esse tempo de atenção, sentir ele pertinho de mim, mesmo estando tão longe (quase 2 semanas que não o vejo, porque antes de eu viajar ele estava num acampamento).
E aí, no auge do papo, naquele momento de conexão tão raro entre mãe e filho dessa idade, ele bruscamente solta: “Mãe, o André chegou, tá aqui do lado, vou desligar” (acho que no embalo da conversa nem percebeu o amigo se aproximando. Foi pá pum pra perceber e me dispensar.).
E foi aí que me peguei pensando:
Como me senti nesse momento? E como a maioria das mães sentiria nessa exata mesma situação?
Como você se sentiria?
Dispensada, e por consequência triste, até um pouco injustiçada?
Ou aliviada, feliz, grata?
Me observei e a resposta clara foi: aliviada! Grata!
Claro que estava gostoso conversar com meu filho e matar a saudade, mas me tornar dispensável naquele momento era tudo que eu queria. Isso porque, eu estava sentindo-o carente, e na hora que ele me deixou de lado pra sair correndo com o amigo, percebi que ele estava bem de novo e já não precisava mais de mim.
E aí me lembrei de um texto antigo, que eu li e nem sei quem escreveu, que dizia que a principal função dos pais é tornarem-se desnecessários. Pois é quando nossos filhos não precisam mais da gente que percebemos que estamos fazendo um bom trabalho e criando seres humanos independentes, responsáveis, saudáveis e felizes.
E não precisar é muito diferente de não querer. Quero que meus filhos me queriam sempre, mas quero também que eles precisem cada vez menos. Pois isso é a maior prova de que estou no caminho certo, de que o estar comigo é uma ESCOLHA e não uma necessidade ou obrigação.
E você, já parou pra refletir se quer se tornar desnecessária??