Muitas mães que seguem o Macetes de Mãe sabem que eu passei por várias dificuldades na amamentação do Leo. E aí, por saberem disso, me contatam perguntando como foram as coisas com o Caê, se dessa vez deu certo, e o que eu fiz para agora ser diferente.
Para responder ao questionamento dessas leitoras, resolvi fazer o post de hoje.
Bom, vou começar contando brevemente como foram as coisas com o Leo. Para começar, com o Leo, o meu leite demorou bastante para descer. Leo nasceu numa terça feira à noite e, na sexta à noite, meu leite ainda não tinha descido. Nesse dia, mais precisamente na madrugada de sexta para sábado, Leo berrava de fome e a nossa pediatra da época, que foi contatada no meio da madrugada, orientou-nos a dar fórmula para o pequeno, já que ele estava com fome e eu não tinha leite ainda. E lá foi meu marido comprar, tardão da noite, uma lata de leite de em pó para eu poder alimentar meu filho (e eu morrer de tristeza com isso!).
No dia seguinte, meu leite desceu, mas não foi aí que os problemas acabaram. Leo ia para meu peito, mamava um pouco, e logo pegava no sono. Nesse momento, a pediatra orientou a contratação de uma consultora em amamentação e foi o que fizemos. Como o Leo dormia quando mamava, ela supôs que eu tinha pouco leite (ele chupetava e dormia) e, então, sugeriu a técnica de translactação para eu amamentá-lo. Utilizei essa técnica por um mês e, depois disso, parti para a mamadeira. Pelos próximos três meses, dei peito e mamadeira para o Leo, e sofri bastante em todo esse período, pois me culpava por ter que dar mamadeira e também pelo fato das mamadas serem sempre muito difíceis, com o Leo chorando muito (ele chorava porque tinha refluxo oculto, causado pela APLV que confirmamos com 3 meses de idade).
Assim que a APLV do Leo foi confirmada e que tivemos que passar a dar para ele um leite especial, para tratamento da alergia, eu decidi parar de amamentá-lo. Dar o peito para o Leo estava, nesse momento, sendo mais sofrido do que prazeroso para mim e achei que dar só o leite que era 100% seguro para ele era o melhor que eu poderia fazer nesse momento.
Enfim, dessa forma, com 3 meses, eu parei de amamentar o Leo e ele ficou só na mamadeira. Claro que me questionei porque as coisas tiveram que ser assim comigo, me culpei por não conseguir amamentá-lo direito e passei vários meses dando mamadeira para ele longe dos olhos e questionamento das pessoas. E, também, prometi que o meu segundo filho, quando o tivesse, seria diferente. Essa era uma esperança que eu tinha.
E aí, quase 3 anos depois, chegou o Caê. Com ele, as coisas também foram um pouco enroladas no princípio, enquanto ainda estávamos no hospital, mas muito em breve tudo entrou nos eixos.
Ainda na maternidade, no último dia que estávamos lá, meu leite desceu e o Caê passou a pegar muito bem o peito. Diferente do Leo, ele mamava com vigor e, assim, meu leite foi produzindo mais e mais. Quando chegamos em casa, Cae já estava quase que 100% adaptado ao peito e mamava bem. Nesse período, tive um pouco de dor, mas nada que me incomodasse demais (machucado normal de início de amamentação), e assim, posso dizer que tudo corria de forma bem tranquila e conforme eu havia imaginado e sonhado.
No primeiro mês de vida, Caê ganhou bastante peso. Em torno de 1kg. E eu senti que, com ele, as coisas seriam diferentes do que foram com o Leo. Nos meses seguintes, Caê passou a mamar menos, e assim ganhar menos peso também, mas com o apoio e orientação do nosso pediatra segui dando exclusivamente o peito para o Caê e ele foi se alimentando somente com leite materno, o que era o meu grande sonho.
Com cinco meses, pelo fato do Caê não ganhar muito peso (ele havia ficado doente, o que também atrapalhou bastante o seu desenvolvimento), nós introduzimos os sólidos. Ele começou primeiro com a papa salgada e depois com as frutinhas. Entretanto, eu segui amamentando. E assim o fiz até o Caê completar 1 aninho, quando aconteceu o seu desmame (exatamente quando ele completou um ano).
Hoje, com o Caê já desmamado, sinto orgulho da minha experiência de amamentação com ele. Não acho que ela foi perfeita, afinal, passei por algumas preocupações por ele não ganhar muito peso, mas acredito que ela foi como deveria ser e considero que foi uma experiência muito mais bem sucedida do que a que tive com o Leo.
Caê mamou até 1 ano, enquanto Leo somente até 3 meses, e acho que esse sucesso na sua amamentação se deve a alguns fatores:
Primeiro, porque eu estava mais bem informada. Na gravidez do Leo, por pura inocência (eu achava que amamentar era fácil, natural, que todo amamentava e pronto), eu não me informei adequadamente e aí as coisas se complicaram. Em segundo lugar, porque eu estava mais segura. Justamente por estar bem informada, por já ter vivido uma experiência de amamentação, mesmo que não bem sucedida, eu já estava mais preparada e segura para amamentar. Já sabia as dificuldades que encontraria pela frente e elas não me assustavam mais. Depois, porque tive apoio de especialistas. As consultoras em amamentação Karine Durães e Gabriela Giacheta me ajudaram no início, me apoiaram e me deram várias dicas importantes. E por último, mas não menos importante, considero que amamentação do Caê deu certo porque eu tive um super apoio do nosso pediatra, que mesmo vendo que o Caê não ganhava horrores de peso, não me indicou imediatamente o uso de fórmula. Pelo contrário, ele sempre batia na tecla de que o Caê mamava o quanto queria mamar, que eu não tinha pouco leite, e que se ele não ganhava tanto peso assim era porque isso era algo dele, fazia parte do seu biotipo (Caê sempre ficou no percentil 12 a 15% na curva do peso. Magrinho, mas sem oscilar na curva, o que demonstra a normalidade do seu peso).
Enfim, há poucos dias parei de amamentar o Caê porque senti que essa era a minha hora. Senti que nós dois já tinhamos vivido uma experiência prazerosa e bem sucedida na amamentação e que não teria problema de eu parar de amamentá-lo. E o desmame foi rápido e tranquilo, tanto para mim quanto para ele (em breve contarei os detalhes sobre isso aqui).
Por hora, quero agradecer todo mundo que me ajudou para eu realizar um dos sonhos da minha vida: amamentar meu filho até o momento que eu julgasse importante. Para mim, isso foi uma superação, uma conquista, e um imenso prazer.
>>> Confira, nesse vídeo, 10 dicas para aumentar a produção de leite: