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Relato da leitora – displasia no quadril

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Semana passada publiquei um texto sobre displasia e o uso de suspensório de Pavlik para correção do problema. Devido a esse post, outra leitora me contatou contando a sua história e os difíceis momentos que viveu e continua a viver com sua filha, de dois anos, pelo fato do problema não ter sido identificado precocemente.

Por se tratar de um assunto sério e perigoso, compartilho hoje esse segundo relato recebido. Que fique de informação e alerta para evitar o sofrimento de outras mães e crianças.

displasia no quadril
Photo Credit: sean dreilinger via Compfight cc

Relato da leitora – bebê com displasia no quadril

(clique aqui e entenda o que é displasia no quadril)

No post de alguns dias atrás, aqui no blog, todas as mães falaram sobre seus medos de verem seus bebês tendo que usar o suspensório de Pavlik e, como mãe, entendo perfeitamente esse sentimento, porém, antes identificar logo no nascimento ou nos primeiros dias do bebê do que ter que passar pelo que passei (e continuo) com a minha filha.

Vou tentar ser breve e contar aqui rapidamente o que venho passando com a minha filha, há cerca de 5 meses, desde a descoberta:

Nem a maternidade, nem o “renomado” pediatra identificaram o problema dela. Quando ela completou 1 ano, ganhou um desses carrinhos que funcionam como os andadores permitidos de hoje em dia. Quando começou a empurrar esse carrinho sozinha, notei que ela mancava com a perna esquerda. Eu ficava a estimulado e conversando com ela, mexendo no seu joelhinho, mal sabendo da gravidade do problema. Ela sempre ficava de pé, apoiada, e chegou a dar alguns passinhos solta, mas caía. Desde quando isso começou, questionei o pediatra que tratava dela, mas ele, sem sequer pedir para ver do que eu falava, dizia sempre que estava tudo bem, já que “é normal as crianças andarem até 1 ano e 6 meses de idade”.

Pois bem… Quando a colocamos na escola, com quase 1 ano e 6 meses, após 1 mês já fui chamada pela Coordenadora, querendo conversar sobre essa perna esquerda da minha filha e orientando que a levássemos a um ortopedista, o quanto antes.

Passei no pediatra antes e, somente dessa vez, ele pediu para ver como ela andava. Depois de todos os exames (e da angústia ao ver, nesse momento, que havia algo de errado), foi constatado o desvio no quadril e, por conta da idade, já não havia mais saída fácil. A orientação era realmente cirúrgica, seguida de 3 meses de gesso, praticamente no corpo todo dela.

Em Março, ela passou pela cirurgia, que durou mais de 4 horas e depois ficou 2 meses engessada da barriga até os tornozelos, com as pernas totalmente abertas. Eram para ser 3 meses de gesso, mas o que achávamos ser apenas um enorme incômodo, coceira ou que o gesso pudesse estar ficando pequeno, era uma ferida enorme, já aberta, na perna não operada. Graças a Deus, o gesso foi tirado naquele momento, após 2 meses!

Depois disso, além do cuidado necessário com a perna operada, foram alguns dias de mais cuidado ainda com a ferida também. Isso tudo com um novo aparelho nas perninhas, para que elas continuassem abertas (eu precisava de mais duas pessoas, para conseguir trocar a fralda dela).

Há pouco mais de 1 mês, a minha filha tirou o aparelho e está “reaprendendo” a fazer tudo: sentou sozinha de novo, voltou a engatinhar, já está fechando quase que totalmente as perninhas, então voltou a sentar na cadeirinha de alimentação e na do carro (durante todo este período, eu precisei de ajuda, para alguém segurá-la para dar comida e, no carro, para levá-la ao médico), voltou a tomar banho direito e já está ficando de pé, apoiadinha de novo, graças a Deus! Isso tudo agora prestes a completar 2 anos.

Tentei resumir um pouco desse período que tem sido o mais difícil da minha vida, pois gostaria de alertar de fato sobre a importância desse assunto e tranquilizar essas mães angustiadas com a hipótese de verem seus filhos com o suspensório ou tendo que usar mais de uma fralda, porque, antes isso a ter que passar por esse pesadelo que eu, meu marido e as nossas famílias passamos.

Compartilhando brevemente isso tudo, espero sinceramente alertar a todas as mães para que questionem, tanto na maternidade quanto os pediatras, sobre a realização e a frequência com que deve ser feito o exame que identifica o problema, logo nos primeiros dias de vida do bebê: a manobra de ortolani.

E para as mães que acreditam que, por estarem em excelentes maternidades e nas mãos de conceituados médicos, estão protegidas, também fiquem muito atentas, pois era o meu caso e nada disso poupou a minha filha de passar por todo esse sofrimento.

PS: A leitora solicitou que o seu nome não fosse identificado no post.

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