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Infecção urinária assintomática

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No post de hoje, vamos responder uma dúvida que aparece muito lá no Canal: quais cuidados a mulher deve ter na gravidez para evitar infecção urinária assintomática.

Quem esclarece tudo sobre este tema é a Dra. Paula Fettback, ginecologista e obstetra.

Infecção urinária assintomática: quais cuidados na gravidez para evitar o problema?

A gestação é um período de muitas descobertas para as mulheres e, ao mesmo tempo, de muitos cuidados com a saúde. O pré-natal é um forte aliado nessa jornada e hoje vamos falar sobre um dos motivos para isso: a infecção urinária assintomática. Poucas mulheres sabem, mas é possível sim ter a doença sem apresentar sintomas, daí que o acompanhamento com um médico é fundamental para identificar precocemente o problema – cuja frequência varia de 2 a 10% das pacientes. Vamos entender a importância da identificação precoce e, também, da prevenção?

A infecção do trato urinário (ITU) como é chamada, não é uma doença autolimitada como um resfriado, ao contrário: requer tratamento imediato de modo a impedir a evolução para pielonefrite – quando a infecção chega a pelo menos um dos rins, considerado um quadro mais grave e que exige internação, especialmente em gestantes.

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Essa infecção está relacionada a maior risco de parto prematuro, além de agravamento do quadro para pielonefrite ou ainda a casos de recém-nascidos com baixo peso (< 2.500 gramas), bem como incidência maior de mortalidade perinatal1.

Por que acontece?

Durante a gravidez, a mulher tem uma série de alterações físicas e metabólicas que propiciam esse tipo de quadro. O aumento do útero tende a comprimir a bexiga, já a urina tem maior circulação de açúcar que facilita quadros infecciosos. Há ainda alterações imunológicas levando a uma diminuição das defesas do corpo facilitando a proliferação de bactérias, entre outros agentes infecciosos, como os fungos.

O que fazer?

Em primeiro lugar, buscar a prevenção. No pré-natal, exames como urina tipo I e urocultura são a base para esse rastreamento, justamente porque há pacientes assintomáticas. Podemos falar também em outras dicas:

Higiene: redobrar os cuidados com a higiene íntima e preferir lingerie de algodão à sintética. Ao mesmo tempo, evitar sabonetes íntimos ou outros produtos que alterem a flora vaginal, já bastante afetada pelas mudanças da gravidez.

Água, muita água: nosso corpo é formado por uma grande quantidade de água. Por isso, a gestação deve ser mais um incentivo para você andar com uma garrafinha cheia a tiracolo. O maior fluxo urinário pode reduzir a proliferação de bactérias.

Alimentação equilibrada: o ideal é evitar açúcar, cafeína, alimentos processados. Mais do que nunca, é hora de preferir verduras, legumes e frutas, além de probióticos.

Imunidade: tomar pelo menos 15 minutos por dia de sol fora do horário de maior radiação (10h-16h).

O que não fazer?

Alguns maus hábitos potencializam a incidência da infecção urinária. Por isso, você deve evitar segurar a urina, além de ter certeza de que esvaziou a bexiga.

Outra questão: quando sintomática, a infecção urinária tende a apresentar febre, ardência ao urinar, baixa no estado geral (fadiga repentina, cansaço sem motivo aparente). Nestes casos, a indicação é procurar o atendimento emergencial para início do tratamento e descarte de quadros mais graves.

E, ainda, é fundamental que o tratamento seja indicado por um médico ciente da gestação em curso. A infecção urinária é mais frequente no segundo e terceiro trimestre, mas pode acontecer também no primeiro trimestre, quando nem sempre a gravidez é aparente. Há antibióticos específicos para essa fase da vida da mulher e que não impactam no desenvolvimento do bebê.

A boa notícia é que, hoje em dia, o pré-natal permite à mulher ter seus filhos com mais segurança evitando essas e outras doenças. Se você fizer a sua parte cuidando do seu corpo e falando sempre com seu médico, tem grandes chances de uma gestação tranquila!

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