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Cofrinho: dar ou não para a criança?

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Será que o cofrinho estimula mesmo o exercício de poupar e valorizar mais o dinheiro?

Depois que conheci a economista e coach Andreia Fernanda, eu acredito que a resposta seja sim. E estou cada vez mais convencida de que nós precisamos ensinar as crianças a lidar com o dinheiro desde cedo.

Nesse post ela responde algumas dúvidas mais frequentes quando o tema é cofrinho. Qual a idade que devemos dar o primeiro cofrinho? Quando abrir? Qual a frequência que devemos dar o dinheiro para a criança? E muito muito mais!!!

Cofrinho? Sim? Não? Qual? Calma, vamos te ajudar!

Se alguém não fez ou não conhece que fez um cofrinho na vida, que atire a primeira pedra!

Agora eles são inclusive lembrancinhas de festas de aniversários. E já não são mais somente porquinhos que só abriam se estilhaçados com martelo ou jogados no chão. E, daí surge a dúvida: qualquer um funciona?

Mas, para piorar a tomada de decisão, com tanta facilidade de investimento a pergunta que vem à tona é: um cofrinho vale a pena?

Bom, para disseminar as dúvidas de uma vez, até para que você consiga tomar a decisão mais assertiva. Vamos responder por partes:

Vale a pena ter o cofrinho?

Sim, vale a pena, mas apenas para crianças e como forma educacional para investimentos, não para estimular o gasto.

Ou seja, o cofrinho não serve para o “vou ali pegar um dinheirinho porque me deu vontade de comprar.”

Com qual idade dou o primeiro cofrinho?

Eu sugiro dar assim que começam a andar, não porque eles entenderão, mas para evitar as moedas na boca e, ao mesmo tempo, criar o hábito de que moedinhas vão para um lugar específico.

Ao redor dos 3 anos, quando começam a entender para que serve o dinheiro você já pode ensinar sobre o uso do cofrinho para acumulação e compra, exemplo: “uma moeda pode não comprar o que você quer, mas se juntar 10 moedas você consegue. Vamos juntar?”. Assim eles começaram a entender que acumular pode ser legal e sentir o peso do cofrinho virou uma grande diversão.

Qualquer cofrinho funciona?

Sim! Inclusive, o cofrinho pode ser um potinho plástico que você não utiliza mais ou uma garrafa Pet. O importante é que a criança entenda o objetivo daquele item que é: acumular dinheiro para atingir um determinado objetivo. Se a sua criança já for maior, busque no youtube tutoriais para montar seu próprio cofrinho.

Cofrinho que abre, que não abre, com formatos, são mero detalhes. Algumas pessoas preferem os que não abrem para não pegarem o dinheiro. Neste caso minha pergunta sempre é: “mas qual o sentido de você mesma pegar o seu dinheiro antes do que deseja com ele? Isto não seria o mesmo que roubar de você mesma no jogo da vida?”

Vou simplesmente colocando as moedas nele e abro quando eu quiser?

Não! O legal é estabelecer objetivos para o cofrinho. A partir dos 3 ou 4 anos as crianças já começam a ter desejos mais definidos. Neste momento você pode “separar” o cofrinho em 3! Isto mesmo, 3 cofrinhos ao invés de 1.

Em cada um deles você deve estabelecer um objetivo com foco no tempo e abri-lo quando a data for alcançada:

Cofrinho 1 – uso do dinheiro até 6 meses: exemplo, comprar um brinquedo X

Cofrinho 2 – uso do dinheiro depois dos 6 meses – exemplo: comprar um presente de Natal, “ajudar” na viagem da família, etc

Cofrinho 3 – doação, pode ser, inclusive, o dinheiro para comprar um brinquedo para doar no Natal. Por que este cofrinho? Porque comprovadamente doar gera mais hormônio do prazer do que gastar com a gente mesmo (sabia disto?) além claro de ensinar sua criança sobre empatia, amor e generosidade.

Antes desta idade pode deixar tudo em um só e estabelecer um único objetivo. Nada de abrir o cofrinho toda vez que for à padaria, a não ser que este seja o combinado.

Quando dou dinheiro?

Crianças não geram renda, logo, qualquer dinheiro acumulado virá dos familiares. Minha sugestão é dar aquela moedinha do troco ou alguma parte do presente de aniversário, dia das crianças, Natal, em dinheiro.

A ideia do cofrinho não é enriquecer, é apenas ensinar a criança sobre acumulação.

Ah! E atenção, o dinheiro do cofrinho não é o da mesada. Quando a criança já receber mesada, se ela quiser colocar parte deste dinheiro nos cofrinhos, ótimo! Mas deixe bem claro que os cofrinhos tem objetivos definidos e que não são uma “conta corrente” que se usa quando quer e para o que quer e que, para o dia-a-dia ela precisará ter o dinheiro separado.

….

Em resumo: cofrinho é uma forma lúdica de ensinar o pensamento do tipo “quero tal coisa e vou juntar dinheiro para…”, e não uma ferramenta para o “deixa eu ver se tenho dinheiro para….”.

Portanto, agora, ao invés de dizer “Quer isto? Olha no seu cofrinho!”, diga: “Não terá isto agora! Mas se você quiser você pode guardar dinheiro para isto ou abrir mão do seu objetivo de mesmo prazo para ter isto no lugar. Faz sentido trocar?”.

Com isto você usará o melhor desta ferramenta simples e ajudará na formação de um adulto que entende que acumular dinheiro pode ser fácil e gostoso.

E então, bora tentar?

Se tiver dúvidas ou sugestões, nos mande mensagem.

Super beijo e até a próxima!

Andreia Fernanda

Assista também, no canal MdM, como ensinar seus filhos a cuidarem do dinheiro:

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