Se tem um assunto que os pais, uma hora ou outra, vão atrás de saber é como lidar com as birras das crianças. A tarefa não é fácil mas, antes de mais nada, é muito importante entender o porquê o seu filho tem essas crises. Eu não estou falando apenas da compreensão do motivo da birra e, sim, de algo mais profundo: como o cérebro dos pequeninos funciona nessas horas.
O papo pode parecer estranho a uma primeira vista, mas você sabia que tem bastante fundamento? Pois é. Até cerca de quatro anos, a criançada tem desenvolvida apenas algumas partes do cérebro, que acabam influenciando na hora de elas apresentarem esses comportamentos que nos tiram do sério!
Fui ler mais a respeito na internet e encontrei informações bem interessantes sobre a ciência por trás da birra. Achei bacana compartilhar com vocês, porque pode ser mais uma ajuda para tentarmos contornar essas situações com os nossos filhos (e entender que nem tudo é de propósito). Venha conferir:
Como é o cérebro das crianças pequenas
Você sabia que nós não nascemos com o cérebro prontinho? Na verdade, nos faltam algumas coisas bem importantes, como a formação completa do neocórtex e de toda camada de gordura que reveste os axônios (parte do neurônio que transmite os sinais cerebrais entre as células nervosas).
E o que isso significa? Que nos primeiros anos de vida, o nosso cérebro funciona bem mais com uma parte primitiva (o chamado cérebro reptiliano), que basicamente regula funções essenciais à sobrevivência, como a respiração, a fome, a digestão e reações instintivas de defesa e também ataque.
Ok, mas e o que isso tem a ver com a birra das crianças? Vamos lá: o tal do neocórtex que eu citei lá em cima corresponde à parte do cérebro responsável pelo pensamento racional. E, como o seu filho ainda não tem esse pedacinho formado, as atitudes que ele terá em parte da infância serão mais associadas àquelas primitivas e instintivas que eu disse no parágrafo de cima.
Outro ponto interessante é que, até os quatro anos, o cérebro das crianças não tem o hemisfério direito (intuitivo e emocional) e esquerdo (lógico) bem integrados. Na verdade, até essa idade o lado direito é o predominante. Resultado? Nossos pequenos vivem bem mais no presente e, ainda, possuem dificuldades muitas vezes para se expressar, pois enquanto o hemisfério esquerdo também é responsável pela linguagem, o direito é o não-verbal. Então, ao menor sinal de “perigo”, lá vem a birra!
Birra pode ser indício de raiva ou medo
Quando o seu filho está tendo uma crise de birra, trata-se dessa parte mais primitiva do cérebro em ação. E o comportamento pode indicar que a criança está sentindo raiva ou medo. Tratando-se dos dias de hoje, o medo pode aparecer simplesmente quando você sai do quarto e deixa o seu pequeno sozinho ou, então, é a raiva que vem quando dizemos não ao filhote.
Nessas horas, falta à criança aquela ligação com a parte direita do cérebro, que é a que a faria se acalmar por conta própria. E aí já viu: substâncias químicas relacionadas ao estresse dominam o cérebro dos pequeninos e o corpo todo, e o controle fica difícil.
E então o que eu faço?
A dica dos especialistas é justamente ajudar as crianças oferecendo a elas esses comportamentos que lhes faltam durante uma crise de birra. Nós vimos que elas ainda não sabem expressar direito o que estão sentindo, certo? Então o que pode ajudar é fazer isso por elas: converse com o seu filho na hora da birra e tente entender o que ele está sentindo, com você expressando as palavras.
Mais uma dica é que os pais não percam o controle, porque o que eles sentem é refletido nos pequenos também, sabia? Isso ocorre por conta dos chamados “neurônios-espelho”, que consistem na reprodução dos filhos de expressões e também sensações dos pais.
Para ajudar melhor nessa verdadeira missão que é tratar a birra das crianças, no vídeo a seguir eu dou mais dicas para fazer isso (e no canal do MdM tem muito mais vídeos para ajudar a tornar a relação com os filhos mais fácil, se inscreva e me acompanhe por lá!):