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Mitos da maternidade

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O post de hoje é sobre aquelas verdades absolutas da maternidade que tanto se fala mas que, se formos analisar friamente, perceberemos que são grandes mentiras (ou, pelo menos, meias verdades).

Nasce um bebê, nasce uma mãe.

Atenção futuras mães, pausa para cair da cadeira. O clichê mais clichê de todos não é verdadeiro. É mito. A verdade é que quando nasce o bebê, nasce uma criatura perdida que não tem idéia do que fazer com aquela criaturinha desconhecida que carrega nos braços. A mãe, aquela mãe que a gente será de verdade, só aparece depois de um bom tempinho de convivência com aquele que irá virar nossas vidas de pernas para o ar.

mitos da maternidade
Photo Credit: Guillaume DELEBARRE (Guigui-Lille) via Compfight cc

Se você souber educar, eles saberão obedecer.

Ahahaha! Mais uma pausa para cair da cadeira. Mas agora de rir, e não de choque. Criança é um bichinho estranho. Por mais que a gente faça, aconteça, eduque, oriente, peça, implore e dê o exemplo, eles tem vontade própria e parece que ela é sempre contrária à nossa. Então, uma dica: sabe aquela criança que você vê se jogando no chão e fazendo birra no shopping? Pois é, ela pode ser filho/filha de pais muito bem intencionados, que se esmeram para educá-la, que sabem colocar limites e tudo mais. Só que, sabe Deus por que, ela não obedece. Simplesmente não obedece. Faz o que dá na veneta e mata pai, mãe e quem estiver próximo de vergonha (se você tem um filho assim, toca aqui, amiga! Tamo junto!).

Ter filhos torna a mulher completa e realizada

Não amiga, parir não irá te fazer uma pessoa completa e realizada. Só quem poderá fazer isso por você é você mesma. Ter filhos traz infinitas coisas boas, mas também tem seu lado difícil, ruim, desafiador. Então, se você não estiver disposta a correr atrás da sua felicidade, se você não estiver disposta a olhar sua vida de forma a se sentir plena e realizada, nenhum filho irá fazer isso por/com você. PS: nunca, jamais, em hipótese alguma, deposite a responsabilidade da sua felicidade e realização em outra pessoa. Muito menos em um filho. Isso é pesado demais para a outra pessoa.

Quando o bebê nasce, sentimos a maior felicidade de nossas vidas.

Sim. Mas com ressalvas. Acho importante deixar bem claro aqui que, quando um bebê nasce, a gente parece que vai explodir de felicidade, mas junto com o bebê também chega um monte de sentimentos estranhos: medo, insegurança, dor, dúvida e até tristeza. Sim, quem já teve um filho e já experimentou a melancolia e a tristeza que um baby blues causa sabe bem do que eu estou falando.

PS: acho importante ressaltar que nem tudo são rosas quando se trata de ter filhos porque a maternidade idealizada e romantizada que tanto ouvimos falar acaba sendo um grande fardo para aquelas mães que não se sentem plenas e absolutas (e com razão!) após a chegada de um bebê. Ter sentimentos contraditórios nessa fase é absolutamente normal e você não será considerada uma insana por isso.

Só uma mãe sabe cuidar direito dos seus filhos.

Hum, não é bem por aí. Acho sim que o cuidado de mãe é mais do que especial, talvez o mais especial de todos, mas isso não quer dizer que só ela sabe fazer isso como deve ser feito. Muita gente sabe cuidar muito bem também, e há por aí pais, avós, tios e cuidadores maravilhosos que nos provam isso em várias situações. Quando a mãe acredita, erroneamente, que só ela sabe cuidar do seu filho, ela acaba impedindo consciente ou inconscientemente outras pessoas de se envolverem no cuidado com a criança e isso não é bacana nem para a criança nem para ela mesma, que ficará sobrecarregada (mais ou menos como se estivesse carregando o mundo nas costas).

Enfim, essas são apenas algumas das mentiras ou meias verdades da maternidade que fomos levadas a acreditar ao longo dos anos.

Acho que cabe a nós, sempre, pensarmos criticamente sobre os estereótipos que nos são passados para conquistarmos uma maternidade mais prazerosa e com menos culpa e auto-cobranças.

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