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Crianças que respiram pela boca – consequências desse hábito

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Crianças que respiram pela boca, principalmente quando estão dormindo, não são raras. Muitas crianças tem esse hábito em decorrência de algum tipo de obstrução nasal crônica.

E esse hábito, na grande maioria dos casos, traz consequências bastante negativas para a criança.

A filha de uma amiga dormia muito mal à noite. Ela acordava a toda hora, tinha o sono leve, picado e, no dia seguinte, estava sempre cansada. Quando os pais foram investigar o problema, descobriram que ela tinha desvio de septo, que esse desvio causava obstrução nasal e essa obstrução, por  sua vez, levava a criança a dormir de boca aberta. Todo esse quadro, causava um desconforto na criança, que acabava acordando e ficava exausta no dia seguinte.

criancas respiram pela boca
Photo Credit: erizof via Compfight cc

Assim como a filha da minha amiga, outros bebês e crianças sofrem com as consequências desse hábito involuntário de respirar pela boca. Alguns dos principais problemas causados por essa situação são: alterações craniofaciais (dos ossos e músculos do crânio e da face), nas arcadas dentárias, na postura corporal, no crescimento/desenvolvimento, distúrbios do sono com alterações cognitivas e piora na qualidade de vida.

Como essa condição, que a primeira vista parece inofensiva, traz realmente riscos para a saúde da criança, achei bacana compartilhar com vocês, aqui, esse apanhado de mitos e verdades sobre o hábito de respirar pela boca, que foi formulado pela Dra. Maura Neves, otorrinolaringologista.

Confiram e esclareçam suas dúvidas sobre o assunto.

1. Respirar pela boca causa mais gripes e resfriados?

VERDADE: Quando não se respira pelo nariz, deixa de acontecer o aquecimento, filtração e umidificação do ar (funções realizadas pelo nariz). Assim, a criança fica mais exposta a vírus, bactérias e outros agentes nocivos que normalmente ficariam presos no nariz, e que, ao respirar diretamente pela boca entram no organismo.

2. Crianças que respiram pela boca podem apresentar diminuição do rendimento escolar.

VERDADE: essas crianças têm maior chance de apresentar roncos noturnos e quadros de apneia do sono. Nestes casos, as crianças não têm uma qualidade de sono adequada, acordam cansadas, com maior irritabilidade e menor capacidade de concentração nas tarefas diárias. Muitas vezes a respiração oral decorre de um aumento de amigdalas e adenoide, conhecida também por “carne esponjosa” ou uma rinite não tratada. É importante observar a qualidade de sono das crianças que respiram pela boca e iniciar o tratamento precocemente.

3. Não existe relação entre respiração e caries dentarias.

MITO: A respiração oral promove ressecamento da mucosa da boca e das gengivas, além de espessamento da saliva. Isso facilita a proliferação de bactérias, ocorrência de gengivites e caries. Em casos extremos pode ocorrer até a perda do elemento dentário.

4. É normal uma criança roncar.

MITO: As crianças devem ter um sono tranquilo com boa respiração nasal. As que roncam devem ser avaliadas por um médico especialista para diagnosticar a causa. Na maioria das vezes, o ronco nas crianças está associado à respiração oral e um nariz obstruído. Episódios de roncos durante quadros de gripes e resfriados podem acontecer e esses sim são normais.

5. O respirador oral tem mais dificuldade para se alimentar.

VERDADE. A respiração oral dificulta a coordenação da mastigação, posicionamento da língua dentro da cavidade oral e deglutição de alimentos, pois a boca assume a função alimentar e respiratória. Para uma boa alimentação a respiração nasal é fundamental.

6. A respiração oral interfere na eficiência de um aparelho ortodôntico.

VERDADE: Ter uma boa respiração nasal permite o melhor funcionamento do aparelho ortodôntico (aparelho para correção dos dentes). Isso ocorre porque o posicionamento da mordida e dos dentes sofre influência da musculatura da mastigação e de outros músculos da face. Ou seja, quando se respira mais pela boca, os músculos da boca ficam mais relaxados e isso faz com que os dentes saiam de sua posição normal.

Informações fornecidas por: Dra. Maura Neves, otorrinolaringologista da Clinica MedPrimus.

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