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Sempre, sempre, sempre escute o seu coração

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Para começar esse post eu posso contar uma centena de histórias. Histórias que eu vivi, histórias vividas por amigas, histórias que leitoras me contaram. Em todas elas, aquele famoso sentimento, conhecido por “intuição de mãe”, de uma forma ou de outra, estava presente.

Para mim, essa coisa de ouvir o próprio coração ou seguir a nossa intuição de mãe começou lá nos primeiros dias de vida do Leo. Quando o Leo era um bebezuco de nada, ele apresentou problemas para mamar. Ele mamava pouco, chorava muito para mamar, se mostrava realmente desconfortável. Quando eu falava para as pessoas que tinha algo errado, pois era isso que o meu coração me dizia, todo mundo contra argumentava falando que era assim mesmo, era cólica, com três meses iria passar e por aí ia.

intuicao de mae
Photo Credit: Felipe Fernandes Photography via Compfight cc

Ouvi isso de amigas mais experientes, da minha mãe, da minha sogra e até da pediatra do Leo. Com ela, inclusive, eu quase briguei, porque queria que ela acreditasse em mim, precisava que ela acreditasse em mim, afinal, alguém tinha que fazer alguma coisa para ajudar o meu pequeno.

Enfim, desde muito cedo a minha intuição dizia que o choro e desconforto do Leo para mamar não eram normal. Por mais que eu fosse uma mãe de primeira viagem e não entendesse bulhufas de crianças, eu SENTIA que algo estava errado.

Eu dizia para a pediatra que sabia que o Leo tinha algum problema e que achava que esse problema era APLV (Alergia à Proteínda do Leite de Vaca). Ela era da turma que dizia que não, que era cólica e com três meses iria passar. Mas eu não sosseguei e segui insistindo, até que um belo dia, ela resolveu me ouvir. Depois de ouvir DE VERDADE o que eu já vinha dizendo há meses, ela concordou que o Leo tinha algum problema e nos encaminhou para um especialista.

Lá, ele foi diagnosticado com APLV e eu chorei quando o médico confirmou o que eu já sabia. E, posso dizer? Eu não chorei por tristeza, pois, na verdade, eu sempre soube. Eu chorei foi de alívio, porque, até que enfim, alguém acreditava em mim, alguém dava ouvidos ao que o meu coração tentava dizer há muito tempo.

Desde esse dia, eu nunca mais deixei de ouvir o meu coração. Eu já fazia muito isso na minha vida antes de ser mãe (e sempre que não fazia me ferrava), mas depois que tive filhos parece que essa intuição, essa verdade que vem de dentro da gente, se tornou mais forte.

Há alguns dias, uma amiga estava vivendo um impasse. Ela havia tirado o seu filho da antiga escola porque achava que havia muitos alunos por sala e o colocado numa nova. Só que ele não estava se adaptando à nova escola e queria voltar para a antiga. Minha amiga, cheia de dúvidas, dividiu sua angústia num grupo que temos no Whatsapp e todo mundo palpitou. Algumas falaram de cara para ela colocar o filho de volta na antiga escola e acabar com o sofrimento de uma vez, outras falavam para ela insistir na nova que uma hora ele acostumaria, e até uma amiga psicóloga opinou, cheia de teorias e conceitos, tentando ajudar na decisão.

Eu, depois de ouvir tudo, simplesmente disse: escute o seu coração. Ele já sabe o que você deve fazer e irá te conduzir à decisão certa.

E aqui, não quero dizer que temos que desconsiderar todos os argumentos racionais e só seguir o instinto. Nada disso. Isso nem funcionaria com uma pessoa prática como eu. Mas com “seguir o coração” eu quero dizer ver a situação sob todos os pontos de vista, analisar todos os prós e contras, pensar a respeito e aí tentar encontrar, lá dentro de você mesma, aquela resposta que parece que você já tem, só que ainda segue escondidinha, pois você está insegura sobre aquilo tudo.

Certa vez, li em algum lugar, acho que num livro, que intuição não existe. Que a intuição ou sexto sentido são, pura e simplesmente, o nosso cérebro fazendo uma análise inconsciente de todos os fatores envolvidos  e nos dando a resposta certa, o caminho a seguir. E quer saber, eu acredito nisso.

Enfim, com esse texto quero pedir para vocês sempre, sempre, sempre, seguirem seu coração. Pararem para ouvir o que ele diz. Acho que isso é válido para tudo na vida, mas principalmente para a maternidade, que é algo tão baseado na emoção, sentimentos e mil fatores subjetivos.

Como diz o pediatra dos meninos (o atual, porque aquela antiga eu troquei): “Gosto sempre de ouvir o que a intuição da mãe diz, porque ninguém conhece melhor a criança que ela”.

Concordo 100%.

 

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